sexta-feira, 14 de Abril de 2006-> texto longo de um único file, proeza só possível nessa data benfazeja de 1977!
1-14 terça-feira, 25 de Novembro de 2003 sabedoria-md-aa-ce>
sabedoria-1> - inédito 1977 (ensaio longo) - em louvor da ciência que o povo ensina - a fase «tecnologias alternativas»: antecedentes da hipótese vibratória( 8/5/1997) - manifesto contra a ciência universitária, oficial ou ordinária - manifesto ecológico pela ciência das ciências (ciência iniciática)
CARTA EM 1977 AO ECO-MILITANTE DO FUTURO: PRIMITIVAS CONCEPÇÕES SOBRE O "PRIMITIVO"
1977 - Haverá um primitivo e o que já não é primitivo? Mesmo para a ciência oficial, que sentido poderá ter essa adjectivação hierarquizante, carregada de subjectivismo e ideologia?
Curioso: mesmo em etnólogos com a envergadura de Jorge Dias, é frequente uma nomenclatura que de certo modo traduz uma posição passadista e um critério da tecnologia segundo o evolucionismo darwiniano: teríamos começado de zero até atingir as culminâncias electrónicas e cibernéticas de hoje em dia, nec plus ultra da raça humana, esse infinito...
Referindo-se, por exemplo, à roda de oleiro e sua sobrevivência em Portugal, Jorge Dias usa esta linguagem:
"Tais rodas ainda subsistem, não só em Portugal como em Espanha, e são utilizadas, em parte, por mulheres que, ainda hoje, empregam técnicas primitivas como as dos nossos antepassados pré-históricos ou como os nossos contemporâneos primitivos em certas regiões"
Pergunta-se: primitivos como? Primitivos porquê? Primitivos desde quando?
É aqui um dos pontos em que a leitura ecológica parece ultrapassar a leitura etnológica da realidade, tentando acabar com as distinções de classe, o elitismo e o paternalismo da ciência (até etnográfica) para com aquilo que não se ajeita ao esquema comercial-capitalista do produto standart, ideologicamente apoiado em Darwin.
Nesse caso, uma pintura rupestre também seria primitiva em relação a um quadro de Picasso? Esta ideia darwinista de que viemos , numa linha única, de um limbo arcaico até às luminárias e arranha-céus de um apoplético progresso, é francamente , e graças aos empurrões do militante radical, irrisória, ridícula, sem sentido.
Muito em especial, se se provarem as hipóteses que, em torno da Atlântida, tornam cada vez mais verosímil a existência de civilizações solares ao lado das quais as do carvão, do aço, do petróleo, do urânio, do plutónio, do mercúrio, do arsénico e da lata não são apenas a grande e porca porcaria que são mas pálidas cintilações reflexas do que foi a Luz Primordial.
JORNALISTA E MILITANTE ALIAM-SE: DINAMIZAR A DESCRIÇÃO ESTÁTICA
DOS ETNO E ANTROPOLOGISTAS
Obra simultaneamente de arqueologia e de antecipação, obra de história passada e, ao mesmo tempo, de história futura ou prospectiva, a Etnografia encontra-se hoje na Encruzilhada.
Ao prescrutar, no Espaço, o que resta da memória do Tempo, a Etnografia, a Geografia Humana, a Antropologia Social , a Sociologia e a Ecologia estão na Encruzilhada onde se encontram Passado, Presente e Futuro.
A equipa que trabalha no Centro de Estudos de Etnologia não está apenas a conservar o que resta de um Portugal em vias de extinção: alfaias, indústrias artesanais, tecnologias de aldeia, usos, costumes, materiais, recursos, inventiva, iniciativa e poder criador.
A equipa de Ernesto de Oliveira, Benjamim Pereira e Fernando Galhano, está pondo nas mãos do futuro os instrumentos mais adequados à sua construção.
Invadindo a estrutura secular da vida rural, a indústria e a tecnologia pesadas ganharam a primeira batalha: mas tudo indica que vão perder a última, quer dizer, a que hoje se trava na supracitada Encruzilhada.
Também o estudioso da Antropologia Social entra neste quadro de comparticipações, nesta Encruzilhada. E o investigador de Geografia Humana. E o sociólogo do Meio Rural. E, possivelmente, o filósofo do concreto, do existencial.
Qualquer desses contributos, porém, ganha um sentido novo a partir dos dados decisivos da Ecologia. Conservar o património artístico, monumental e paisagístico tem um sentido. Conservar espécies animais e vegetais já tem um sentido ligeiramente diverso E conservar ecossistemas como base biofísica de toda a história restante, tem um sentido ainda mais radical e decisivo.
Verdade seja que a diplomacia habitual entre universitários, leva o geógrafo a ignorar o sociólogo; o sociólogo a ignorar o antropologista; o antropologista a ignorar o ecólogo; o ecólogo a ignorar o etnógrafo; o etnógrafo a ignorar o geógrafo; etc.
