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ME CULPA, MEA GRANDE CULPA
Ontem, 25 de Junho de 2007, descobri várias coisas que passo a comunicar a todos os meus amigos, tenham ou não valores na Bolsa de Lisboa.
-As boas e grandes notícias de Ambiente e/ou Ecologia devem ser procuradas nas páginas de Economia dos jornais generalistas (no «Diário de Notícias», pelo menos, e devido ao sempre atento António Perez Metelo) ou nos diários e semanários económicos, verbi gratia «Jornal de Negócios», «Diário Económico» e «Agência Financeira» que julgo ser apenas on line.
-Compreendo agora que o José Amoreira me tivesse criticado por eu não falar de Ambiente na Ambio: de facto, a minha insistência em referir o biodiesel, o biocombustível, as fotovoltaicas, a termoeléctrica, a biomassa, as barragens, as eólicas (claro!) e a desertificação, é imperdoável, pois tudo isso pertence à área da economia e dos especialistas em Economia.
Ambiente e ambientalistas não têm que se meter nisso. Arrependo-me sinceramente de lá ter ido meter o nariz.
- Compreende-se também que as notícias de Arte devam começar a ser procuradas nas páginas e semanários de economia, secção Bolsa de Valores. O caso de um conhecido magnata, que ofereceu ao País uma colecção de Arte, vem apenas comprovar o que se disse. E também, como é óbvio, vai desembocar na Bolsa.
- Quem anda a ver navios somos nós, os pitosgas, que não percebemos nada disto mas que deveríamos aprender. Mas que temos de aprender: a utopia ecológica anarco-liberal já lá vai, é tempo de alinhar pelo espírito do tempo.
- Para já, a entrada na Bolsa de uma empresa agora especializada em energias renováveis, foi um dos maiores acontecimentos dos últimos anos, pois, como refere António Perez Metelo, no «DN» (25 de Junho de 2007) «a entrada na praça financeira de uma empresa já não acontecia há vários anos.»
Mesmo os que estão dentro do assunto, devem ter ficado surpreendidos.
E vão, como eu, comprar desde já umas acçõezinhas ao preço irrisório de 8 euros.
- É óbvio que vamos todos ficar ricos e ao Ambiente, perdão, às energias renováveis, o devemos.
Finalmente está explicado o enigma que me intrigava – a escalada de notícias avulsas sobre a proliferação de projectos - e penitencio-me de algumas críticas que pudesse ter feito sobre os biocombustíveis e até mesmo sobre as simpáticas eólicas (muitas e boas). Mas principalmente com o alarmismo da desertificação: a culpa foi da AEE , que coloca Portugal entre os três países mais desertificados da Europa, mas que tem isso a ver com Ambiente?
Tanto mais que o meu colega Jeremy Rifkin veio a Lisboa e confirmou que Portugal irá liderar a produção de Energias Renováveis na Europa.
Se é assim e se ele tem autoridade moral, científica, astronómica, para o dizer, rendo-me às evidências e peço desculpa.
- Mas as boas notícias não acabam aqui: além da empresa que acaba de entrar na Bolsa, uma outra empresa trabalha activamente e é notícia na segunda página de Economia, secção de Ambiente (?), do «DN» do mesmo dia.
Irá liderar a «estratégia para as centrais de biomassa».
- Mais: as duas empresas vão processar o estado Português: uma vai «relançar na Comissão Europeia a queixa apresentada contra Portugal por violação à lei da concorrência»; a outra, prepara-se para processar o Estado por imposto de selo.
A filosofia de António Sá da Costa está certa: «Deixem-nos trabalhar».
Como hoje não falei de Ambiente e muito menos critiquei fosse o que fosse, já sei que um grande silêncio irá receber esta minha mensagem. Paciência. A vida tem destas coisas.
O que eu pedia aqui na Ambio, em 22 de Junho, um directório que coordenasse as notícias para a gente ver o panorama que se desenha, vem agora, três dias depois, com todo o pormenor em três páginas de um jornal generalista.
Ainda bem que tudo acaba em bem. A malta bem informada, confortada com umas boas acções e umas férias de Verão que se aproximam. Afinal lideramos o mercado de energias renováveis da Europa. Não será um bom motivo de orgulho e satisfação?
O 21 de Junho é bem dado, pelo calendário Maya, como a data de viragem entre dois ciclos, um que morre e o outro que nasce.
Que o ciclo que nasce – o tempo das Energias Renováveis - seja auspicioso e nos traga as maiores prosperidades.
A filosofia do Al Gore está certíssima: «Não mudem de sistema e aproveitam o que está com algumas reformas de fachada. Só têm a lucrar com isso. E até 21 de Dezembro de 2012 o mais tardar».
MAIS DO MESMO CLIQUE AQUI:
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quarta-feira, 27 de junho de 2007
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