quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O LIVRO EGÍPCIO DOS MORTOS







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A «IMORTALIDADE» AO ALCANCE DOS MORTAIS(*)

3-12-1996
- Caderno de encargos para outra vida – viagem de ida sem regresso -- o que ficou conhecido por «livro os mortos egípcio» (*) toma notas sobre o que se deve preparar neste mundo com vista a ter, pelo menos, duas assoalhadas garantidas no outro.
Quem vai pró mar avia-se em terra e há que passar a grande prova dos símbolos. Como tudo quanto os egípcios anteriores a Mubarak faziam, na senda dos protochineses e outros habitantes do Continente Mu (vulgo: Atlântida), como, por exemplo, os Tibetanos, há que dar prioridade a quem se apresente pela direita quando o tráfego é intenso. E o tráfego (tráfico), nos dias que correm, com o afluxo de canais, está congestionadíssimo de símbolos e ícones, pelo que ter à mão de semear um guia rápido de como se foge à morte afrontando-a é, apesar das dificuldades de criptografia, de útil manuseio.
Mas este «cardfile» do inferno, agora editado com uma olímpica coragem pela Assírio & Alvim(*), tem ainda outros atributos desinquietantes. Cada investigador que o encontra, fica com histórias para contar toda a vida -- como se preparasse os próximos capítulos de reincarnações futuras. Ninguém pode estar quieto com este papiro da Morte à cabeceira, com esta telenovela pré-bíblica (e prédiluviana), com a primeira «obra aberta» do Mundo que a humanidade escreveu, ainda o sr. Umberto Ecco não tinha nascido, mais a sua tecnocracia das letras e muito menos a ninhada de discípulos que ele havia de gerar por aqui.
Comparado com o chamado «livro dos mortos tibetano», que encantou o alucinogénico e psicadélico Timothy Lear, não se notam logo as semelhanças, porque à vista desarmada não se vê nada do que importa ver. É preciso fechar os olhos.
Quem quiser fazer a viagem ao fim da Noite terá que tomar, não só algumas precauções cautelares (não comprar o livro, por exemplo) - como recomendaram dois mestres deste tipo de carreiras de autocarro, o Alan Watts (neobudista da Califórnia) e o Henri Michaux (voz da Poesia Mundial).
Pegue-se pois com pinças ou/e luvas de borracha, neste tipo de tábuas da lei, que nada têm a ver com a canja de letras do Moisés, antes pelo contrário, quando cristianismo e judaísmo surgiram para disputar o império da alma humana, baratas após o Dilúvio, já Egípcios, Protochineses e Tibetanos sabiam a escola toda. Os chineses, em vez de livro dos mortos, chamaram-lhe «livro do imperador amarelo», vulgata do «Tao Te King».
Mais tarde os gulags das religiões de Estado completariam a Obra das religiões sacerdotais. Não se confunda, porém, com nenhuma delas, a fonte perene e pós-moderna que deriva destes hieróglifos, destas figurinhas perfiladas (pintadas de perfil) e sentadas como quem escreve a carta diária aos deuses da sua paixão.
As próprias bruxas de Jules Michelet -- que eram analfabetas como todos os alfabetos sabem -- foram lá beber. Porque como diria o Prof, nas fontes frescas é que a gente deve abeberar-se.
A orgia de traduções-traições que tem sobrevoado, em ataques cirúrgicos, ambos os chamados «livros dos mortos», quer egípcio quer tibetano, mostra bem que se trata não só de um best-seller tão importante como o Kundera, mas da tal «obra aberta» que tudo contém e que, portanto, permite todas as retroversões, incluindo as eruditas, que dão bastante gozo aos eruditos, como sabem todos os ignorantes e analfabetos.
Com o advento das «novas tecnologias» e logo que o livro dos mortos esteja gravado em disquete, passa a ser um divertimento ainda mais interessante do que o I Ching, outra das «obras abertas» que mais retro-versões tem merecido dos sinólogos.
Quem quiser escrever poesia ou jogar o tarô, não tem mais do que abeirar-se e servir-se. Mas cuidado com o banquete. Como avisou Cesariny à entrada do (seu) inferno, ninguém se convença de que o bilhete de entrada para a eternidade custa tanto como uma plateia de Pavarotti: mesmo em petrodólares, o acesso à vida da morte (Leão Chestov dixit), custa os olhos da cara, meus senhores, e cada um lá sabe o preço dos olhos que tem.
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(*) «Livro dos Mortos Egípcio», Ed. Assirio e Alvim