É da praxe. É de esperar. E o eco-militante , no meio disto, no meio deles, no meio do Meio Ambiente, a querer ligar os fios da meada, é fatalmente acusado, por todos eles, de amador, de ignorante, de autodidacta sem diploma.
Isto sem entrar no contributo do romancista, que em regra se aproxima da reportagem e do contributo que, portanto, pode ser dado pelo jornalista.
A diferença entre o jornalista e os outros istas e ólogos todos, é que ele dispõe de dois dias, onde os outros poderão ter dois anos para investigar e inquirir do Meio que estudam.
O jornalista será, portanto, sempre acusado de impressionista, sem os cuidados estéticos do escritor, sem os cuidados científicos do antropólogo, do geógrafo, do etnógrafo, do sociólogo.
Vida é para ele, como para o eco-militante , o laboratório das suas experiências científicas.
O MELHOR INVESTIMENTO É COMPRAR ALMAS...
Sem reconstruir, desde a raiz, essa vida em comum e unitária - comunitária -, sem a sequência secular que a tornou coesa e uma verdadeira linhagem transmitida de avós para pais, de pais para filhos, de filhos para netos, pergunta-se: haverá possibilidade de reconstruir uma aldeia, um projecto, uma sociedade a caminho da autosuficiência?
Convém que o militante de um projecto ecológico paralelo não alimente muitas ilusões. Ler ecologicamente a realidade é lê-la com atenção e o máximo de lucidez, sem sofismas nem fantasmas.
Convém que o militante saiba as dificuldades que vai enfrentar, que são, entre outras, dificuldades tecnológicas.
Há catálogos, já, como o World Ressources ou, em francês, o Catalogue das Ressources, onde o sistema põe de nova à disposição dos que o contestam e dele se querem afastar, as receitas e possibilidades que o próprio sistema liquidara ao estandartizar-se.
Perante esses catálogos, só o militante com poder de compra poderá adquirir essas engenhosas soluções propostas, por engenhosas casas comerciais especializadas no folk, no artesanato, na cozinha macrobiótica, no biológico, na mezinha caseira, na homeopatia, na trofoterapia, na arte marcial, no yoga, na olaria, na cestaria, no têxtil.
É o comércio do biológico, do ecológico, do etnológico.
É o reforço de uma dependência e realienação ao sistema.
E um novo truque do capitalismo para reampliar mercados mas, acima de tudo, para não perder as almas que sempre tem comprado em nome da civilização, do progresso, do futuro, da ciência, da técnica.
Agora trata-se de comprar almas em nome do artesanato, do natural, do ecológico, do comunitário, do espiritual.
Tanto assim que surge o cientista (com certa formação ou simpatia ecológica... mas não muito) , pronto a fazer a transição e a assegurar a coexistência pacífica.
Surge o investigador e o comerciante de energia solar, de energia das ondas, de energia geotérmica.
De todas as energias limpas, livres e infinitas, porém, a energia do vento é uma das que oferece mais riscos para o comércio, porque tem antecedentes nas tais culturas "primitivas", antecedentes ainda visíveis à vista desarmada do historiador oficial.
Apesar da moagem industrial ter feito tudo para levar os moleiras de farinha a suicidar-se, apesar disso os moinhos de vento ainda enchem a paisagem portuguesa, dão pasto ao turista, motivam bilhete-postal, merecem uma Associação de Amigos dos Moinhos.
Neste interim, o eólico - dadas as raízes ainda visíveis no transacto e no ancestro - tem riscos. Pelo menos, não continua assegurando uma total dependência do consumidor (neste caso o militante das alternativas) aos senhores fornecedores habituais, com venda aberta e negócio montado de "gadgets" ecológicos.
Mais do que a energia do vento, porém, o gás metano é o que oferece perspectivas de maior e mais radical subversão, pela tecnologia simples e relativamente fácil de dominar com custos de produção baixos, material reciclado e matéria-prima praticamente infinita: a bosta de nós todos, animais domésticos...
A CIÊNCIA DE JOSÉ CUTILEIRO E O ANALFABETO F. SAM PEDRO
Ao método descritivo chama-se método científico, objectivo. Verifica-se, constata-se e mais nada.
"Terras de xisto são pobres" - será afirmado por um observador que tem como dado assente (dogmático) e portanto científico a infertilidade do xisto.
José Cutileiro, ao falar de Monsaraz (Alto Alentejo) a que chama Vila Velha, utiliza esse dado inerte, adquirido e dogmático, sem discussão:
" A solene e austera beleza da paisagem proporciona uma grande satisfação estética, mas ao mesmo tempo traduz a subjacente aridez do solo."
E José Cutileiro reforça na sua obra "Pobres e Ricos do Alentejo" (Ed. Sá da Costa, Lisboa, 1977) : "A freguesia divide-se em duas zonas topograficamente distintas: uma zona plana, denominada terras mansas ou campas, que correspondem a uma estrutura geológica granítica, e uma zona ondulada, conhecida por terras ásperas ou dobradas que correspondem a xistos silurianos."
