RENÉ DUBOS
RENÉ DUMONT
Cientistas da Biologia escreveram livros de tonalidade ameaçadora. Pertencem a Jean Dorst, por exemplo, «Antes que a Natureza Morra» e «A Natureza Desnaturada», títulos de dois livros seus. Alegando a famosa neutralidade que a ciência tem de manter, davam apenas argumentos «científicos» aos que preconizavam a luta política. Depois, lavavam daí as suas mãos de cientistas neutrais. Como se ciência e cientistas não tivessem sido o principal contributo à crise ambiental.
Militantes da ecologia como René Dumont vieram da Sociologia da Fome Mundial e das evidentes preocupações que a agricultura química intensiva (adubos e pesticidas) começava a suscitar, apesar das enormes pressões sobre a opinião pública da própria F.A.O., departamento das Nações Unidas, onde se destacou o cientista Norman Borlaug, «prémio Nobel ».
Em algumas ocasiões, no âmbito do M.E.P. e das edições «Frente Ecológica», esse tema-tabu da agroquímica e do agrobusiness foi abordado, já que era e tem continuado a ser um dos que a indústria mais tem silenciado, a pretexto do objectivo humanitário de «matar a fome mundial».
Como René Dumont, entre outros, desmascarou, não só não se mata a fome com uma agricultura auto-destrutiva, como cada vez mais se contribui para a fazer alastrar.
Ribeiro Telles, quando o deixam, tem sido uma das vozes a denunciar esta hipocrisia.