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NÚCLEO NOVA NATUROLOGIA





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NÚCLEO NOVA NATUROLOGIA

INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS:

UM NOVO PARADIGMA PARA UMA NOVA NATUROLOGIA

10/JUNHO/1999 - O que era, até há 10 anos, um défice de informação científica no campo da Naturologia, transformou-se, como por encanto, numa overdose informativa, que acaba por asfixiar, pela quantidade, o que antes havia de menos.
Trata-se agora, em Naturologia, de proceder a uma selecção rigorosa da informação científica disponível, quer em bibliografia, quer na Internet.
As novas gerações que enveredam pelas carreiras da Naturologia, certas de que o futuro está aí, deverão fundamentar um rigoroso critério de avaliação, selecção e hierarquização de conhecimentos científicos, a começar nas ciências do antigamente que deverão ser ou não ser ensinadas.
O peso destas ciências (a que corresponde uma velhíssima metodologia e uma ultrapassadíssima ideologia) no ensino da Naturologia é ainda opressivo, sem que as instituições (escolas e institutos de ensino, nomeadamente) possam fazer nada, elas próprias prisioneiras do impasse e bloqueio que o excesso de informação (do Novo e do Velho paradigma) foi criando nos sistemas de aprendizagem.
Se as instituições, pela sua inércia intrínseca e pelo seu natural imobilismo, nada podem fazer para avançar em frente e para garantir a viragem do novo paradigma científico, terão que ser os «contemporâneos do futuro», os núcleos de novos investigadores e de novos pesquisadores, os grupos de entusiastas, de pessoas com espírito de inovação que terão de encetar essa tarefa de inovação e desenvolvimento.
Maior equilíbrio entre teoria e prática, maior equilíbrio entre cérebro esquerdo e cérebro direito, maior equilíbrio entre teorias biológicas obsoletas e teorias biológicas do novo paradigma, maior equilíbrio entre memória e inteligência, maior equilíbrio entre acção e meditação, maior equilíbrio entre rotina burocrática e espírito de criatividade, maior equilíbrio entre hiperanálise e globalização holística, entre visão macroscópica e visão microscópica (hoje imperante e exclusivista) é o que a nova elite nascente terá de assegurar.
Para ajudar a formar essa elite de novos naturólogos - elite que irá, a pouco e pouco, constituindo um lobby de qualidade face aos lobbies (comerciais) da quantidade hoje dominantes, quer em alopatia quer em naturopatia, - foi criado o Núcleo de Estudos Avançados Nova Naturologia (abreviadamente Núcleo Nova Naturologia, ou ainda NNN) com a missão vanguardista de estudar algumas das linhas que fundamentam um novo critério para um novo paradigma de uma nova naturologia.
É assim que, sem descurar nem menosprezar os grandes sistemas tradicionais - medicina tradicional chinesa, ayurveda, medicina tibetana - , sem menosprezar a preciosa tradição hipocrática e neo-hipocrática, a prioridade do Núcleo NN se dirige ao trabalho de estudo, avaliação, selecção e afinamento das práticas e teorias terapêuticas surgidas no século que agora finda, algumas ainda mal testadas ou mal exploradas.
Se há no mundo de hoje uma contagem decrescente cheia de nuvens negras, com tintas apocalípticas e catastrofistas - há que contrapor uma contagem decrescente, um countdown de esperança, tal como o imperativo cósmico-biológico nos impõe.