E ainda: " A área de xistos silurianos apresenta uma camada muito mais fina de solo arável do que a zona granítica. O solo é ainda mais seco e mais pedregoso do que o das terras mansas. Estas características assim como a irregularidade da superfície
A fertilidade ou infertilidade de um solo é um dado aparentemente objectivo.
Neutro. Sem discussão. Científico.
O militante diria, no entanto, que talvez seja um mito, caso a experiência o diga.
É aí, na atenção à experiência, que o método do eco-militante difere radicalmente do método que todos os outros (cient)istas e ólogos usam.
Desde logo, as dicotomias maniqueístas pouco podem ter de científicas. Para um espírito minimamente taoista, nada pode ser absolutamente mau, nem nada pode ser absolutamente bom. Nada pode ser totalmente estéril, nem nada pode ser totalmente fértil.
Dar como irremediável e fatalmente áridos determinados solos é algo que espevita o militante da dialéctica...
Que pode ele fazer, no entanto, para provar o contrário do que toda a ciência dá como certo, assente, infalível?
Mais uma vez o militante da Dialéctica (que não é via de facilidade) representa o papel de mísero David que enfrenta o avantajado Golias da Dogmática , o aprendiz que enfrenta o poderoso aparelha da mitologia universitária.
No caso do xisto e só para se saber onde está a ciência, onde está a verdade , onde está o dado de facto não inquinado de fantasmagorias teóricas, eis que o Francisco Sam Pedro, pequeno agricultor de Nisa, vem em auxílio do militante, com a experiência pormenorizadamente descrita em 10 páginas no livro "Ecologia e Luta de Classes em Portugal " (pg.. 134 a 145).
Já sei que nada disso é "científico". Nem o trabalho do jornalista que testemunha a odisseia de Francisco Sem Pedro, nem o trabalho do Francisco Sam Pedro que transformou rocha xistosa num edénico jardim de fertilidade.
De facto, quando alguém subverte as leis ditas científicas, pela razão simples de que se aliou à Lei (da Ordem do Universo) e com ela, apoiado nela, realizou o "impossível" (o que a ciência declarava impossível) torna-se de tal modo perigoso para a ordem da ciência ordinária que deve ser abatido ou, pelo menos, alvejado com todos os epítetos que só a fina educação universitária conhece.
Francisco Sam Pedro, de facto, analfabeto construtor de civilizações, tem um processo no tribunal de Nisa.
Não tanto, talvez, pela razão acidental alegada (ele teria protestado contra a Celbi que lhe plantava eucaliptos em cima das podas e a Celbi processa-o por arrancar eucaliptos!!!...): mas pela razão profunda de que Sam Pedro, pequeno agricultor de Nisa, tendo tornado fértil rocha xistosa, pode vir a provar que toda a ciência ordinária assenta em postulados tão falsos e tão aleatórios como esse da fatal infertilidade do xisto, como também defende o universitário José Cutileiro, na sua tese de doutoramento.
Mas, talvez receoso, é que José Cutileiro chama, ficcionìsticamente, Aldeia Velha ao que é pura e simplesmente Monsaraz a Bela...
CLIMA INSALUBRE, NATUREZA MÁ: OU ESTUPIDEZ DA CIÊNCIA?
A lei do menor esforço impera ainda neste tipo de cientistas e de "raciocínio" (?). Todos queremos ópera por dois tostões e o cientista também. " Exigimos" que a Natureza só nos dê facilidades e logo a recamamos de palavrões quando não funciona do nosso lado e agrado. Tudo tem que ser paradisíaco como na Califórnia, de contrário cantamos o fado da nossa subdesenvoltura. E olhamos para os países "desfavorecidos" da sorte meteorológica com infinita piedade. Os africanos, coitados, com tantos mosquitos, tanto calor, tanta selva, tantas chuvas equatoriais. Que clima insalubre, credo! Quando a Natureza não está a nosso favor, maldita seja a maldita Natureza.
Mas - oh! olímpicas criaturinhas que tais "raciocínios" fabricais - nunca em tempo algum este planeta foi ou será estância de repouso e turismo, para a gente vir passar umas agradáveis férias grandes.
Este planeta é um lugar de prova (e provação).É uma escola. É uma ponte de passagem. É o que é e cada um fez, faz e fará dele nas sucessivas reencarnações. E cada um nasce onde tem de nascer. Este planeta foi e será sempre economia de austeridade. Porque o terá julgado a sociedade de consumo uma teta inesgotável?
Cumpre-nos, sim, enquanto militantes da Inteligência, é ter um pouco mais de esperteza ao administrar o que temos, mais esperteza , pelo menos, do que aquela que os cientistas normalmente e ordinariamente, de tão inteligentes, revelam. Transmutar os contrários não é para tecnocratas nem sequer para místicos e neo-místicos.
