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GRATIFICA-SE BEM QUEM O ENCONTRAR
Telepatia, transmissão de pensamento ou plágio: uma das três, foi, porque também não é plausível que tenha ocorrido o célebre provérbio que diz: «les beaux esprits se rencontrent».
Como é que um professor britânico, absorto nas neblinas da grande Álbion, adivinhou o que eu pensava do CO2 e respectiva campanha mediática?
A notícia em português veio no jornal «Metro» (17.Maio.2007) e já deve ter sido divulgada há muito mais tempo no âmbito do Global Environmental Change. Chego sempre atrasado a estes festejos e peço desculpa mas ainda vai a tempo e posso garantir ao Pedro Martins Barata que o prof. Mike Hulme existe, ainda mexe e até acho que tem ligações à BBC, a nossa avózinha nestas coisas de Comunicação Social.
Aliás, pode confirmar junto do seu companheiro do Blogue «Ambio», o Miguel Araújo, que citava o tal professor, Mike Hulme, do Centro Britânico Tyndall National Institute, Cork (Ireland), em 2 de Fevereiro de 2006, nesta mesma lista.
Resumidamente, a tal notícia que li no jornal «Metro» dizia assim:
««EXAGERO GERA UM SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA NA POPULAÇÃO
ALARMISMO SOBRE AQUECIMENTO GLOBAL É CONTRA-PRODUCENTE
«Mensagens alarmistas sobre o aquecimento global podem ser contra-produtivas, diz o líder de uma equipa de investigação sobre o clima mundial.
«O Professor Mike Hulme, do Centro britânico Tyndall, tem conduzido uma pesquisa sobre atitudes das pessoas face aos apelos dos media, que prevêem um futuro catastrófico.
«O especialista diz que mensagens demasiado fortes pensadas para causar um certo comportamento na população parecem só causar apatia nos indivíduos.
«A sua preocupação é que o exagero tem dado "luz verde" aos media para usar palavras tais como medo, terror, desastre, quando relatam relatórios científicos.
O especialista afirma que o exagero desmedido apenas gera um sentimento de impotência na população em geral face a algo que se impõe superior e quase impossível de mudar. »»
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Eu tenho chamado a esta histeria colectiva que subiu de tom com o Al Gore do filme, vários epítetos: «onda negra», «carpideiras do juízo final», «epígonos do apocalipse», etc. Mas qualquer rótulo serve para designar os eco-oportunistas, os eco-negociantes, os eco-snobs, os eco-sofistas da hora.
Ainda o prof. Mike Hulme: excluída a hipótese de telepatia (somos pessoas positivas e não vamos em lérias paranormais), ou mesmo de empatia, não temos nada a ver um com o outro, fica a hipótese de plágio a ponderar: não é crível que um professor britânico, do Centro Tyndall, autor de uma investigação científico-policial sobre o comportamento dos mídia que deviam estar sempre sob videovigilância, não é crível, dizia eu, que possa emitir conceitos tão básicos como estes:
«As mensagens alarmistas sobre o aquecimento global podem ter um efeito contraproducente. Em vez de motivar as pessoas a agir, este tipo de alerta provoca apatia.»
Conceito tão básico e simplório só podia ser ele a surripar-mo. Está bem que elaborou um estudo e investigou tudo bem investigado para chegar aqui, mas não deixa de ser básico, aquilo a que costumo chamar as minhas «banalidades de base».
Mais: «Há um certo exagero na comunicação por parte dos media e também dos próprios cientistas» diz o professor, embora a crítica, claro, vá muito mais para os jornalistas do que para os cientistas.
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Os cientistas, como toda a gente sabe, são neutrais, são divinamente neutrais, acima do bem e do mal, não têm nada a ver com isso.
Sectários são os jornalistas que usam termos bombásticos (Retórica) como «desastre», «apocalipse», «catástrofe». Que – reafirma o investigador britânico – têm um efeito contrário ao pretendido.
Afinal, e como toda a gente sabe, os cientistas usam números (a divina neutralidade do número!), estatísticas, cálculos de probabilidades, não falam em catástrofes mas são os principais indutores delas. Não falam em apocalipse mas são os principais indutores dele. Não falam em sofismas mas alimentam-nos.
Quem anda nisto há uns anos, recorda-se de que, nos anos quentes do PREC, logo depois do 25 de Abril, qualquer posição ambientalista era logo rotulada de «alarmista» e mesmo de «fascista», principalmente por aqueles que depois formaram o Partido dos Verdes, a partir de um nome já existente e legalizado em notário: Movimento Ecológico Português.
Caso para perguntar: a quem serve hoje esta quesília entre o sectarismo do jornalista e a divina neutralidade do cientista?
Serve a todos, mas principalmente a um agente que fica sempre fora disto porque não tem nada a ver com isto: as «indústrias verdes» que lucram com toda esta Retórica e por isso a assopram:
1º, coligando cientistas e jornalistas.
2º, metendo ao barulho jornalistas e cientistas.
Com um estudo laboriosamente elaborado, o investigador Mike Hulme alimenta a polémica que alimenta as três partes implicadas no processo.
Moralidade da fábula: os jornalistas são os únicos culpados da histeria sobre CO2, aquecimento global e dilúvio universal.
Os cientistas fornecem as munições e ficam fora da contenda.
Os cientistas apenas fornecem números e factos, são neutrais, não têm ideias (salvo seja) nem opinião, nem posição filosófica sobre o destino do Planeta Terra. Estão-se literalmente nas tintas. +
Resumindo e concluindo: a conversa fiada do Mark Hulme não pega, parte de uma premissa falsíssima que é esta: os alarmes e alarmistas deveriam ter o objectivo pedagógico (!!!) de levar as massas a agir e a ser mobilizadas, como se fossem as massas as culpadas do estado a que isto chegou. Depositar nas boas acções das boas pessoas (chamava-se a isso eco-tácticas no anos do PREC) a defesa do ambiente é a falsidade máxima de onde se parte para esta guerra eco-verdista.
O filme do Al Gore termina com uma grande roda de boas intenções e conselhos ao povo para que colabore na reconstrução do Planeta Terra, enquanto o inimigo principal continua escondido nas cafurnas do Inferno. Só as regras da Net etiqueta me impedem de dar a isto o nome que isto tem. Que este psico-moralismo tem.
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