Estamos no limiar da 2ª Idade de Ouro e seria uma pena que não fôssemos merecedores dessa dádiva cósmica. É a última chance do Planeta Terra.
Eis algumas linhas ou matérias curriculares, no campo das ideias naturológicas, que o Núcleo NN se propõe estudar, analisar, avaliar, avalizar e trazer ao limiar das 1ªs prioridades:
A) O novo e maravilhoso mundo das terapias vibratórias impõe-se, desde logo, como linha privilegiada.
B) Segue-se o campo das medicinas do terreno, «metabolic medecine», com uma problemática algo polémica e que tem de ser filtrada criticamente, para sabermos o que vale e o que não vale nestas práticas ortomoleculares
C) O renascimento das curas mágicas e alquímicas ( a que o médico norte-americano Deepak Chopra chama «curas quânticas») é outro campo que deverá passar ao crivo da crítica e transitar de tabu proibido a tema de livre e aberta discussão.
Muitos grupos falam de iniciação - alguns abusivamente - mas é urgente e necessário saber os fundamentos da cura iniciática e de que forma ela entronca, quer no esquema egípcio das 12 ciências sagradas, quer na nova ciência do novo paradigma.
D) As teorias biológicas que fundamentam a Nova Naturologia deverão também demarcar-se das que geraram a medicina hoje moribunda, sendo objecto de uma revisão crítica, na medida em que foram abafadas por teorias biológicas que conduziram ao sucesso comercial (mas à falência ideológica também) das actuais prática médicas - farmacêuticas e cirúrgicas.
O Núcleo NN depara-se assim com 2 desafios:
a) de um lado, as teorias biológicas (nomeadamente a microbiana, a darwinista e a maltusiana) que levaram à medicina alopática e químico-farmacêutica (e portanto ao fenómeno apocalíptico da iatrogénese);
b) do outro lado, as teorias biológicas esquecidas mas que é necessário ressuscitar no sentido do novo paradigma e do novo imperativo cósmico.
E) O espírito de trabalho que anima o Núcleo NN não é o de fazer crítica cerrada ao que está mal ou mesmo péssimo, mas investir todo o tempo e as melhores energias no estudo das alternativas ecológicas ao que está mal no sistema e na ideologia do sintoma.
Por isso uma das linhas dominantes do Núcleo NN será a linha ecológica, já que sem diagnóstico ecológico (até agora cantonado na área maldita da chamada Saúde Pública) não há hoje, na sociedade industrial de mil e uma poluições, possibilidade de estabelecer uma etiologia correcta e uma correcta terapia.
O diagnóstico ecológico (e a ecologia como alguns poucos a entendem) é assim decisivo pra a fundamentação científica da Nova Naturologia e das práticas dela decorrentes.
Entre outros motivos porque o diagnóstico ecológico (a despistagem de factores ambientais adversos na génese das doenças) é fundamental na opção-chave da Nova Naturologia, respeitadora das leis biológicas fundamentais.
F) Tratando-se, com efeito, não só de praticar alternativas ecológicas de vida e de cura às antigas terapias sintomatológicas (que multiplicam logaritmicamente as doenças, em vez de logaritmicamente as diminuir) mas de apontar para a nova linha do próximo futuro, que não será tanto o terapeuta no sentido clássico mas o professor de saúde no sentido ultramoderno.
O Núcleo NN, ao criar um grupo de elite que transmita a nova mensagem, dirige-se , fundamental e prioritariamente, à formação de professores de saúde, vanguarda da Naturologia.

