Nunca fui a Foz Côa mas estou sempre lá. É a minha Pátria de eleição. A capital mundial do sagrado. Falei de ir lá em reportagem do jornal, mas ficou tudo no tinteiro, quer dizer, em águas de bacalhau. A minha casa está forrada com enormes posters de Foz Côa. Dou aqui testemunho dessa minha fraqueza. E do sonho que tive de lá ir um dia.
Podem ler mais desse projecto de reportagens no meu site catbooks: sempre fui muita bom a fazer projectos.
http://www.catbox.info/catbooks/+my_life+.htm
Agora descobre-se que na paisagem - e na paisagem pré-histórica, com (dizem os arqueólogos) mais de 30 mil anos - está o nosso futuro. Não deixa de ser bizarro, mas ao mesmo tempo é consolador esta súbita ternura pelo antigo, o velho, o arqueológico: especialmente para dinossauros e múmias como eu, que pensavam que o antigo, o velho e o terceiro idoso estavam irremediavelmente condenados às galés, trocar os cavalinhos de Foz Côa por 50 milhões, é consolador e indicativo de que alguma coisa vai mudar até ao Terceiro Milénio e por força da própria precessão dos equinócios.
Quase trinta anos depois de o país me ter convencido de que eu não tinha razão, o país vem dar razão ao meu ecologismo precoce e ao meu milenarismo serôdio. Mais vale tarde do que nunca. A próxima alegria vou tê-la quando Guterres anunciar o cancelamento da barragem de Alqueva, para salvar os mais de 200 sítios arqueológicos que iriam ser submersos pela albufeira, incluindo o cromeleque do Xerez, que, como os arqueólogos não vão nunca saber, é sagrado alquimicamente puro, tal como os 20 quilómetros de sagrado do Côa.
Ver mais do mesmo no meu site catbooks
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