quinta-feira, 19 de abril de 2007

JORNALISTAS & BIOMASSA

«Ou se avança para a biomassa, ou o país vai à falência.» - Esta tese apocalíptica e saloia é subscrita por Torcato Sepúlveda, na revista «NS» («Diário de Notícias», 14 de Abril de 2007). Mas ele como jornalista apenas se faz porta-voz do Ministro Manuel Pinho e da campanha em curso para lavar os cérebros e condicionar as mentes: é preciso que a fraude da biomassa seja aceite, democraticamente. E ninguém melhor do que os jornalistas para multiplicarem o discurso que interessa aos lobbies. Os tais empresários verdes que, deixando o nuclear em banho maria, se viraram subitamente para a campanha da biomassa. A pretexto de aproveitar os resíduos das matas, a que pomposamente ainda chamam florestas.
O senhor Torcato não está só: pode aliar-se ao engenheiro Manuel Ferreira Santos que, na «Ambio Archives», não se poupa a esforços para promover a biomassa e os biocombustíveis. Apenas por amor ao Ambiente e ao País, claro.
Continuo à espera (sentado) que um opinion maker de grande audiência descasque este assunto da biomassa: porque, de facto e como diz o jornalista Torcato, com ela ou sem ela o País vai mesmo à falência. Esquecem-se os «capitalistas verdes» que eles serão os primeiros a falir.
Já confessei aqui o meu fracasso: não houve qualquer reacção ao primeiro texto que sobre biocombustíveis publiquei na «Ambio Archives», um Forum de Discussão onde é suposto e corrente que tudo seja criticado. É estranho, mas foi como se não tivesse dito nada.
Leiam, na íntegra, com muita atenção e nas entrelinhas, o que Torcato Sepúlveda escreve na revista «NS» («Diário de Notícias», 14 de Abril de 2007).

«DESCOBERTA DA BIOMASSA

«Os portugueses parecem, enfim, decididos a limpar a floresta e a utilizar o que dela resta para produzir energia. É uma excelente ideia, tanto económica como ambiental. Assim, talvez a energia em­barateça e as matas ardam menos. O semanário `Jornal do Fundão' noticia a inauguração de uma central termo­eléctrica de biomassa florestal em Vila Velha de Ródão e anuncia outras para Belmonte, Sertã e Oleiros. O Governo parece também interessar-se. Na inauguração esteve pre­sente o ministro da Economia. Manuel Pinho afirmou que, até 2010, Portugal deverá produzir 45 por cento da sua electricidade e prometeu investimentos de 510 milhões de euros para atingir esse objectivo. Se assim não for, o País vai à falência.»

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