Resumindo e concluindo: fazer a triagem crítica e analítica das terapias alternativas naturais que têm surgido nos últimos 10 ou 20 anos, é o principal objectivo do NNN.
Na lista publicada pela Organização Mundial de Saúde na obra « Médecine Traditionnelle et Couverture des Soins de Santé» ( OMS, Genève, 1983) , eram propostas cerca de uma centena de novas e antigas terapias como alternativas à alopatia. (Ver file plurimed> ).
É necessário e urgente estudar o valor relativo dessa terapias, as que, fundamentadas em bases científica e/ou empíricas, devem merecer a melhor atenção das novas gerações de naturólogos.
Os grandes sistemas tradicionais - acupunctura, ayurveda, medicina tibetana, etc - têm, como já dissemos, um lugar insubstituível na prática e no ensino da Naturologia, nomeadamente os que se fundamentam na mais antiga cosmobiologia da terra, que é o yin yang taoísta. O seu valor é indiscutível e não há nada a rever naqueles sistemas que os milénios consagraram. Há só que aprender.
Já o mesmo não acontece nas múltiplas terapias alegadamente baseadas em princípios da ciência analítica.
Com estes objectivos - talvez ambiciosos mas justos, urgentes e necessários - o Núcleo NN arranca a sua primeira iniciativa, um ciclo sobre «Informação Biológica e Saúde».
A bioinformação é, aliás, o campo onde o défice informativo de há 10 anos tem sido drasticamente alterado para o seu oposto: a overdose informativa nos livros, autores e Internet.
O Núcleo NN apenas deverá triar , com critério, - ou seja, com inteligência, com ideias e com intuição - esse manancial informativo, de modo a separar o trigo do joio, de modo a joeirar a palha que é a fibra celulósica necessária ao estímulo da vesícula biliar mas que, neste caso, bloqueia o processo de comunicação.
Há que peneirar a informação disponível.
Comunicação em geral e comunicação intercelular em especial bem pode ser o nosso slogan, o nosso emblema, o nosso programa e a nossa hipótese de trabalho a testar experimentalmente.
Docentes e discentes, todos podem juntar-se a nós e dizer se apoiam este programa de trabalho.
Deixem o vosso nome e morada, no papel distribuído para o efeito, para que sejam contactados nas futuras iniciativas públicas do Núcleo NN.
Neste momento - 10 de Junho de 1999 - assinam e respondem pelo Núcleo NN, os seguintes nomes:
Luísa Valdeira
Carlos Campos Ventura
Novaes
Afonso Cautela
Armindo Caetano

