quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

ECOLOGIA AC 1974

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11-1-1992

É dos heróicos anos 74/75 um texto de Afonso Cautela, provavelmente inédito, contendo um projecto vibrante de trabalho literário e simultaneamente ecologista [interface que deu algumas das intuições ac mais polémicas],

A PALAVRA É DO POVO E DE MAIS NINGUÉM

# MANIFESTO DAS «VOZES SEM VOZ»
# CRÍTICA DO DISCURSO SOFÍSTICO DOS TRAVESTIS «AMBIENTALISTAS»
# REGRESSO DE AC ÀS ENTREVISTAS DO POVO
# DISCURSO NAIF E ARCAICO
# DE VIVA VOZ
# ESTE TEXTO PODERIA SERVIR DE COMENTÁRIO AO LIVRO DE AC «ECOLOGIA E LUTA DE CLASSES EM PORTUGAL»

Uma tese é comum aos discursos que traem a ideologia sobre a Natureza ao falarem de progresso, ambiente, técnica, futuro, sobrevivência, energia, ciência, sociedade, alternativas, consumo, crescimento industrial, desenvolvimento económico, curvas exponenciais, etc.
Vem a ser essa tese a seguinte: para lá do discurso aí patente, mais ou menos sofístico e travestido de ecológico, mais ou menos mitológico e teológico, de boa ou má fé, mais ou menos esclarecido e inteligente, guiado mais pela intuição ou mais pelo raciocínio, calculista ou prudente, generoso ou oportunista -- para lá da super-estrutura ideológica sempre deformante comum a esse discurso, é óbvio o contraste que estabelece com o discurso oral, iletrado, inculto e não erudito, do povo que associa a sua voz à sua luta.
O que se sublinha [neste volume, analisa e homenageia] é o fundamento ideológico correcto e rigoroso do (discurso do) pescador, do moleiro, da rendeira, do proletário rural, da dona de casa, do morador, sempre que falam da experiência sofrida, em contraste com o artifício dogmático, sofístico, postiço e falso do discurso culto, do discurso dominante.
Em outro volume -- «A Palavra é do Povo» -- se registará o discurso recolhido ao longo de algumas jornadas pelo País. Neste outro primeiro volume se procura a análise crítica de alguns discursos que podem ajudar tanto a vendar como a desvendar a realidade mas que concorrem quase sempre para a sua mitificação e mistificação.■

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