quinta-feira, 28 de junho de 2007

UTOPIAS

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A SUSTENTABILIDADE EM DUAS VELOCIDADES

A publicação em português de dois livros da série inglesa «Cadernos Schumacher para a sustentabilidade» é uma boa oportunidade para dizer que o eco-ambientalismo não nasceu ontem nem anteontem mas que mergulha raízes no pensamento profético de alguns autores que pressentiram com alguma antecipação as variações do sistema que vive de ir massacrando os ecossistemas.
Um dos mais inspiradores foi E.F. Schumacher com a sua obra seminal «The Small is Beautiful», paráfrase providencial do «Black is beautiful», quando o racismo ainda era prioridade e tema de conversa nos meios intelectuais da «intelligentzia» dita burguesa.
Mas não sei se E.F. Schumacher teria, alguma vez, falado em «sustentabilidade», nomenclatura esta recente ou que só recentemente se vulgarizou.
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O conceito de «sustentabilidade» ou «desenvolvimento sustentável», já adoptado pela nova classe dirigente – os eco-tecnocratas – vem assim substituir conceitos «antiquados» e «fora de moda» do realismo ecológico ou eco-realismo. Classificados, desde sempre, como «folclore» pelo tecnocrata puro e duro.
Inspirado na utopia ecológica dos anos 70 e 80 do século passado, o «desenvolvimento sustentável» chamava-se então «eco-desenvolvimento» e é precisamente o seu oposto.
Nada de saudosismos, porém: esta oposição tem duas vantagens:
Primeiro, deixa intacta a utopia ecológica que os eco-tecnocratas se encarregaram sempre de denegrir;
Segundo, mostra em todo seu esplendor, o que é a eco-tecnocracia.
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Com o título «Sustentabilidade», os maiores e melhores empresários do País editaram uma espécie de Anuário compilando os muitos, vários e lucrativos negócios que a «sustentabilidade» pode sustentar.
É um bocado pró caro e só pude folhear na Livraria. Mas parece-me que tem uma omissão grave: ainda lá não figura a empresa de energias renováveis que acaba de entrar na Bolsa de Lisboa com extraordinário (estrondoso) êxito e uma outra que se prepara também para lá chegar. Uma segunda edição, porém, irá actualizar o panorama de empresas e empresários verdes em rápido crescimento.
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Tal como o Al Gore definiu, a filosofia é: «não mudes de sistema mas faz algumas alterações (de fachada) no sistema com o que terás muitíssimo a lucrar. E vai depressa. Só tens até ao dia 21 do 12 de 2012 para mostrar o que vales.»
A utopia ecológica ou eco-realismo onde o conceito de «sustentabilidade» foi beber é precisamente o oposto e diz: «muda o sistema e o estilo de vida, contribuindo para uma sociedade paralela ou eco-alternativa.»
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É claro, portanto, que a sustentabilidade deste «pool» de empresários não tem muito a ver com a sustentabilidade dos livros agora traduzidos e publicados pela editora do meu amigo José Carlos Marques, a «Sempre em Pé», com a qualidade que já se tornou proverbial em tudo o que o José Carlos dá à estampa.
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E é claro também que a «sustentabilidade» destes dois autores – James Robertson e Herbert Girardet – se filia na utopia ecológica de E.F. Schumacher e outros e não nas utopias eco-tecnocráticas que proliferam hoje como cogumelos.
Quem vai ganhar este primeiro round é mais do que previsível.
Já é mais imprevisível quem irá ganhar a guerra.
Trata-se da batalha final – a do Armagedão – e essa continuará em segredo dos deuses até ao minuto final.
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O que hoje os adeptos da «sustentabilidade» classificariam de «folclore» são alguns itens usados pelo realismo ecológico e que foram automatica e completamente banidos do actual discurso verde:
Crescimento exponencial e logarítmico
Deseconomias externas
Eco-alternativas de vida
Eco-desenvolvimento
Eco-realismo
Lógica absurda do crescimento
Macrocefalia urbana
Macrossistema contra ecossistemas
Megalópolis tentacular
Monopolismo industrialista
O gigantismo é sempre anti-ecológico
Pan-economicistas
Realismo ecológico
Sociedade paralela
Tecno-estruturas
Tecnologia intermédia
Tecnologias doces
Tecnologias leves
Tendência concentracionária
Utopia ecológica
Vida Alternativa
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Sobre estes e outros conceitos fora de moda (remontam aos anos 1981, 85 e 87 do século passado), talvez ainda se encontrem uns restos em sites ditos esotéricos ou folclóricos e alguns indexados pelo Google:

http://www.catbox.info/catbooks/+newsletter+.htm
http://ecologiaemdialogo.blogspot.com/
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/+files%20a-z+.htm
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/ecologiaemdialogo.htm
http://bookscat.blogspot.com/

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