domingo, 8 de agosto de 2010

CIENTIFISMO E CIENTIFISTAS





CIENTIFISMO E CIENTIFISTAS

A IDEOLOGIA CIENTIFISTA

Tudo o que o Professor Vasco Magalhães-Vilhena, da sua cátedra na Sorbonne, cientificamente minimiza, achincalha e apouca, como resíduo ultrapassado da filosofia, agarro-o eu como o discurso que, não agradando ao establishment da Sofística dominante, oferece algumas garantias de não se encontrar contaminado. Encaro-o eu, salvificamente, como o que fica e não foi contaminado da peste avassaladora, da praga galopante do nosso tempo: a ideologia cientifista. Defendo-o eu, como uma bolsa de resistência que não foi ainda ocupada pela rede avassaladora que tudo devora e absorve da ideologia totalitária dominante.
O «coisificante substancialismo» da psicologia arcaica, a «psicologia metafísica dita racional», a «tradição morta» -- tudo isso eu não sei, nem sabia, se era mau ou se era bom, mas ao ver o modo pejorativo como o Professor V. M.-G. se lhe refere, fico fã e admirador, quero saber o que tanto o molesta.
Ler nos luminares do cientifismo o que eles deitam fora, e imediatamente escolher o que importa submeter de novo a estudo, análise e conhecimento, leva-me imediatamente correr para aí. Eles são os meus propedeutas. Se eu quero saber o que é importante, é ler nos ideólogos modernos da Sofística científica o que eles dão como desimportante e caduco.
Neste aspecto, tudo o que está inserido no âmbito das «ciências malditas» -- ditas ocultas -- suscita o meu desvelo e atenção. O meu interesse pelas ciências ocultas (ocultadas) vem daí: pelo mal que delas ouvi e vi dizer aos representantes da ciência revelada.
*
A TEORIA DA RELATIVIDADE
O relativismo é o princípio satânico que pode ser introduzido na ordem estabelecida.
Se eu disser, olhando o rei -- que vai nu mas que todos dizem ir vestido de ricas vestes -- que o discurso dado hoje como oficialmente reconhecido e único válido é, daqui a dez anos, o mais tardar 20, completamente obsoleto, anacrónico e ridículo, estou a dizer a Heresia absoluta.
No fundo, limito-me a reconhecer o que o próprio sistema afirma e dá como seu atributo de vanglória: o carácter evolutivo do discurso científico, da ortodoxia sofística. Afirmando o que eles afirmam, eu passo por herege e eles por prémios Nobel.
Um texto de Flammarion sobre Astronomia, hoje, faz-nos rir, como daqui a 20 anos nos fará rir um texto de Carl Sagan. E isto porque, como eles -- os especialistas -- dizem, o conhecimento científico nunca pára, está sempre a conquistar novas etapas, o progresso é que o anima, o heroísmo dos cientistas é patente, o seu sacrifício pela sagrada causa, etc., etc..
O «evolucionismo» do conhecimento científico, sempre a correr pró progresso, mais do que um atributo do método sofístico, é a sua trave mestra e a trave mestra da própria sociedade de canibais que promete sempre para amanhã o que nunca e jamais dá hoje. O «evolucionismo» visto do outro lado é o aleatório, uma desculpa mestra e eterna, um alibi permanente para que a ciência nunca resolva um só dos grandes problemas, existenciais ou sociais, com que o bicho homem se defronta, através dos tempos e dos lugares.
O cancro?
Daqui a una anos, a ciência encontrará certamente um medicamento...
A SIDA?
Daqui a una anos, a ciência encontrará certamente uma vacina...
A poluição?
O bairro da lata?
A toxicodependência?
A desabitaçao?
A alienação no trabalho?
A inflação?
A fome do Terceiro Mundo?

A ciência encontrará sempre, daqui a uns anos, a solução...
É com esta retórica balofa, abusiva, mecânica, sofística, megera, que o Especialista continua a adormecer-nos, a mergulhar-nos neste sono carregado de pesadelos e fantasmas que é esta abominável sociedade assente na religião da ciência e na igreja da técnica.
*
Pergunta de palmatória com que tenciono pôr em fúria um dos muitos V. M-V., um dos muitos E.P.C., um dos muitos --->, um dos muitos adeptos da ciência como dogma inviolável:
- Se a filosofia também é ciência, porque não acontece ao discurso filosófico a caducidade, a anacronização que acontece ao discurso científico e tecnológico?
- Ou não será a filosofia tão científica como dizem?
- Ou não será tão científica a ciência -- por envelhecer tão depressa?
- Qual o critério de preferência: o discurso que envelhece depressa, que se torna rapidamente caduco, porque é científico-evolutivo
ou o discurso que não envelhece e permanece porque não é científico-evolutivo?
Outra pergunta para enfurecer os V. M.-V. da nossa praça:
- Que faz a medicina científica actual a tudo o que puseram no contentor do passado como desactualizado -- graças aos avanços da ciência -- , o que faz ela a tudo o que foi criado, pensado, feito, avançado, conquistado, não só na história da medicina europeia, bem curta e pouco imaginativa, mas nas grandes medicinas universais de outras culturas como a Sufi, a Chinesa (taoísta) e a Hindu-ayurvédica?
-Joga fora Hipócrates?
-Baseada na regra positivista da escala evolutiva, deita fora Paracelso e Christian Friedrich Samuel Hahnemann?
*
A «reabilitação» a que os especialistas de vez em quando procedem de algumas figuras que eles próprios tinham deitado no contentor do velho, antigo, inactual, não moderno e que durante séculos estiveram no Índex, na lista negra da Inquisição iluminista -- Aristóteles foi um dos malditos e amaldiçoados para a filosofia científica moderna -- é exemplo pouco decente da ética (?) pouco limpa que preside à actividade do especialista, quando toma conta de matérias que ele própria classificou e cantonou na etiqueta de «Filosofia».
Para esta ciência de merda tudo são etiquetas. As etiquetas dos que ela decreta bons e os que ela decreta maus.

sábado, 7 de agosto de 2010

A DOENÇA ESTÁ NO AMBIENTE?