Cumpre ao militante, se quiser sobreviver, aprender a sobreviver como sempre, através das gerações, os povos aprenderam: autobastando-se com o (mau e o bom) que tinham! Ciência tradicional tem, por isso, muito de ciência iniciática: ambas procuram transmudar os contrários em energia positiva.
Viver não é fácil! Que reles sociedade de consumo é que nos quis convencer dessa?
Isto não é só solos férteis, chuvas a preceito, a Natureza toda a trabalhar prá gente e a gente a descansar!
O militante terá muito claramente que evitar os dados inertes, estáticos, míticos que a ordinária Ciência da Natureza lhe oferece, para poder perceber o que em cada local se passa. Onde quer que o coração humano trabalha, esse lugar é sempre SAGRADO.
É evidente que se se estipular o cimento como único recurso para a construção civil, onde quer que não haja cimento a "brotar da Natureza" (da fábrica!...) lá está o cientista, economista, engenheiro, ministro ou lá o que for, a vociferar: " que terra tão pobre, não há cimento!...”
O militante revela esperteza superior à inteligência do economista, se disser apenas: vamos ver (com o olho ecológico bem aberto, alminhas de Deus!) quais recursos ou materiais para construção há aqui: na área, no local, na zona, na terra.
Era assim que faziam as comunidades quando a auto-suficiência lhes era imposta por abandono a que as votavam os poderes centrais.
É assim que terão de fazer as comunidades militantes do futuro quando a autosufïciência for a estratégia sine qua non de se furtarem à ditadura e ao monopólio dos poderes centrais, quer dizer, dos sistemas concentracionários na energia, na agricultura, no fertilizante, no combustível, no alimento, na educação, na medicina, na tecnologia, no vestuário, no tecido.
Reparai bem em Cabo Verde, militantes do Futuro: as condições naturais, as estiagens e secas, foram o grande pretexto para que o colonialismo mantivesse na miséria, na dependência, na escravatura e na subdesenvoltura um povo indómito.
Uma leitura ecológica de Cabo Verde, que é apenas uma leitura de todos os seus recursos, sem preconceitos nem dicotomias pseudo-científicas, sem hierarquias elitistas, modelos de perfeição e termos de comparação ideais, diz ao militante que Cabo Verde tem uma das maiores riquezas de mundo em energia solar. Para não falar na das ondas e na do vento.
Ao diabo os istas de todas as cores que o tenham negado e continuem negando.
SEMEAR O DESERTO, TRANSMUTAR OS CONTRÁRIOS, VENCER O FATALISMO DA CIÊNCIA ESTÁTICA (ORDINÁRIA)
Vocês agora, militantes radicais do futuro, generalizem este exemplo, passem a fio de espada todos os tratados de Pedologia que classificam os solos em bons e maus, em bonzinhos e mauzões, que distribuem adjectivos à direita e à esquerda; revistem bem os tratados todos onde se operam dicotomias como esta (tão falsas como esta) e avaliem do trabalho de limpar sótãos e teias de aranha que ao militante incumbe.
Por mim, estou velho, cansado, saturado. Que a juventude acorde .
Subverter a ciência ordinária e seus ordinários mitos - como esse da (in)fertilidade - não é das menores tarefas que incumbem ao leitor ecológico da realidade, emancipador de oprimidos.
Vocês, militantes do futuro, verão que sobre esses mitos assentam, depois, muitos outros de carácter político, económico, histórico.
"Portugal é um País pobre". "A vocação agrícola de Portugal é um engano". "O nosso regime de chuvas é desastroso". " Não temos recursos hídricos suficientes." "Somos pobres em energia.''
Enfim, o fado fatídico do costume, que podemos ler desde os livros integralistas aos do sr. Dr. Álvaro Cunhal. sempre a justificar com esses e outros slogans, esses e outros lugares comuns, esses e outros dados assentes da ciência, a inércia e inépcia do costume.
A realidade, para eles, é (foi) um dado adquirido para todo o sempre. Classificam. Dicotomizam. Moralizam. Fazem comparações e Portugal (claro!) fica sempre a perder, porque entendem eles, sempre, que Portugal tem de entrar na maratona dos outros, etc.
Até o facto de sermos clima mediterrânico, age contra nós. Até o território em declive do interior para o litoral nos torna propícios à erosão.
Enfim, um chorrilho de desgraças. E por muito que António Sérgio nos mereça uma incondicional admiração, não deve o militante esquecer-se de que ele contribuiu muito para enraizar alguns mitos, alguns complexos de inferioridade, na tarefa aliás muito patriótica e meritória de desmitificar outros tantos mitos da nossa irremediável estrutura biofísica.
Para o militante, porém, não pode haver este tipo de contra-chauvinismo, onde Portugal se toma para termo de comparação com território, solos, climas, bacias hidrográficas consideradas nos outros países modelares, ideais, óptimas e à luz das quais, evidentemente, estamos sempre a perder.
