segunda-feira, 2 de agosto de 2010
ALQUIMIA E COMUNICAÇÃO INTERCELULAR
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ALQUIMIA E COMUNICAÇÃO INTERCELULAR
19/1/1997 - Sem alquimia não existe tratamento, não existe cura, não existe terapia nem autoterapia. Em suma, não existe informação e circulação de informação intercelular: como se sabe, todas as doenças são bloqueios energéticos dessa informação intermolecular.
Proverbialmente, a sabedoria do povo diz que o conhecimento passa pelas «tripas» , quer dizer, o conhecimento, tal como o alimento (porque o alimento também é informação) tem que ser digerido, melhor ou pior digerido, o que significa, em termos mais eruditos, em termos da ciência moderna, metabolizado.
Nesta linha de raciocínio estamos perante o primeiro binómio determinante da alquimia alimentar e, portanto, da vida:
a) assimilação
b) desassimilação
É um primeiro par de opostos que nos aparece, sabendo nós que outros pares opostos complementares irão surgindo ao longo do nosso estudo:
a) Yin-Yang
b) Sódio/Potássio
c) Endoderme e Exoderme da célula
d) Sono/Vigília
e)
A vida é Ritmo, como lembrou o nosso colega Salomé, e aqui, em Noologia, estamos constantemente a verificá-lo: a vida processa-se bipolarmente, não admira, portanto, que, ao estudar a vida e a alquimia da vida, nos confrontemos com sucessivos pares de opostos.
Opostos que, como afirma o taoísmo yin yang e todas as grandes tradições, são complementares. Ao contrário do que toda a cultura ocidental nos tem inculcado.
Seguindo a lógica das operações alquímicas - condição sine qua non para que a ciência se transforme em sabedoria - outro par de opostos se impõe, sempre que haja movimento, sempre que à estagnação energética multimilenar se sucede, energeticamente falando, o movimento:
a) Solve
b) Coagula:
É outro par de opostos que os alquimistas referiram sempre e a que o taoísmo chama, de maneira muito atraente e convidativa:
a) Yin
b) Yang
Para já, uma analogia se impõe:
a) Solve é o equivalente /correspondente ao yin taoísta e ao centrífugo da física moderna
b) Coagula é o equivalente /correspondente ao yang taoísta e ao centrípeto da física moderna.
Um não existe sem o outro, como claramente se pode ver no símbolo do yin-yang.
Ou antes: se um quiser existir sem o outro, surge a patologia, surge a doença, surge a desordem e a desarmonia:
O princípio da interdependência seria mais um ( o 16º sexto, a juntar aos 15 princípios que o nosso colega Salomé muito bem enunciou e que são verdadeiros pontos cardeais na viagem pelas energias)
A interdependência energética entre todas as partes do Todo - é um dos postulados fundamentais da Noologia e, portanto, deste nosso curso. Não o percam de vista.
Prosseguindo os factores sine qua non da alquimia da vida, deparamos com aquilo que tradicionalmente os hipocráticos e neo-hipocráticos chamam limpesa, catarse (os gregos até com o teatro trágico e sua catarse faziam medicina...) e mais modernamente desintoxicação.
Tudo bem e tudo certo.
Um organismo intoxicado por poluições químicas, por ambientes patógenos, pela medicina química, pela alimentação defeituosa e com carências, por todos os factores que se conhecem diariamente e que constituem matéria da Ecologia Humana, sucedânea da clássica Toxicologia e antecedente da moderna Holística , ficará evidentemente diminuído na sua capacidade energética de assimilar/desassimilar, ou seja, de metabolizar ou alquimizar a informação alimentar, por melhor que ela seja.
E toda a informação terapêutica por melhor que seja a terapia e a energia fornecidas: ou seja, sem esta condição sine qua non, que é um terreno orgânico limpo e energeticamente desimpedido, todas as terapias falham, por melhores que elas sejam e por mais competentes que sejam os terapeutas.
Em termos energéticos é sabido, por exemplo, que uma aplicação de agulhas de acupunctura , partindo do princípio que acerta no ponto ou ponto indicados, (o que é, na maioria dos casos, muito problemático) , resultará mais ou menos em função do estado de toxemia do organismo.
