domingo, 8 de abril de 2007

A GRANDE MUTAÇÃO

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STEP BY STEP

ÉTIENNE GUILLÉ 
 E A REVISTA «LA GRANDE MUTATION»

A . C . RESPONDE ÀS PERGUNTAS DO JORNALISTA 
«RABO DE GATO»

[21-09-2004 10:37:53]

RABO DE GATO – Michio Kushi e depois Étienne Guillé foram as duas referências, consideradas geniais, no teu percurso de aprendizagem. Pergunto: Continuam a sê-lo, em 2004, agora que o próprio método de Étienne Guillé, em vez de garantir a permanência, está a «evoluir» quase todos os dias?...

A . C . - Penso que te referes à revista «La Grande Mutation», dirigida por Jean Noel Kerviel em Paris e que já vai, segundo me consta, no número 13.
Essa revista, que tenho lido a medo, deixa-me de facto perplexo e se ainda não conseguiu minimizar, aos meus olhos, o valor do método de Étienne Guillé – que eu apelidei de gnose vibratória – arrefeceu-me um bocado o entusiasmo que, desde a sua descoberta, ia num crescendo. Assisti a cerca de 30 seminários dos que em Portugal ensinam radiestesia e adn – Manuel Fernandes, Maria Correia Pinto, José Carlos Alverca, Jean Noel Kerviel e Patricia Kerviel – e nada parecia vir alterar a minha grande convicção de que estava perante um caminho de sabedoria a seguir com persistência e liberdade.
Tal como Michio Kushi, considerei as obras de Étienne Guillé, um verdadeiro «big-bang», com tudo o que esta palavra tem de absoluto, eterno e infinito.
Se há hipóteses de subir um bocadinho na escala vertical do conhecimento, Étienne Guillé oferece-nos essa hipótese que não temos o direito de desperdiçar. Porque, como ele diz, o cosmos ajuda-nos a evoluir mas nós temos de ajudar o cosmos a ajudar-nos...


RABO DE GATO – Em que é que essa certeza de fundo, então, foi alterada? E qual o papel da revista de Jean Noel Kerviel nessa alteração de fundo?

A . C. - O clima de instabilidade e confusão deriva de uma nomenclatura que até ao último livro de Étienne Guillé – L’Homme et son Double – apontava para uma dinâmica estável e coerente, enquanto agora os dados adquiridos (e dados como adquiridos) se alteram de mês para mês e de hora para hora... Não é por acaso que a palavra «novo» se começou a aplicar a torto e a direito, evocando o discurso da moda que todos os dias inventa uma coisa «nova» como estratégia de marketing.


RABO DE GATO – Mas foi o próprio Étienne Guillé, no livro que referiste, a propor essa nomenclatura, nomeadamente quando fala da «nova aliança entre céu e terra».

A . C. - Sem dúvida que Étienne Guillé escreveu isso no seu livro mas a verdade é que a revista e os colaboradores da revista «abusam», aproveitando a proposta de Étienne para «delirar» , completamente delirar no caminho da «grande confusão».


RABO DE GATO – A tua grande dúvida (perplexidade, como disseste) é se deves seguir essa marcha ou se valerá a pena recuar um pouco e, com mais calma, refazer o caminho anterior às «novas» coisas constantemente postas, como pedregulhos, no meio desse caminho.

A . C. - Exacto. O progresso, em gnose vibratória, não segue o modelo do progresso ao nível dos mitos contemporâneos da economia e do desenvolvimento. O progresso em ciências da sabedoria não consiste em «descobrir» ou «inventar» novas coisas e conceitos , antes pelo contrário: o progresso em ciências sagradas, tal como Étienne vinha propondo até ao seu penúltimo livro – L’Homme entre Ciel et Terre - era a redescoberta do mais remoto e antigo, que constantemente se actualizava graças ao método da gnose vibratória e da «linguagem vibratória de base molecular» dela decorrente.


RABO DE GATO – Estás a referir-te à grelha das letras que durante anos foi dada como a base segura, estável e coerente para um trabalho metódico de aprendizagem e iniciação vibratória.

