terça-feira, 21 de agosto de 2007

TRUQUES TRANSGÉNICOS

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MILHO PARA PAPALVOS: UM PITÉU & PERAS

O milho do sr. José Menezes (herdade da Lameira, concelho de Silves) não chegou a crescer mas serviu de pitéu a muito boa gente.
O eurodeputado Miguel Portas, deu luz verde ao movimento «Verde Eufémia» e ao grupo de 100 manifestantes (activistas?) que, com ou sem infiltrados, se encarregou de vandalizar parte da primeira plantação de milho transgénico do Algarve.
O «Diário de Notícias» tabloidizava o assunto , da 1ª à última página (dia 20 de Agosto de 2007), com títulos retumbantes: «Governo deu apoio a grupo que atacou milho» (1ª página), «o grupo alterglobalista que recebe apoio estatal» (editorial convenientemente anónima na página 8), «O Milho é cultivado há 7300 anos no mínimo merece algum respeito» , por Leonídio Paulo Ferreira (página 9), «Estado apoia encontro de activistas na origem do ataque do milho (página 13) , «Portas volta à foice» por Ferreira Fernandes (última página).
No mesmo jornal (página 9) o jornalista Leonídio Paulo Ferreira («a ecologia é uma causa nobre» diz ele) teceu as loas do costume à famigerada «Revolução Verde» que, segundo ele, «acabou com as fomes crónicas da Ásia do Sul ( 1960-1970 )».
No meio da algazarra (que também se fez ouvir aqui na Ambio) , algumas palavras de bom senso: Margarida Silva ao «DN» : «Há anos que nós contestamos os transgénicos com razoabilidade e nunca conseguimos este mediatismo», disse a coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora do Prato.
E o jornalista Ferreira Fernandes considerou : «Não quero saber se é legal ou não um deputado defender uma ilegalidade que prejudica um cidadão cumpridor.»
Entretanto e lá das alturas astrais de onde domina o Mundo, a multinacional Monsanto deve estar a seguir atentamente a perigosa movimentação destes vândalos do Milho, alegados ambientalistas recém nascidos de um berçário chamado Ecotopia, onde se está mais uma vez a gerar um tipo de militância segundo a filosofia em que alguns partidos parecem exímios: a estratégia do chamado «tiro no pé».
Ou seja: «Desacreditar as causas que dizem defender» é o objectivo, mais ou menos confesso, destes activismos recém nascidos (ou já velhos e sem dentes?) e mais ou menos infiltrados.
A vandalização do milho é uma estupidez de todo o tamanho e feitio: mas quem foi por aí sabia que o era e por isso instigou, e por isso empurrou.
O menos que o eurodeputado Miguel Portas pode fazer é indemnizar o agricultor dos prejuízos.
Qualquer um que não goste de ser manipulado, colocará as questões correctas e perguntará:
Quem é artista a manipular activistas, quem é?
Quem é que se infiltrou e quem se deixou infiltrar?
Quem está interessado em meter o governo socialista ao barulho?
Quem tradicionalmente está interessado em infiltrar e assim comprometer movimentos cívicos de desobediência civil (vide Martin Luther King).?
Que partido é especialista a instrumentalizar activismos e militâncias de cidadãos?
Com ou sem infiltrados, activismos destes, não obrigado.
Com o local se esquece o global:típico episódio desta filosofia conjunturalista, serve à maravilha para mídias e eurodeputados botarem figura.

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