Toxemia é um termo predilecto dos neo-hipocráticos, entre os quais me permito sublinhar o nome de um grande português, Adriano de Oliveira, que bem merecia, nos seus 80 anos, a homenagem de gratidão de uma classe que nem os seus melhores mestres sabe reconhecer.
A Medicina do Terreno, por um lado, a Metabolic Medecine e a Medicina Orto-Molecular por outro, são assim, depois dos neo-hipocráticos, as mais modernas correntes que levam em consideração a globalidade holística do ser humano.
A desintoxicação, como eles chamam, será só por si matéria de um longo capítulo do nosso estudo - como o deverá ser, creio, da cadeira do Prof Salomé.
Pelo que já vimos, haverá sobreposições entre estas duas cadeiras, mas isso, evidentement, é inevitável quando se trata de disciplinas tão próximas e afins.
PH - Avançando para outros factores sine qua non de um tratamento orto-molecular e que normalmente tão esquecidos são na prática clínica corrente, vamos sublinhar agora a importância do chamado PH ou equilíbrio Ácido/Alcalino.
O PH põe em evidência outro par de opostos, relativamente ao qual teremos que ser justos reconhecendo à Macrobiótica a corrente que deu ao PH o ênfase, o relevo e a importância que ele tem na alquimia alimentar.
É o factor básico do terreno, determinante de todos os outros.
E porque foi a Macrobiótica a «descobrir» a importância do PH?
Porque no jogo ou balançé energético entre o yin (centrífugo) e o yang (centrípeto) logo se constatou uma relação fulcral, decisiva na nossa alquimia diária:
a) O yang assimilado ao poder energético do Sódio
b) O yin assimilado ao poder energético do Potássio.
Para o bem e para o mal, estes são os dois macroelementos da nossa glória e da nossa miséria.
Sal e sais minerais, só por si, constituem um capítulo da Noologia Alimentar.
Tudo passa pelo equilíbrio entre um e outro, entre Sódio e Potássio. Mas equilíbrio não significa que tenhamos que andar sempre com uma balança às costas a medir o Ph, a avaliar o teor de Sódio e de Potássio que entra na nossa alimentação diária.
E aqui entra outro grande princípio da nossa conduta noológica relativamente às energias alimentares e nem só: a simplicidade do bom senso ou mesmo, sem desprimor, do senso comum, tão desprezados pela ciência erudita.
Bom senso e senso comum são um património do (in) consciente colectivo a que em Noologia deveremos reconhecer a nobreza e a imensa riqueza humana.
Que queremos nós dizer com isto?
O yin-yang, a relação Sódio/Potássio, o PH, se for alquimizado entra, digamos, no nosso feeling diário, naquilo a que os psicólogos chamam intuição , naquilo a que em Radiestesia Holística chamamos o sexto sentido. Instintiva-se a informação: que é outra definição de alquimia.
Se tivermos na nossa cozinha, à frente do nariz, uma tabela com os alimentos de reacção alcalina e os alimentos de reacção ácida podemos ajudar a memória e consultar a tabela sempre que, perante um determinado alimento, tenhamos dúvidas sobre a sua energia, sobre se ele será muito acidificante ou muito alcalino, muito yang ou muito yin.
Um dos objectivos do nosso estudo é aprender a «ouvir energeticamente o nosso organismo». Ou seja: a interpretar os sinais, mais ou menos subtis, que ele nos envia, antes de entrar em crise declarada (aquilo a que chamamos doença), como reacção às acções que sobre ele efectuámos - quase sempre e paradoxalmente com pouco amor por nós próprios.
Acção/Reacção - eis outro postulado que podemos juntar à lista indicada pelo colega Salomé. Um alerta, desde já, sobre um aparente paradoxo: que poderá surgir quando começarem a praticar o jogo de balancé entre ácido e alcalino, entre Potássio e sódio, entre yin e yang.
Um alimento de sabor ácido não significa necessariamente que tenha, no estômago, uma reacção ácida. É o caso típico do limão - e dos outros citrinos.
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4 POSTULADOS BÁSICOS (PRINCÍPIOS ORIENTADORES) DE NOOLOGIA MÉDICA E ALIMENTAR
1 - A abordagem das energias humanas feita pela ciência médica fica-se pelas calorias: para a ciência médica que temos e nos trata, o ser humano é pouco mais (ou pouco menos) do que uma caldeira... Produz calor e, portanto, deve ingerir calor. Ponto final.