Este velho complexo de castração! Mas o que tem a ver um complexo com a objectividade da ciência?
Para o militante não se trata de fazer comparações com o "óptimo" (resta saber a que padrão se refere esse óptimo) mas de inventariar até ao fim, exaustivamente, o que de facto temos.
Até desertos, se os tivéssemos (embora o eucalipto esteja alegremente a fabricá-los), até desertos têm de entrar na contabilidade de uma economia ecológica. A velha e podre moral judaico-cristã, convenceu-nos a todos - e aos cientistas também - de que há um mal e um bem absoluto.
Para um militante radical, trata-se de saber que a vida, o mundo, a existência, a realidade é um jogo dialéctico em que terá de se jogar, continua e alegremente, com ambos os contrários.
Porém, quem nos ensina a transmutar os contrários?
De certo que não será a ciência ordinária de herança judaica: de um lado bons, do outro lado maus e abomináveis. De certo que não será a ciência estática e mítica. De certo que não será a ciência fatalista e fatídica, acompanhando-nos à guitarra e à viola - mas a ciência dialéctica do futuro, a Ecologia.
CIÊNCIA POPULAR É MAIS PROGRESSISTA QUE CIÊNCIA ACADÉMICA (Ordinária)
Aí estamos a descobrir a ciência popular. Aqui estamos, os militantes, dispostos a tudo para compreender, com os que sabem, o que ainda resta do saber original.
Aqui estamos com os amigos de Centro de Estudos Etnológicos, para com eles registar um pouca da ciência popular, da sabedoria popular, da tradição popular.
P.S.: A ciência ordinária vem indissolúvel e umbilicalmente ligada a um tipo de acumulação capitalista estruturalmente concentracionária que lhe definiu para sempre os contornos anti-ecológicos. A ciência ordinária tem uma raiz cancerosa: o dualismo. A ciência ordinária baseia-se na violentação da Natureza e na desorganização da Ordem do Universo: as suas leis são leis abstractas, não são leis funcionais. É escusado tentar ilibar esta ciência ordinária, profunda e estruturalmente anti-ecológica, a pretexto de que não temos outra. Demonstrado está que temos outra. E outras. Demonstrado está, portanto, que a única saída higiénica é desaprender tudo para começarmos a aprender alguma coisa.
Viva a greve dos doutores.
RADICAL QUER DIZER "VIRAR ISTO DE RAIZ (E DO AVESSO)"
Com ou sem Ecologia, e quer a palavra se popularize ou torne tabu, o que o eco-militante reconhece é a sua incompatibilidade com o sistema - cultural, social, político, científico, tecnológico, agrícola, didáctico, industrial - onde tem (sobre)vivido, e mal.
Muito antes de o sistema começar a poluir e a matar, muito antes dos escândalos a que na actualidade se assiste com os tecnocratas a dizer que é mentira - e que só nos seus braços temos salvação! -, muito antes de abrir falência e declarar bancarrota, muito antes de chegar à pituitária, ao ouvido, ao sabor, à pele das pessoas, muito antes de se estar afogado em poluição como hoje estamos, já havia quem tivesse percebido a burla estrutural deste projecto de (anti)civilização e proclamado que o Rei ia nu.
Mau grado o Beethoven, a catedral de Chartres, o Einstein, o Balzac, o Picasso e outras flores que é costume apontar como glórias da cultura europeia, muitas pessoas - mais poéticas ou proféticas - começaram a perceber que esta cultura era estruturalmente uma vigarice mas, acima de tudo, uma chatice.
Antes de matar à bomba (de cobalto) esta cultura matou de tédio, e bocejo, muito boa gente.
Hoje, o eco-militante tem que saber, de facto, como se safar dos que, funcionários zelosos, querem transformar a Ecologia na mesma chatice computarizada em que laboraram sempre e fizeram laborar os meninos das escolas e os adultos das universidades.
Com ou sem Ecologia, o militante tem na Ecologia uma forma drástica de lucidez: um bom pretexto para dizer basta. Um ponto de Arquimedes para revirar isto do Avesso. Está a tempo de a rejeitar.
SE O MILITANTE PERCEBER, PODERÁ JOGAR OUTRO JOGO
Se a vida não é um jogo, é uma tremenda chatice.
Se as teorias científicas - para lá de serem a burla que necessariamente são - não se apresentam, ao menos, divertidas, então nada feito.
Acontece que há teorias bacanas, mesmo fascinantes, vindas de culturas fascinantes e há teorias chatas, produzidas por cabeças chatas, cheias de lêndeas, cheirando a mofo, como por exemplo Darwin, Einstein, Egas Moniz , Pavlov, Odum, Norman Borlaug e sua genética da "revolução verde", Pasteur, etc.
Bom funcionário da FAO - que se dedica, como todos sabem, a alimentar a Fome no Mundo - , o Norman Borlaug é muito citado por René Dumont, o agrónomo que anda a ver também se lhe dão o Nobel, ou um pequeno subsídio que o ajude a desenvolver a campanha anti-natalidade. Melhor que o Nobel, agora, é o Prémio Pahalavi.
