terça-feira, 1 de maio de 2007

MAIS SOBREIROS

TIREM O CHAPÉU A JOÃO POSSER DE ANDRADE

Que eu saiba e com a ajuda do Google News, só dois jornais publicaram a notícia. Nada de significante nem de retumbante. A boa notícia, como agulha em palheiro, é preciso ir descobri-la no meio da palha imensa que enche jornais, telejornais e outros que tais. Notícia de mais sobreiros não interessa nada nem faz vender papel.
Mas lá fui descobri-la e aqui está ela em dois sítios da Net, «O Primeiro de Janeiro» e o «Correio da Manhã»:

1.mais sobreiros
2.mais sobreiros

1.http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=45c48cce2e2d7fbdea1afc51c7c6ad26&subsec=&id=b0dfe14a7a45733eb07671e54803bcb6

2.http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=240472&idselect=11&idCanal=11&p=200

Agradeçam ao senhor João Posser de Andrade e ao jornalista da Lusa que foi descobrir a agulha no palheiro:

««O director da Confraria da Cortiça quer aumentar a área de sobreiros em Portugal quase para o dobro e propõe-se retirar do “esquecimento total” uma riqueza que corresponde a três por cento das exportações nacionais. - António Martins Neves (Lusa).»»

João Posser de Andrade, 65 anos, que para além de líder dos confrades é produtor de cortiça, defende que dos actuais 700 mil hectares ocupados pelo montado de sobro se devia aumentar para 1,2 milhões de hectares (mais 500 mil). Feitas as contas, a área ocupada pelos sobreiros passaria a ser de aproximadamente 13 por cento do território nacional. Se Portugal já é o maior produtor de cortiça do mundo, em quantidade e qualidade, esse aumento atiraria o nosso País para um patamar ainda mais elevado. Ao contrário das riquezas naturais normalmente contabilizadas nas tabelas dos países, como o petróleo, gás natural, carvão ou outros minerais – que se esgotam e são as maiores fontes de poluição – a cortiça é um produto renovável e sustentável do ponto de vista ambiental, contribuindo para combater o aquecimento do planeta através do consumo de dióxido de carbono. Por essa razão, alguém um dia lhe chamou «petróleo verde». Actualmente, garantiu Posser de Andrade, “a cortiça constitui o dobro da riqueza produzida pelo vinho do Porto”. Isto, apesar do “desprezo total” a que diz ter vindo a ser votado o sector suberícola. Como exemplo desse “abandono” por parte dos sucessivos Governos, aponta a inexistência de um “departamento oficial para tratar da questão da cortiça”. “O Terreiro do Paço não tem noção do valor que a cortiça já tem hoje em dia e do que poderá vir a ter”, diz o líder dos confrades, proprietário de uma herdade com 600 hectares no concelho de Alcácer do Sal.Por essa ou outras razões, os dados oficiais apontam para um quebra da produção que, entre 2003 e 2005 atingiu os 15 por cento, de acordo com Instituto Nacional de Estatística. E apesar da redução, o preço pago na produção também baixou. Em 2003, ainda segundo o INE, as 101 mil toneladas produzidas renderam cerca de 295 milhões de euros. Dois anos depois, as 85 mil toneladas retiradas das árvores renderam apenas 200 milhões aos seus proprietários. A Confraria do Sobreiro e da Cortiça foi criada no ano passado e “abrange todas as pessoas e não é para comes nem bebes, mas para fazer lobbie” junto dos decisores e promover o sector.»»

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