sábado, 7 de julho de 2007

ETANOL INDUSTRIAL - 3

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ANTES E DEPOIS DO BIODESEL:
SEM IMPACTO AMBIENTAL QUE SE SAIBA

Dia a dia, hora a hora, a nossa sorte melhora: já não é na página de Economia, nem na de Finanças, nem na de Comércio, que se podem encontrar as notícias frescas e boas sobre Ambiente. É nas da Bolsa, literalmente e sem metáforas.
«Mais de 500 milhões para o Biodiesel» - era o título do suplemento «Bolsa», do «DN» de 6 de Julho de 2007.
Fixemos a data, porque nos vai servir dentro de muito pouco tempo, em que o tempo será dividido entre duas Eras: antes e depois do Biodiesel, tal como era até agora antes e depois de Cristo.
O essencial de matéria tão vasta e tão complexa e tão global, ficou compilado na Ambio, em dois primeiros episódios do folhetim etanol industrial e espero que este possa ser o último. Imagino que os leitores devem estar já tão enjoados como eu. Depende do Ambiente, porém.
Se eu nem sequer sei o que é o Bioetanol, o Biodiesel e outros óis, anseio obviamente que os amantes da Biomassa que navegam na Ambio nos esclareçam em pormenor e com minúcia sobre efeitos, consequências, propriedades, vantagens e merecimentos dos ditos, o que até agora não sucedeu , desde que na Ambio publiquei,
em Abril e Maio de 2007 , um apelo para que os especialistas se pronunciassem sobre o fenómeno ambiental – tipo explosão – que temos vindo a verificar num crescendo até chegar, agora, a Bruxelas, um dos umbigos do Mundo.

https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/006885.html

https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-May/007293.html

https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-May/007302.html


Enquanto os amantes da biomassa não correspondem ao apelo que lhes fiz nessas três datas, socorro-me do que encontro e nos últimos dias, como já sabemos, têm sido algumas as intervenções de pesos pesados a fazer o elogio desta nova forma de destruir o que resta dos recursos verdes do Planeta Terra.

Porque, como também já sabemos, o fenómeno é global, vai de antípoda a antípoda e, quando chegar a hora do degelo universal, poderemos dizer que vai de pólo a pólo.
Não devemos retirar o mérito a quem o merece.
O Primeiro-Ministro, em Bruxelas, considera que «os biocombustíveis são uma oportunidade para os países em desenvolvimento».
Diz ainda que «plantações africanas são mais rápidas», ou seja, «a África tem um interesse directo na promoção dos combustíveis porque o continente onde as plantações podem ser feitas rapidamente»
A questão, de facto, é de velocidade. Mas vejam lá não tropecem. Ou não se estampem.
Ainda do primeiro-ministro: «o instrumento mais poderoso que o mundo desenvolvido tem para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) no sector dos transportes chama-se biocombustíveis.»
Infelizmente e como os peritos já provaram, é precisamente o contrário: não reduz mas aumenta.
Para Lula da Silva, «20 países produzem agora energia para 200».
Durão Barroso, presidente da Comunidade Europeia, disse:
«A União Europeia importa actualmente «mais de 80 por cento das suas necessidades petrolíferas e esta proporção tende a aumentar.»
A velocidade a que aludia o primeiro-ministro justifica-se.

O tema dos biocombustíveis vai figurar na agenda da próxima cimeira UE-África, marcada para Lisboa, em Dezembro.
Porque nos teria caído em cima esta fatalidade de liderar o «caos programado», o «caos organizado» é o grande mistério: a providência tem razões que a razão desconhece, coisas inexplicáveis, e apenas sabemos que Deus escreve direito por linhas tortas.
Tudo está escrito, como disseram os profetas. E talvez ainda estejamos a pagar algum karma que herdámos da guerra colonial: ainda nos cabia pagar mais esta (desmesurada) factura.

Falta só saber em pormenor o que dizem disto os ambientalistas : já apelei aqui, à maior autoridade portuguesa, o Viriato Soromenho Marques, de quem se pode dizer, com propriedade, que está com as mãos na massa.
E não apelo ao homem fatal da nossa idade:
1º porque um amigo me alertou de que estava a abusar do santo nome dele;
2º porque o «homem fatal» - e promotor do Festival Live Earth – deve saber de biocoisas & biomassas tanto como eu.
Até agora a única ajuda à minha expectativa veio de um amigo Ambionauta, o José Amoreira, que sobre o Etanol e CO2 disse algo de definitivo e indiscutível. E da minha querida amiga Paula Soveral, que indicou na Ambio três sites do contra.
Num momento em que a algazarra mediática atinge a guincharia mais desenfreada, é evidente que as nossas palavras – as minhas, as do José Amoreira e as da Paula – não podem ser ouvidas nem correspondidas.
Facilitarei aqui a vida aos amantes da biomassa, indicando as fontes noticiosas onde podem saber o mais importante:

http://dn.sapo.pt/2007/07/06/dnbolsa/mais_500_milhoes_para_o_biodiesel.html

http://dn.sapo.pt/2007/07/06/dnbolsa/socrates_acha_producao_biocombustive.html

http://dn.sapo.pt/2007/07/06/dnbolsa/vilas_produzem_energia_adubo_natural.html

E obrigado a todos, mesmo os que não leram. Afinal iremos todos para o abismo e devemos ser solidários. Pelo menos já sabemos quem nos empurra.

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