Também aqui a porca (da Ecologia) torce o seu retorcido rabinho.
Também aqui, no super-maltusianismo evidente, se revela o sofisma mais subtil da nossa época. Atenção...
O RECORDE DESTA CIVILIZAÇÃO: DESTRUIR CIVILIZAÇÕES
Nascendo num contexto real de (autosufi) ciência, a ciência popular é funcionalmente ecológica. Geógrafos há, na Universidade, que classificam as civilizações conforme o meio biofísico onde floresceram. Ainda há gente esperta .
As civilizações do barro e do granito são, por exemplo, estudadas por Orlando Ribeiro na sua "Geografia e Civilização".
A civilização do arroz, do trigo e do milho são também uma classificação corrente.
A civilização solar já é, no entanto, do domínio paracientífico e do realismo fantástico ...
Na ordem de antiguidade, porém, a civilização solar antecedeu as outras, o que coloca o paraíso no passado e não no futuro como querem os evolucionistas da escola Charles Darwin.
Pergunta pertinente: a não ser a Civilização dos 3 M, que outra civilização devemos aos universitárias da ciência ordinária?
A não ser a do carvão, do ferro, do petróleo, do urânio, do papel e do plástico, que de civilização temos nós?
Qual caverna nem meio caverna! Para o eco-militante , é disto que se trata: fundar uma civilização onde, no mínimo, não seja vergonha, vómito ou chatice existir.
Fundar uma civilização, porém, dá um certo trabalho.
Daí, portanto, que um certo folclore com comunidades, hippies, vida fácil e pobre, marginalidade boémia, "on the road" à Kerouac e outras flores nascidas de outros tantos equívocos mais ou menos alucinogénicos, possam ser outro atrazo de vida.
E lá voltamos ao tema: "ópera por dois tostões nunca houve" e construir uma civilização no meio da Morte, da Mentira e da Mistificação, dá trabalho.
Trabalho pertinaz, disciplinado, iniciático.
Em Nyima Zong, nos Alpes franceses, a malta levanta-se às 4 e meia da manhã para às oito já estar a trabalhar no campo, após uma frugal refeição.
Austeridade, vida unitária e comunitária, jejum de palavras ou de arroz, máxima economia bioenergética, tudo isto é uma disciplina de vida tal como a dos nossos ancestros. Quer dizer: em ordem iniciática não há ilusões, fantasmas, sofismas, mentiras. É o realismo ecológico (Michel Bosquet). Não se cria a ninguém ilusões de que viver é fácil, de que alguma vez foi ou será fácil. De que basta carregar num botão, engolir uma pílula, meter um supositório ou injectar-se com uma agulha hipodérmica.
A sociedade de consumo, que promete mundos e fundos, vem afinal afundar o desgraçado na inflação, na recessão, no desemprego, na instabilidade, na miséria, na fome. O que Ivan Illich chama a "modernização da pobreza".
É a esta miséria compulsiva que nos levam. É a esta miséria compulsiva que nos devemos recusar. Em nome de uma necessariamente difícil forma de viver (mas não tormentosa, escrava, alienada, instável, desorganizada e infeliz ) recusamos o folclore das facilidades, a eternidade num saquinho de marijuana e ópera por dois vinténs . É evidente que a eternidade não custa um saquinho de marijuana, custa um pouco diferente: trabalho, sofrimento, esforço criador, uma bioenergia bem administrada, alegria, verdade, um pouco menos de egoísmo, oh irmãos.
Se existe uma ordem do universo e suas leis, o militante sabe que tudo tem o seu preço: e que a felicidade (sendo possível) é acima de tudo saber como transmutar a infelicidade.
Nada de enganos.
Vamos trabalhar um projecto comunitário – mas vamos trabalhar mesmo. Nada vem por um botão, um supositório, uma pílula , um cigarrinho ou uma injecção. Com a inteligência, com o coração, com arte e com ganas, vamos trabalhar.
Como, aliás, fizeram os nossos trisavós que construíram civilizações tão expeditamente destruídas à traulitada por esta civilização cujo maior cometimento histórico foi, de facto destruir civilizações.
É do que ela, mais os portuguesinhos de quinhentos, se podem gabar. É o seu supremo título de glória. E é a colonização mental da ciência ordinária que temos ainda neste momento de gramar.
A ORDEM UNIVERSITÁRIA E A SUBVERSÃO ECOLÓGICA
Ao descobrir a determinante "ecológica" com o nome de “Política do Ambiente”, " Combate Anti-Poluição", "Conservação da Natureza", " Luta pela Qualidade de Vida", etc o sistema revelou-se atento e expedito.
Mostrou que não deixaria o crédito por mãos alheias e que trataria de recuperar a subversão, de modo a neutralizá-la e a canalizá-la, de novo, em seu proveito.
