Ainda ontem o Canal Odisseia, celebrando os 10 anos de existência, iniciou uma estrondosa série de documentários, adivinhem lá sobre quê? Ambiente, claro, com o cheiroso título «o desafio verde». Duas palavras mágicas numa só. Sim senhor, vamos todos pró verde. Pelo primeiro filme apresentado, já se viu que a série, não poupando esforços, se propõe a total e completa recuperação do tema a favor do marketing e do capitalismo práfrentex: o primeiro episódio é o elogio das grandes cidades (no caso Nova York) como a melhor forma de «poupar energia» (!!!). E a verdade é que todo o mundo vai acreditar. Ah! já me ia esquecendo, o comentador é Brad Pitt, uma star que tem vindo a associar o seu nome (justamente famoso e de sucesso) às boas causas, nomeadamente a salvação do Planeta Terra. Com esta receita, provado fica de que John Elkington tinha razão na sua tese de 1987, quando publicou em Londres «The Green Capitalists», traduzido e publicado em Portugal em 1991 pelo «Círculo de Leitores».
Deixo aqui alguns parágrafos do que então escrevi sobre o livro, podendo o meu texto ser procurado na íntegra, no meu sítio catbooks.
http://www.catbox.info/catbooks/+agenda_ac+.htm
WELCOME JOHN ELKINGTON
Deixo aqui alguns parágrafos do que então escrevi sobre o livro, podendo o meu texto ser procurado na íntegra, no meu sítio catbooks.
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WELCOME JOHN ELKINGTON
Justifica-se, portanto, o livro do inglês John Elkington, cuja primeira edição apareceu em Londres, em 1987. Graças ao Círculo de Leitores e à sua preciosa colecção em defesa do ambiente, temos agora em língua portuguesa, com revisão técnica do Dr. Nuno Galopim, o panorama completo sobre o que a grande indústria está a realizar, neste momento, em todo o lado onde há progresso (quer dizer, poluição) para defender o ambiente e preservar as espécies.
Abespinham-se os radicais livres, os fundamentalistas do ecoanarquismo e do ecocomunismo, hoje defuntos, com esta recuperação que a indústria faz de si própria e de que a expressão «produtos de substituição» passasse a ser palavra de ordem e motor do neocapitalismo galopante. Chamam perversidade ao mecenato cultural e próambientalista. Repare-se, por exemplo, que os cientistas só descobriram o buraco do ozono na estratosfera, quando a senhora Thatcher declarou urbi et orbi que a indústria já estava preparada para lançar o produto de substituição dos célebres clorofluorcarbonetos.
Uma empresa com um olho no presente e outro no futuro tem agora uma forma estupenda de melhorar a imagem de marca através dos produtos «verdes» que lançar ou apoiar, solucionando o grande problema que pode eventualmente ser a saturação do mercado com determinada linha de produtos. Que melhor pretexto para a reconversão do que a defesa do ambiente? Uma grande multinacional de computadores, por exemplo, lançou milhares de monitores com écrãs prejudiciais às grávidas. Anos após, estava lançando uma nova linha de ordenadores sob o grito de guerra «estes écrãs não afectam grávidas», seja de que sexo forem.
E vai daí?
Mais do mesmo na minha homepage catbooks
http://www.catbox.info/catbooks/+agenda_ac+.htm
Abespinham-se os radicais livres, os fundamentalistas do ecoanarquismo e do ecocomunismo, hoje defuntos, com esta recuperação que a indústria faz de si própria e de que a expressão «produtos de substituição» passasse a ser palavra de ordem e motor do neocapitalismo galopante. Chamam perversidade ao mecenato cultural e próambientalista. Repare-se, por exemplo, que os cientistas só descobriram o buraco do ozono na estratosfera, quando a senhora Thatcher declarou urbi et orbi que a indústria já estava preparada para lançar o produto de substituição dos célebres clorofluorcarbonetos.
Uma empresa com um olho no presente e outro no futuro tem agora uma forma estupenda de melhorar a imagem de marca através dos produtos «verdes» que lançar ou apoiar, solucionando o grande problema que pode eventualmente ser a saturação do mercado com determinada linha de produtos. Que melhor pretexto para a reconversão do que a defesa do ambiente? Uma grande multinacional de computadores, por exemplo, lançou milhares de monitores com écrãs prejudiciais às grávidas. Anos após, estava lançando uma nova linha de ordenadores sob o grito de guerra «estes écrãs não afectam grávidas», seja de que sexo forem.
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