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UM EVENTO MEMORÁVEL: A REVOLUÇÃO DA BIOMASSA
Mais dia menos dia, mais noite menos noite, temos aí um «Prós e Contras» com a jornalista Fátima Ferreira a comandar um painel de ilustres para discutir os prós e contras dos biocombustíveis.
Discutir, de facto, é a forma mais democrática que a ditadura tem de impor os lobbies de interesses.
A breve cronologia que me dei ao trabalho de realizar é dedicada às novas gerações que deverão saber quem lhes preparou o «caos organizado» que irão viver nos próximos tempos. Quando chegar a hora da verdade, peçam contas aos responsáveis.
O SEU A SEU DONO
Eis a breve cronologia:
2003-08-30 – António Cardoso e Cunha fala em êxtase do Etanol, no jornal «Público»
2005-01-20 – Quercus alerta para o monopólio no Biodiesel e aliava-se à Associação de pequenos e Médios Produtores de Biodiesel no protesto.
2005-11-8 – SONAE entra na Biomassa, anuncia Belmiro de Azevedo.
2006-02-27 – George Monbiot desmonta a imensa fraude dos biocombustíveis-
2006-11-11 – Seminário da Quercus conclui com aprovação total e completa dos bicombustíveis em geral e alguns em particular
2007-05-18 – Agostinho Lopes, do PCP, na AR: «É ver o anúncio milagroso dos biocombustíveis , alguns deles autênticas aberrações energético-ambientais».
2007-07-06 – O clímax do «caos programado», em Bruxelas, protagonizado por Lula da Silva, Durão Barroso e Sócrates
2007-07-09 – No seu site on line, a companhia carris de Lisboa anuncia que acaba de aderir ao Biodiesel
Esta breve cronologia dos acontecimentos deu-me um certo trabalho mas valeu a pena: podemos agora reconhecer o mérito de quem o tem e merece, conhecendo mais alguns protagonistas da grande revolução da biomassa.
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2003-2007: quatro anos para incubar a grande ofensiva do nosso tempo, até nem parece muito. A aceleração dos eventos é uma das marcas dominantes da globalização. E funciona nos dois sentidos: se os programadores do caos têm andado depressa, como tentei mostrar nesta cronologia, também é verdade que os desprogramadores do caos igualmente se apressaram.
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A jornalista Ana Fernandes, no jornal «Público» ( 8-Julho-2007), secção de Economia, a propósito dos biocombustíveis, utiliza palavras muito significativas: «euforia», «os novos investimentos pululam», «mar de entusiasmos».
Depois, aponta os «senões» e para isso socorre-se de relatórios da ONU, da OCDE, da FAO, entidades acima de toda a suspeita: a FAO era especialista a defender os pesticidas tout d’abord. Mas hoje é pelo NIM aos biocombustíveis.
Divulgado no dia 4 de Julho de 2007, o relatório «sobre as perspectivas da agricultura mundial na próxima década», recorda:
«A crescente utilização de cereais, açúcar, oleaginosas e óleos vegetais para produzir substitutos para os combustíveis fósseis, isto é, etanol e biodiesel» levará, segundo o relatório, a preços mais altos das culturas, afectando, por arrasto, a alimentação animal, o que se irá reflectir nos custos finais.
Sem relatórios da ONU, da OCDE e da FAO mas baseando-me no instinto e no olfacto - ou seja, no meu basismo – tentei dizer isso mesmo, na Ambio, nas datas indicadas na breve cronologia:
2007 -04-01 – NEGÓCIOS DA BIOMASSA
2007-05-11 – MANIFESTO DO ETANOL – IN «AMBIO»
2007-07-5,6 E 7 – ETANOL INDUSTRIAL
Ainda bem que a ONU, a OCDE e a FAO ouviram as minhas preces e responderam às minhas perguntas. Aqui na Ambio, só o José Amoreira e a Paula Soveral me deram apoio. Ou seja: desta vez, em Julho, não fiquei a ladrar no deserto, como aconteceu em Abril e Maio. Alguém acarinhou e confortou a minha solidão.
Verifico agora, às 5 da manhã, que o Miguel Araújo publicou na Ambio o artigo de Ana Fernandes, no jornal «Público», secção de Economia: só queria sublinhar, nesse texto, o que diz dos agrocombustíveis:
«É que «bio» significa vida e os «biocombustíveis podem estar a destruir a vida».
Que seja uma jornalista da área da Economia, na secção de Economia do jornal, a destacar este insignificante pormenor da «vida», talvez signifique que os alegados ecologistas estão muito caladinhos ou colaborando com as forças dominantes. E que a batalha final é mesmo entre o Bem e o Mal, ou seja, entre a Utopia Ecológica e a Utopia tecnocrática.
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Que os biocombustíveis venham para combater o CO2, quando é exactamente o contrário, nem sequer chega a ser contraditório: é apenas uma perversão de um sistema perverso, de uma lógica perversa. Não deixa de ser eloquente do estado a que chegámos em matéria de «caos organizado», tecnocraticamente programado. Os algoristas podem cantar vitória.
O que foi, na RTP1, a transmissão global do Live Earth, confirmou o que já se previa: os comentários do público que giravam em rodapé confirmam que os algoristas já venceram esta primeira batalha da globalização. Todo o mundo parece vestir o mesmo uniforme e pensar de acordo com a filosofia globalizadora dele: faz alguma coisa lucrativa para que tudo fique na mesma.
Mas o que os marxistas chamavam «contradição» da sociedade capitalista é a eterna luta dos opostos. Alguém sairá vivo desta batalha final.
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2003-2007 : Quatro anos para incubar a grande ofensiva do nosso tempo-e-mundo, até nem parece muito. Tudo indica, pois, que esta aposta na Biomassa deve ser de origem extra-terrestre. Não surge de repente mas, inesperadamente, explode.
Em quatro anos de eventos – como se pode ver na breve cronologia – os vencedores da corrida podem dar-se por satisfeitos, mesmo que fique alguma má consciência, depois dos avisos da ONU, da OCDE e da FAO.
Ser responsável por mais fome, mais pobreza, mais deserto, mais CO2, não deve deixá-los dormir lá muito descansados. E daí...
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CRONOLOGIA DO CONTRA NA AMBIO:
2007 -04-01 – NEGÓCIOS DA BIOMASSA
2007-05-11 – MANIFESTO DO ETANOL – IN «AMBIO»
2007-07-5,6 E 7 – ETANOL INDUSTRIAL
MAIS DO MESMO CLIQU’AQUI:
http://www.catbox.info/catbooks/+newsletter+.htm
http://ecologiaemdialogo.blogspot.com/
E chega de biomassa: já enjoa.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
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