Para lá dos "duros" que continuam a cantar hinos à poluição e às centrais atómicas, espécie de cavernícolas que nem já se usam, eis que a ciência oficial se apressa também a apresentar os seus "cientistas e técnicos de Ambiente."
A estratégia de recuperação ocupa várias fases, que têm vindo a ser metodicamente executadas (metódica e "evangelicamente”) mas uma das mais importantes é a táctica dos sofismas postos a correr, pois nada melhor de que o condicionamento das mentalidades para condicionar tudo o mais.
O sofisma é a arma silenciosa e insidiosa que a ciência ordinária usa, quer para se desculpar de ser intrínseco niilismo, quer para propor plataformas de contemporização às massas (revoltadas) ou às minorias irritadas da contestação e do movimento ecológico.
Entre esses sofismas já denunciámos várias vezes o alegado neutralismo da ciência; mas em consequência directa da alegada neutralidade da ciência e da técnica vem o ecletismo: quer dizer, chegados à 25ª hora, ao momento da verdade, ao pega ou larga, e como a ciência oficial não quer largar, há que propor conciliações com o adversário, quer dizer, com a subversão ecológica.
Surge então um dos problemas mais interessantes da subversão ecológica e consequente construção de uma sociedade alternativa, paralela ou autogestionária.
Surge a pergunta: Essa adopção de energias limpas e tecnologias leves, será um salto qualitativo para a frente ou um retrocesso?
Aí é que a porca (da economia) torce o rabo, quer dizer, aí é que a porca da ciência torce o rabo da ecologia.
Haja o que houver, a ciência não quer ser acusada de reaccionária. Ela vive de ser progressista. Ela vive de impingir evolucionismo a domicílio. Ela vive de seus mitos queridos do futuro, do eden, do ideal, do "cada vez mais e melhor".
Há, portanto, que ter atenção, não vá a Ecologia - movimento já de si suspeitamente conservador - conduzir os cientistas seus simpatizantes a becos reaccionários e desevolucionistas.
Pelo ecletismo - um sofisma entre outros - a ciência ordinária propõe um pacto de progresso, uma "entente" cordial não só com a ciência popular como com a ciência iniciática. No primeiro caso, inventa e Etnografia , no segundo caso o realismo fantástico, as Ciências Ocultas e Paralelas, enfim, todo esse pandemónio de esoterismos à solta agora na moda.
Tudo isto, claro, sem jamais reconhecer que, além dela, existem outras ciências Porque todas as outras ciências acabam por aparecer como ramos e galhos recentes do tronco comum: a Ciência Absoluta. Mas ordinariamente absoluta.
Ora bem: sem jamais, nesse ponto, dar o braço a torcer, sem jamais evidentemente abdicar da sua hegemonia, assistimos então a casos de humor escocês dos mais hilariantes: o projecto do inventor Agnelo David , de Almeirim, para captação de energia das ondas é submetido a rigoroso exame e teste de um grupo catedrático; um grupo catedrático vai, igualmente, liderar a luta anti-nuclear, abarcando sob a sua asa maternal os movimentos e militantes do anti-nuclear; e quanto ao solar e ao eólico, são os laboratórios de ciência quem pode dar o último amen, a derradeira palavra, o imprimatur, o "faça-se" ou fiat lux; sem falar dos livros que os universitárias têm escrito, deslumbrados, a demonstrar que, embora não percebam patavina nem o porquê da energia Ki, eles dão também selo de autenticidade ao Yoga, à acupunctura, à macrobiótica e – hélas! - a outras curiosas quão exóticas práticas lá do Extremo Oriente. Práticas empíricas, claro, e que nada têm a ver com a ciência.
O importante , para a ciência ordinária ou oficial - aquela que mandando na Universidade manda nesta sociedade - é, portanto, continuar a deter a última palavra.
Eles é que decidem a legitimidade da subversão ecológica. Eles é que regulam a greve à sociedade de consumo. Eles é que abrem luz verde ao militante. Eles é que fazem sessões de esclarecimento anti-nuclear às massas de Ferrel. Eles é que cedem um pouca da sua catedrática sapiência em favor dos desprotegidos, do lumpen proletariado intelectual.
Antecipando um pouco as minhas MEMÓRIAS SEM MEMÓRIA, recordo uma.
Ao pronunciar-se sobre um trabalho jornalístico de inquérito ecológico sobre os atentados sobre o ambiente português - coisa que até hoje ninguém fez nem parece vir a fazer-se - um serviço ligado a uma secretaria de Estado que se diz da cultura pôs-me perante esta clara realidade: é possível que aquele trabalho tivesse algum mérito ou interesse. Mas primeiro o senhor Director-Geral reserva-se o direito de o submeter a um "especialista" ou "técnico" da Ecologia.
Tá-se mesmo a ver o que é que o muito especialista em Ecologia ia dizer de um trabalho de subversão e contestação ecológica.