Como a Noologia não se cansa de afirmar, temos muitas outras energias, em quantidade e qualidade, para conhecer. O ambiente (endógeno e exogéno) do ser humano - aquilo a que o Padre Teilhard de Chardin chamou Noosfera - é muito mais vasto do que a ciência afirma. O padrão «calorias» não esgota, portanto, todos os aspectos, níveis e energias que devem considerar-se implicados no universo humano. Assim o postula e demonstra uma abordagem não reducionista e portanto holística do fenómeno humano.
2 - Macrobiótica não significa, como alguns disseram, «a arte de viver muitos anos» mas o «reencontro do ser humano com a grande via da ordem universal». Tem isto a ver com as modernas ideias da ecologia e da holística - tudo se liga a tudo - mas tem a ver, também, com o pensamento budista nos seus vários ramos históricos, desde o zen ao budismo tibetano. Tem a ver com a vanguarda ecológica mas também com as raízes da sabedoria mais antiga e profunda, à luz da qual a ciência moderna é uma lamparina fumarenta e mal cheirosa.
Nascida da grande sabedoria original - que J.A. Lavier liga directamente ao legado da Atlântida ( «Bio-Énergétique Chinoise», Maloine, Paris, 1983), - a macrobiótica foi trazida ao Ocidente e aos tempos modernos pela mão do japonês Jorge Oshawa: entre os actuais praticantes da macrobiótica poucos foram, porém, os que a viram na sua dimensão universal, nas suas implicações culturais e na sua natureza de disciplina iniciática. Limitam-se quase sempre a encará-la como «mangedoura de arroz integral» (como um dia disse Víctor Quelhas) e pouco mais.
Poucos quiseram ver, também, na Acupunctura , baseada na bioenergia dos meridianos que percorrem o corpo humano, a mais antiga medicina ecológica. Poucos foram também os que entenderam no budismo e nas práticas de yoga a ecologia primordial, onde os novos movimentos em defesa da natureza terão que ir beber se quiserem perceber alguma coisa do que estão fazendo.
De onde viemos e para vamos? Esta é apenas uma das perguntas a que um convívio com a dialéctica taoísta do yin-yang poderá dar um princípio de resposta.
3 - Entre os métodos naturais de curar, a alquimia alimentar yin yang foi um dos que se mostraram mais simples e mais eficaz no combate a um grande número de doenças, para as quais a Medicina não soube (ou não quis) encontrar tratamento adequado. O êxito moderno desta antiga arte de curar deve-se, em parte, à profunda crise que mina até aos alicerces a medicina química e sua sequela iatrogénica. Mas as efeitos psíquicos e morais do alimento físico contam-se também entre os factores que explicam uma maciça adesão à macrobiótica.
É também como um método de «alargamento de consciência» que deveremos , em Noologia, encarar a Alquimia Alimentar do Yin-Yang.
4 - Enquadradas pela análise ecológica da sociedade industrial e suas alienações, suas poluições, suas constantes e sistemáticas agressões ao ser humano, as terapêuticas ditas naturais aparecem como tecnologias apropriadas e desalienadoras, no contexto mais vasto das tecnologias libertadoras e humanistas ou de auto-suficiência em todos os campos, incluindo o energético.
O fundamento «científico, que alguns reclamam, para as terapias naturais é , exactamente, o facto de constituirem eco-alternativas às servidões tecno-burocráticas da sociedade industrial e de consumo. E chega.
Os lobbies que vivem da doença e de uma medicina que adoece indignam-se com as alternativas ecológicas das terapias naturais, porque sabem que :
a) São científicas
b) São necessárias e suficientes
c) São uma alternativa viável, já, e não uma utopia.
Escapar ao sistema totalitário da engrenagem industrial, provoca sempre, em qualquer campo, redemoinhos; mas escapar, pelas eco-terapêuticas, à medicina que vive de ir matando e adoecendo, suscita um redemoinho ainda maior: pela praticabilidade, facilidade e baixo custo da sua apropriação por todos os seres humanos.
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