sexta-feira, 25 de maio de 2007

PODEROSO PODER

Post Scriptum: As declarações, a posteriori (24 de Maio de 2007), do PM e do PR sobre a ocorrência a seguir comentada, não alteram uma vírgula ao que escrevi, no dia anterior, e que só hoje decido publicar. Antes pelo contrário: o discurso do poder e o poder do discurso continuam inalteráveis a dominar e a dirigir os acontecimentos. Até parece que cria arquétipos no subconsciente colectivo. Por definição, o poder é sempre poderoso.
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O DISCURSO DO PODER

A tentar mostrar que o discurso do poder é a principal componente que modela, estrutura e deteriora o nosso ambiente (assim transformado em meio ambiente), vou apontar dois eventos, algo anedóticos mas que, curiosamente, ou por isso mesmo, levantam questões de fundo no mínimo exemplares e que nada têm de anedóticas mas que fazem parte da tragicomédia à portuguesa.
Já sabemos que o poder tem a tendência de usar e abusar do poder que tem. Mas nos dois casos em apreço, acho que os protagonistas se excederam para lá do razoável e do previsível. E do conveniente para salvaguardar a imagem pública que é suposto terem de manter.
Já sabemos que andamos todos a trabalhar para pagar impostos, os que trabalham é que pagam impostos e que três meses de trabalho de um português (no activo ou na reforma) vai para o fisco.
Mas agora a coisa começa a tornar-se mais notória à medida que os responsáveis pelas decisões são convidados mais vezes a falar para jornais e telejornais, pois nem só de aquecimento global vive o homem.

Quanto aos dorminhocos que nós somos (todos os que contribuímos para sustentar as elites do Poder), também já não vale a pena acordar: pesadelo por pesadelo, é preferível um cor-de-rosa: pensar por exemplo que o 25 de Abril nos deu a liberdade e a alegria de viver. E um ambiente mais habitável.

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