sábado, 4 de agosto de 2007

RETROCESSOS DO PROGRESSO

abjectos-2-nw

 O QUE ELES QUEREM

Todos os dias, a manipulação mediática se encarrega de fazer chegar até nós, notícia das grandes potências nucleares, insatisfeitas do que já fizeram e continuam fazendo como predadores de tudo quanto vive e mexe no Planeta Terra.
Por vezes  precisam de fazer constar que ainda estão em plena forma. Coligam-se então em grandes grupos continentais, para entrar na corrida de competência entre as grandes potências do Mundo.
1. No caso da Europa, o caso atingiu mais um pico do seu delírio com o consórcio traseuropeu para o projecto dos projectos : depois do Etanol e do respectivo consórcio à escala mundial, com liderança luso-brasileira e capital em Bruxelas, o projecto de fusão nuclear (meter o sol e as estrelas numa panela de pressão) é igualmente prometedor.
Para que vai servir e onde vai ser instalado, ainda  nos hão-de explicar: ao lado no CERN, na Suíça, até talvez ficasse bem. Mas também não interessa, consuma-se o facto e depois logo se vê, logo se explica  o sentido do evento onde se vão investir milhões.
Especialmente esperada é a opinião do professor Carlos Varandas que teve de deixar a presidência do Centro de Fusão Nuclear (CFN) para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração do consórcio europeu do projecto ITER.
Alguém há-de ter que informar a Nação disto e, principalmente, onde irão construir o contentor que, segundo julgo saber, e atendendo à primeira experiência de fusão nuclear (Bariloche, Ilha de Huemel, Patagónia, Argentina, 1948-1951) liderada por Ronald Richter, um alemão exilado, precisará de umas paredes algo espessas, qualquer coisa assim como 6 a 10 metros de espessura, uma espécie de muralha da China enrolada em caracol...
De caminho podiam lá meter dentro os pró-nuclearistas todos empenhados em produzir mais energia, não se sabe ainda porquê e por alma de quem, mas isso também não interessa.
2. A propósito da grande muralha da China, os Jogos Olímpicos de 2008 vão reacender os brios patrióticos da grande nação  candidata ao primeiro lugar em muitos pódiuns mas agora em mais um: manipular o clima para que não chova na cerimónia de abertura:
Na internet, pode ser lida a notícia da Lusa:
««17-07-2007 09:40:35
CHINA TESTA SISTEMA PARA AFASTAR NUVENS DURANTE OLIMPÍADAS
Pequim, 17 Jul (Lusa) - O instituto meteorológico chinês vai utilizar foguetes para dispersar as nuvens e afastar a chuva. Com a medida, o governo pretende garantir o sol brilhando durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, informou o jornal oficial China Daily nesta terça-feira.
Segundo o director da Administração Chinesa de Meteorologia, Zheng Guoguang, os primeiros testes estão prestes a começar.
Ao diário, Zheng diz que o próximo mês será a última oportunidade para testar em condições atmosféricas semelhantes às que serão encontradas entre 8 e 24 de agosto de 2008, quando acontece a competição olímpica na capital chinesa.
Em Junho, o engenheiro-chefe do Serviço de Meteorologia de Pequim, Wang Yubin, questionou a eficácia da medida, alegando que provocar a formação de nuvens para produzir chuva ou dispersá-las para a evitar o fenómeno "não é uma tecnologia que tenha dado provas de funcionar".
"A dispersão é um processo mais difícil do que forçar a chuva. Estamos ainda numa fase experimental no que se refere à dispersão da precipitação, mas vamos continuar os esforços", disse Wang.
De acordo com o histórico fornecido pelas autoridades chinesas, há 50% de probabilidade de chover durante a cerimónia de abertura e a festa de encerramento dos jogos.
A chuva artificial é uma técnica usada há décadas na China, apesar da discussão pública provocada pelo assunto.
A organização dos Jogos Olímpicos Pequim 2008 representa um investimento de US$ 40 biliões (R$ 74,6 biliões), em grande parte destinado a financiar infra-estrutura de transportes, como quatro linhas de metro e uma linha de comboio que vai ligar a cidade ao aeroporto.»»
3. Mas o projecto já no terreno (perdão, no Oceano) é o da Rússia, que procura petróleo e outros bens essenciais no mar Árctico. Em vez da notícia peca e seca, prefiro transcrever aqui um comentário do  jornalista Sena Santos, no «DN», que resume o contexto russo-americano da expedição: afinal a guerra fria parece também (e graças a Deus) continuar por outros meios:
««RUSSOS E AMERICANOS
por Sena Santos, jornalista
É motivo de preocupação a Rússia depositar a bandeira na extrema profundidade do Pólo Norte? "A expedição exprime as veleidades territoriais de Moscovo sobre o Árctico e seus tesouros em gás, petróleo, diamantes" [Le Figaro]; "A missão russa é um feito científico com objectivos políticos" [Il Manifesto]; "A Rússia procura a base científica que lhe permita a soberania sobre a cordilheira polar, onde estão adormecidos 25% dos hidrocarbonetos do planeta" [El Mundo]; "Rússia começa a abrir a batalha do Árctico" [La Tribune].
Para The Independent, "neste tempo, qualquer gesto russo é visto com suspeição, mas Putin revela mais fraqueza que força". Neste caso, "a missão pode ser equiparada em qualidade técnica e audácia à de 1969, na Lua", com a Rússia a querer "ganhar vantagem sobre os outros estados árcticos (EUA, Canadá, Noruega e Dinamarca), pelo tesouro polar". The Independent, no editorial, defende "que o Árctico continue lugar intocável da natureza". The Guardian: "O Pólo Norte é património da humanidade, não pertence a ninguém e pertence-nos a todos; assim deve continuar, sob bandeira da ONU."
4. Por hoje chega de grandes notícias, embora ainda houvesse mais umas quantas merecedoras de atenção, na linha do grande progresso da humanidade:
REN quer ser líder de eficiência na Europa (26 de Junho de 2007)
EDP será a maior empresa fora de Portugal em 2010 (13.Julho.2007)
Lula da Silva quer Brasil como potência nuclear (17.Julho.2007).


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