sábado, 28 de julho de 2007

HÁ JÁ 34 ANOS

28 de Julho de 2007

RETROSPECTIVA COMPROVATIVA:
http://www.catbox.info/catbooks/+arquivos%20ac+.htm

APELOS DA GREENPEACE

Dos mares percebe a Greenpeace, que se locomove no «Rainbow Warrior II» em defesa das queridas baleias.
Novamente notícia, a famosa organização dá título de jornal em 9 de Julho de 2007:

«A organização ecologista Greenpeace denunciou hoje que a construção massiva, a poluição e as alterações climáticas ameaçam o Mediterrâneo, apelando para a protecção de 40 por cento deste mar.

«As denúncias da Greenpeace surgem um dia após um estudo elaborado por cientistas europeus e co-financiado pela União Europeia ter relevado que o Mediterrâneo se encontra "fortemente ameaçado" pelo impacto da actividade humana. Segundo a investigação "Modos de Vida Europeus e Ecossistemas Marinhos" - um trabalho que também analisou o mar Báltico, o mar Negro e o Nordeste do Oceano Atlântico - o crescimento urbanístico e turístico no litoral, o aumento das espécies invasoras introduzidas pelo Homem e a pesca excessiva ameaçam as águas mediterrânicas. A chegada massiva de turistas à costa mediterrânica provoca, todos os Verões, um aumento da população na ordem dos 30 por cento, percentagem que deverá duplicar nos próximos 20 anos. A crescente pressão para a construção de estações de tratamento de esgotos e infra-estruturas de transportes conduz, por seu turno, a uma cada vez maior degradação das praias, segundo os especialistas europeus. A organização Greenpeace denunciou que o "crescimento vertiginoso do turismo" nos últimos 50 anos e o "desenvolvimento urbano incontornável" levaram à urbanização de cerca de 34 por cento da orla costeira espanhola. No ano passado, mais de 1,5 milhões de novas vivendas, 275 campos de golfe e 36 portos desportivos foram projectados na zona costeira, informa a organização ecologista. A Greenpeace salienta que ao tratar-se de um mar semicerrado, o Mediterrâneo é muito sensível à poluição, sendo precisos mais de cem anos para que as suas águas se possam renovar totalmente. Apesar da frota pesqueira europeia ter diminuído no Mediterrâneo a partir da década de 90, as embarcações de pesca não comunitárias aumentaram, levando a que, de acordo com a Greenpeace, muitas populações de peixes se encontrem à beira do colapso devido à pesca excessiva. Espécies como o peixe-espada e o atum vermelho, cuja população adulta diminuiu 80 por cento nos últimos 20 anos, encontram-se entre as mais ameaçadas, adianta a Greenpeace. A organização advertiu ainda que a região mediterrânea vai ser uma das mais afectadas pelo impacto das alterações climáticas, prevendo que levem a um aumento da temperatura da água e do nível do sal do mar, a mudanças na biodiversidade e nas correntes marítimas, assim como a um aumento da erosão costeira. Neste contexto, a organização prevê para o ano 2050 uma subida de 20 centímetros do nível do mar, sendo que cada centímetro equivale a um retrocesso de um metro de costa. Para denunciar esta situação, o navio da organização ambientalista "Rainbow Warrior II" chegou ontem a Valência, Espanha, e nas próximas duas semanas navegará pelas águas do Mediterrâneo espanhol.»
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Em 15 de Outubro de 1988 (já lá vão 19 anos) escrevia eu e publicava na «Crónica do Planeta Terra» (jornal «A Capital») quatro linhas sobre a morte dos mares, já então uma espécie em vias de extinção:
««Hoje, a morte dos mares tornou-se rotina dos noticiários internacionais: fala-se na morte do Adriático, do Mediterrâneo, do Báltico e do Mar do Norte, com a mesma naturalidade, e a mesma resignação, a mesma indiferença e o mesmo cinismo com que, há 15 anos, se falava no biocídio de várias espécies animais.»»
Mas há 19 anos já escrevia também na mesma crónica que há já 15 anos que o alerta fora dado, o que soma 34 anos a dizer o mesmo:
««O mundo está a desfazer--se - dizem as estatísticas - -e nada indica que possa inverter a marcha para o abismo, com as medidas pontuais, casuísticas, que a chamada política do ambiente põe em prática, quando põe.
Há 15 anos, o alerta já era este e desde então nada mudou para o lado da esperança, antes pelo contrário: acumularam-se os sinais de apocalipse e desespero.»
Desculpem lá esta retrospectiva mas não admito ultrapassagens pela direita dos barquinhos de luxo da Green Peace: lá porque eles são ricos, também quero que os meus apelos (comovidos) a favor das espécies piscícolas, sejam ouvidos.

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