A . C. – Desde 1992, ano em que iniciei o estudo do método, que a grelha das letras era dada como o instrumento de trabalho fundamental – o interface entre céu e terra – e que oferecia a segurança para não cair nas várias armadilhas e simulacros em que este estudo também se mostra tão fértil (demasiado fértil, mas enfim, não é por aí que o gato vai às filhoses...).
Como se uma grelha não fosse suficiente para quem, aos 71 anos, já é pouco ambicioso e apenas aspira ao humanamente possível, vieram novas grelhas (com a desculpa das «novas alianças» ) a colocar a fasquia ainda mais alta. Fasquia que sempre considerei excessiva, pois mais uma vez se estava a funcionar num esquema que é da sociedade de consumo, e que se pode traduzir no «mais, mais, mais». Tá bem que se trata de subir (mais, sempre mais) no espiritual e no qualitativo, mas o arquétipo subjacente não deixa de ser o mesmo, independentemente do campo de forças a que se aplica.
Mas a essa do «mais, sempre mais», eu já me resignara: quando não posso, arreio, sem ter que desistir da radiestesia e do método em que investi muita alma nos últimos 12 anos da minha vida terrena.
Ou seja: o que tiver de progredir e de evoluir, agradeço a Deus e a Étienne. Mais do que isso é ser ambicioso e glutão.

RABO DE GATO – Consideras então os teus professores «ambiciosos» quando propõem, nas aulas, fasquias cada vez mais altas e exigentes?

A . C .- Acho que não fazem boa pedagogia, de facto: porque os que conseguem evoluir «muito» precisam de menos ajuda do que os que têm dificuldades.

RABO DE GATO – Estás a falar daquilo que consideras «falta de caridade» por parte da comunidade da radiestesia.

A . C . – Claramente sim. Não tenho medo de palavras-tabu e essa da «caridade», que toda a gente bem pensante repele, utilizo-a com o mesmo à vontade com que Étienne Guillé nos ensinou a usar outras palavras-tabu: «alma» e «espírito», por exemplo, para já não falar de «incarnação».
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24-09-2004 11:27:50

RABO DE GATO - Voltando à dialéctica da permanência/impermanência , em que falámos, não te parece que os opostos complementares fazem parte intrínseca deste método e que, portanto, se trata de aplicar a ambos a mesma lógica, a mesma dinâmica?

A . C. - Compreendo o teu argumento - a permanência implica o seu contrário, a impermanência, - mas sem referências estáveis não é possível trabalhar. E muito menos progredir. Também a dialéctica yin-yang implica um constante jogo de opostos ou contrários, e nem por isso deixa de ser um caminho de onde a confusão está excluída.
Há uma diferença subtil : mesmo que as «novidades» representem, em matéria de grelhas, uma necessidade, o que não posso aceitar é que tudo, para trás, esteja ultrapassado. Pode haver um novo nível de consciência a conquistar mas exactamente porque é posterior no tempo, não pode invalidar o anterior que lhe deu origem e permitiu o progresso vibratório.
No mínimo, considero que o estudo da radiestesia se está a tornar uma corrida de maratona, em vez de uma marcha em velocidade de cruzeiro. É isso que neste momento não posso aceitar. ■

[NOVAS] VIRTUAL (Lisboa, 1989) - O outro lado da prosperidade, do celofane, do néon, do êxito, do sucesso, das metas, dos heroísmos. O outro lado da opulência ou o preço que se paga pela «felicidade» do consumo. A duplicidade do real: nada é nunca só uma coisa. - A visão taoísta. O Tao-Te-King como «livro dos paradoxos»? A permanente contradição do que passa e muda é a marca de toda a sabedoria. - A moda da moda torna-se anti-moda. O que vale hoje, deixa de valer amanhã e volta a valer depois de amanhã com o rótulo de «retro» e volta a deixar de valer depois de depois de amanhã. O antigo torna-se «up to date» , tira-se da arca onde estava escondido e chama-se «revivalismo». O Packard dos anos 40 é a face do modernismo do «Roger Rabbitt». A avalanche de dados na era do virtual tem a ver com esta cultura da incultura, com esta informação desinformada. Quem selecciona e o que se selecciona? Onde está o filtro, o critério selectivo, o que permanece do que muda? Onde e quando (em que momento) deixa o «budismo tibetano» de ser uma antiguidade clássica para responder a prementes necessidades do espírito moderno, do homem contemporâneo e do vazio do virtual? - Que é isso de moderno e de pós-moderno? Alguns paradoxos para uma actualização do «Tao te King»: A poluição da limpesa, Os desperdícios da Economia, As doenças da Saúde, A desinformação da Informação, A lentidão da rapidez (tráfego urbano, por exemplo), O stress dos tempos livres. - A tecnologia que escraviza e que se selecciona? Onde está o filtro, o critério selectivo?
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1 comentário:

Christine Leça disse...
Este comentário foi removido pelo autor.