Tá-se mesmo a ver que o diligente "examinando" não poderia jamais passar pelas malhas deste implacável e competente júri.
Tá-se mesmo a ver que destino reserva a ordem universitária a quem pense e decida pensar pela sua própria cabecinha.
Se o examinando está disposto a entrar no jogo, a curvar a espinha, a dizer amen e a mostrar-se rapazinho obediente , ele passa no exame. De contrário, chumba.
Tá-se mesmo a ver que, na tal secretaria de Estado da Cultura, não só me reprovaram o manuscrito sobre OS RIOS PORTUGUESES, ESSA ESPÉCIE EM VIAS DE EXTINÇÃO, como ainda por cima o crivaram de anotações à margem que eu, aliás, religiosamente guardo para a história, embora não saiba quem fez as anotações, como não sei, aliás, o nome e quem, de outras tantas vezes, me censurou, cortou os escritos ecológicos.
Querem todos, portanto, saber se a subversão ecológica nos atira para as cavernas ou se é a contestação e a construção autogestionária de alternativas ao Ecocídio, pelo contrário, a evitar que a Santa Tecnocracia nos atire para muito antes, ainda , da Idade cavernícola.
Estamos todas ansiosos por saber quem é e quem não é reaccionário.
Se é mais progressista adoptar o nuclear, se é mais prá-frentex adoptar a solar, como já fez o presidente Carter.
Mas, acima de tudo, queremos saber quem vai comandar o processo. A quem pertence a hegemonia. De quem vamos receber ordens. Se da "Raiz e Utopia" se da "Frente Ecológica".
Quem é o menino reprovado no exame de Ecologia e quem é o mestre que vai reprovar o Menino.
As universidades novas andam à compita a ver quem toma a frente da maratona.
3º SOFISMA
O catastrofismo (depois de nós, o dilúvio) é o terceiro sofisma da classe cientifística. Fora dela não haveria salvação. Fora dela é o caos. Fora dela ninguém se aguenta. Fora dela é só flores e militantes.
Neste sofisma, porém, é que a ciência ordinária tem vindo a perder terreno, desde que muitos começaram a perceber que o grande salto em frente desta revolução, o grande salto qualitativo desta transmutação, reside precisamente na descoberta das descobertas : HÁ MAIS CÌÊNCIAS ALÉM DA CIÊNCIA ORDINÁRIA e NÃO SÓ A SALVAÇÃO É POSSÍVEL FORA DA CIÊNCIA ORDINÁRIA, COMO ELA SÓ SERÁ POSSÍVEL FORA DA CIÊNCIA ORDINÁRIA,
Não só a ciência popular e a ciência iniciática são diferentes como são melhores. Trinta vezes melhoras.
Hegemonia, se a houver, será da ciência ordinária totalmente submetida à ciência iniciática e esta à ciência popular.
+
sabedoria-2> anexo ao file sabedoria-1>
PLACA GIRATÓRIA DOS ANOS 70
24/Maio/2001 - O texto que acabei de digitalizar, com o nome de sabedoria-1>, bem pode ficar como placa giratória dos anos 70. Escrito em 1977, apanha algumas fortes influências, como por exemplo: Nyima Zong, a reportagem em Nisa com o Francisco Sam Pedro, certas raivas contra os universitários , o projecto «Terra do Sol» que não passou do papel, mas, principalmente, a redescoberta das tecnologias populares e da equipa de Jorge Dias: Ernesto de Oliveira, Benjamim Pereira e Fernando Galhano (todos os livros deles, vendi-os ao Instituto do Ambiente) .
Estranhamente, o texto tinha a seguinte dedicatória: «Dedico este ensaio polémico contra a ciência universitária, ao meu amigo Dr. Boaventura Sousa Santos, Professor da Universidade de Coimbra e director da Revista de Estudos Sociais.»
Outros títulos que o texto teria tido: «Da Ecologia à Ordem iniciática, passando pela sabedoria popular.» «Em Louvor da Ciência que o Povo Ensina», «Manifesto ecológico pela ciência das ciências (ciência iniciática)», « Manifesto contra a ciência universitária, oficial ou ordinária.»
Surgem neste texto palavras e expressões que seriam, na época, decisivas para as futuras posições do autor:
Alternativas ao ecocídio
Catastrofismo (depois de nós, o dilúvio)
Ciência dialéctica do futuro, a ecologia
Ciência iniciática
Ciência popular
Civilizações solares
Ecletismo
Economia de austeridade
Energia das marés
Energia das ondas
Energia geotérmica
Energias limpas
Eucalipto
Evolucionismo darwiniano
Gás metano
Greve dos consumos
Leitura ecológica
Lumpen proletariado intelectual
Luz Primordial
Militante da dialéctica
Militante do futuro
Militante radical
Mitologia universitária
Sociedade alternativa, paralela ou autogestionária
Subversão ecológica
Táctica dos sofismas
Tecnologias leves
Vida comunitária ■
quinta-feira, 3 de junho de 2010
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