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16 de Abril de 2008
2 CONSÓRCIOS E MUITAS SIGLAS
Ainda não decorreu um ano sobre o que aqui se disse da fusão nuclear e respectiva confusão (Projecto europeu ITER & Cª), mas nova e bombástica notícia surge sem que os meios científicos se sintam minimamente abalados com o choque: o CERN/LHC (o maior acelerador de partículas do mundo) vai ser finalmente inaugurado em Agosto, mês quente por excelência.
Está tudo sob controle, dizem eles. Mas isso é o que dizem sempre, antes da catástrofe suceder.
Os especialistas que me desculpem mas lá tenho eu que voltar às generalidades.
Em dois pontos:
ponto 1, relembrando o que ficou publicado aqui em 19 de Julho e 4 de Agosto de 2007:
ponto 2, relembrando o que ficou publicado aqui em 15 de Abril de 2008.
Ponto por ponto coincidem em nos preparar o fim-do-mundo e até do Cosmos conhecido.
Única dúvida do macaco: é que o CERN/LHC, já em Agosto, pode perfeitamente invalidar o projecto ITER (liderado pelo professor Carlos Varandas do CFN)
Assim como assim nem dá já para fazer as malas e arrumar bagagem.
Repito o rogo: deixem ao menos abrir os Jogos de Pequim, sempre tínhamos uma festa armada e muitos foguetes para celebrar.
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PONTO 1
varandas-1-ac-ab> 19 de Julho de 2007
CORRIDA CONTRA O TEMPO: A META ESTÁ PRÓXIMA
Carlos Varandas, catedrático do IST, sobe ao podium e será o presidente do Conselho de Administração do consórcio europeu para o projecto ITER, a maior experiência mundial de fusão nuclear.
Uma glória para Portugal, agora que recebemos a triste notícia (via Saramago) de que iremos, dentro de meses, fazer parte, como província, de Madrid.
Não faço ideia do que seja a (con) fusão nuclear e o ITER mas deve ser giro e caber em pouco espaço. Quiçá nos amplos terraços do IST, ali ao cimo da Alameda D. Afonso Henriques, fundador da nacionalidade. Em último caso, porque não em Marte?
Haverá com certeza alguém, no âmbito da Ambio, capaz de nos explicar em pormenor o que significa todo esse progresso desse projecto: «demonstrar cientifica e tecnicamente a viabilidade da energia de fusão e testar a operação simultânea das tecnologias necessárias para o operação de um reactor nuclear de fusão».
Voltamos a ser pioneiros e aí está o reactor de Sacavém a provar de que antes de o ser já o éramos. Faz cá falta é o Kaulza de Arriaga, um dos grandes fundadores da Pátria logo seguido do D. Afonso Henriques.
Para Carlos Varandas, o novo cargo é motivo de contentamento, já que traz «prestígio ao País e também algumas vantagens em termos de contratos»: bem me parecia que a vertente comercial estava à espreita neste grandessíssimo projecto de alta investigação científica.
Resta dizer que o reactor de (con) fusão nuclear não tem data marcada para a inauguração mas tudo se prepara para arrancar em breve: se o acelerador de partículas cabe na fronteira Suíça/França, porque não há-de o tal da fusão caber em território ainda português e já que estamos com o pé no lado espanhol?
Entretanto, a exaltar estas glórias euro-patrióticas, continuam chegando notícias de desastres com centrais nucleares já velhotas e a cair da tripeça: uma no Japão (culpa do sismo de grau 6,8 ) e outras duas das 17 na Alemanha, como lembrava José Carlos Marques na Ambio.
Só discordo do José Carlos em uma coisa: o nuclear não treme, nunca tremeu nem nunca tremerá: está de pedra e cal. Quando cair, cai de vez e em monobloco. Como, é o que eu lhe posso dizer particularmente e em privado. Nunca aqui.
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PONTO 2
15 de Abril de 2008
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CATÁSTROFE CÓSMICA É O MÍNIMO
Não é todos os dias que o maior acelerador de partículas do mundo (CERN/LHC) é inaugurado com pompa e circunstância.
Não é todos os dias que os jornais anunciam o segundo (e provavelmente último) big-bang como se estivessem a contar amendoins.
Não é todos os dias que dois cientistas nucleares se viram contra os seus colegas, acusando-os de vir provocar o fim-do-mundo, o que já não era sem tempo.
Não é todos os dias que os leigos como eu ficam a saber de mais outra maravilha moderna idêntica ao CERN/LHC, embora de proporções mais modestas: o FERMILAB ( Fermi National Accelerator Laboratory), algures nos EUA.
Não é todos os dias que se anuncia um buraco negro e uma catástrofe cósmica que «engolisse Genebra, a Suíça e toda a Terra», como faz o jornal «Público» (14/Abril/2008) em artigo assinado pela jornalista Ana Gerschenfeld.
Em construção há 15 anos, sem quase ninguém dar por isso, nem sequer os franceses que moram à superfície, esta obra-prima do engenho humano(?), chamada CERN/LHC, tem características únicas e é constituído por:
Um túnel subterrâneo de 27 quilómetros de circunferência (de largura, portanto) por debaixo da fronteira Suíça/França;
A notícia não explicitava se a circunferência abrangia ou não a espessura das paredes do túnel que deverá ser bem à vontade entre 5 e seis metros.
Nem se é uma plataforma redonda e sem comprimento, apenas largura (!!!).
Esta e outras dúvidas bem podiam ser explicadas ao povo pelos responsáveis portugueses implicados no processo: sabemos que há uma equipa de portugueses a trabalhar lá e sabemos que o ministro Mariano Gago foi ou ainda é um dos elementos da equipa, capaz portanto de explicar ao povo as virtudes e vantagens do CERN/LEH. Afinal eles também ajudaram a construir o que vai ser o nosso túmulo comum e global. Pertence-lhes essa honra. Têm 4 meses para mostrar o que sabem
Quanto aos custos do empreendimento rondam os cinco mil milhões de euros, o que nem sequer é muito para acabar com isto e fazer o superapocalipse que deixará o aquecimento global e o Dilúvio como episódio menor.
Os autores do processo a correr no tribunal de Honolulu com o número CV08000136 são Luís Sancho e Walter Wagner, cientistas ao que se julga do ramo e visam, além do FERMILAB e do CERN/LEH, o Departamento de Energia dos EUA e a National Science Foundation norte-americana.
«Catástrofe cósmica» alegam eles. Também me parece exagero: bem se deve ralar o Cosmos com estas brincadeiras dos iminentes cientistas do LERN/LHC e do FERMILB, agora com um processo às costas que os deve ralar muitíssimo: aliás, Honolulu, Hawai, onde fica isso?
Segundo o jornal «Estado de São Paulo» que esteve lá no túnel em reportagem «o processo também acusa o laboratório na fronteira entre a Suíça e a França de não ter feito os estudos ambientais necessários e que as consequências do teste poderiam ser fatais. O teste está marcado para meados do ano, depois de vários atrasos e mais de 14 anos de estudos com cientistas de todo o mundo, inclusive brasileiros.»
E portugueses, acrescentamos nós, com grande orgulho patriótico.
E já agora: a inauguração do maior acelerador de partículas do Mundo está prevista para Agosto. Façam lá o obséquio de deixar ainda que se realizem os Olímpicos de Pequim. Jogo por jogo, até prefiro este.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
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