MANIFESTO ABJECCIONISTA
[ 17/9/1967] - Devo considerar este manifesto abjeccionista escrito sob a influência da revolta surrealista, sem que tivesse ainda superado os dados nela contidos no que respeita à tradição esotérica.
Duas (ou três?) leituras posteriores devo reconhecer que me impedem hoje de subscrever inteiramente essas páginas: refiro-me ao movimento da revista «Planète» (que pretende uma síntese da ciência e da sabedoria), à experiência pessoal com a alimentação vegetariana e tudo o que [ de herético e subversivo] a Naturopatia implica e prescreve, e uma aproximação da prática dialéctica, na sua ortodoxia marxista ou nas suas expressões intelectualizadas: encontros de Genebra (ex: «Como Viver Amanhã», «Progresso Moral e Progresso Técnico»), António Sérgio, Danilo Dolci, personalistas [cristãos], etc. , Erich Fromm.
Nesse manifesto abjeccionista [existe separata deste manifesto inédito?, 20/2/1992] parece-me subsistir a crítica aos «males da civilização», apenas que me parece hoje existir na própria civilização (considerada na totalidade) os antídotos eficazes [ doce ilusão desses tempos!] contra os desvios perpetrados pela tecnologia, pela industriocracia e, enfim, pelo economicismo que um capitalismo de esquerdas e direitas tem feito prevalecer sobre um humanismo que fundamentalmente precisa de planificar e hierarquizar a tecnologia , em vez de a deixar proliferar, como um cancro, à medida da sua voracidade. ■
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