1-12 - segunda-feira, 14 de Outubro de 2002

dcm77

Lisboa, 22/Outubro/1977


A DOENÇA ESTÁ NO AMBIENTE?

  • A EVIDÊNCIA DO ÓBVIO
  • CURAR É APRENDER A TRANSMUTAR
  • MEDICINA SINTOMÁTICA E LÓGICA CAUSAL

Palavras-chave deste texto:

Agentes poluidores
Aleatório
Bioenergia
Budismo tântrico
Continuum energético
Despistagem de factores ambientais adversos
Doenças do consumo
Doenças iatrogénicas
Ecologia da doença
Ecomilitante
Ecoradicalismo
Ecoradicalismo
Génese ambiental do cancro
Globalização holística
Homem unidimensional
Imunização ecológico-causal
Iniciação tântrica
Lacto-ovo-vegetariano
Leitura ecológica da doença
Macrobiótica
Medicina do Trabalho
Poder médico
Poluições químicas
Saúde Pública
Sintomatologia
Táctica iniciática
Teoria microbiana
Toxicologia
Transmutar
Vacina universal
Vacinas

Autores citados:
Félix Bermudes
Herbert Marcuse
Ivan Illich
José Conde
Michel Bosquet
Pasteur
Rudolfo Steiner



Lisboa, 22/Outubro/1977 - Aquilo a que chamam «doença» é apenas sintoma, quer dizer, efeito sensível de determinadas causas, que podem ou não conhecer-se mas que necessariamente hão-de existir, já que, no universo, nunca pode haver efeito sem causa. E é a ciência moderna que o diz.
Não há, de facto, efeito sem causa: eis uma constante «natural», física, da qual se não conhecem excepções. Eis uma evidência quase sempre esquecida. Alguém disse, por isso, com toda a razão, que a ecologia era apenas a luta pelo óbvio.
Mas ao atacar o sintoma sem quase nunca indagar da causa ambiental que o provoca, a terapia sintomática ou repressiva - a que normalmente se chama medicina - actua como se desconhecesse essa evidência, como se a lei natural e física de causa-efeito não existisse.
A medicina actua como se a Ordem da Natureza ou do Universo pudesse considerar-se violada pela intervenção permanente de um deus ex-máquina.
A medicina actua, portanto, em termos teológicos - próprios de quem acredita em milagres - e não em termos ecológicos que, neste e em todos os casos, quer dizer científicos.

- Sem querer fazer o processo da medicina sintomática, repressiva e anticientífica - que tem o seu público e para ele deve trabalhar - devemos, no entanto, teimar na tendência contrária que é a leitura ecológica da realidade e, portanto, do binómio saúde/doença.
Ler ecologicamente a realidade em geral e esta realidade da saúde/doença em particular é apenas indagar da (s) causa (s) que produz (em) determinado efeito ou sintoma.
Nada mais óbvio, mas nada mais raro. Daí que a Ecologia tenha sido definida por alguns como um esforço de restituir a evidência à evidência, o óbvio ao óbvio, o real ao real, o sensato ao sensato.
Numa óptica ou lógica ecológica não existem doenças «estranhas» ou misteriosas, nem é necessário lançar para o hereditário, ou para o vírus, as culpas de muitas novas doenças ou de algumas velhas doenças que recrudescem.
Não existem doenças sem causa ambiental (endógena ou exógena): podem, sim, é existir doenças de causas (ainda) desconhecidas, doenças cujo inventário de causas (diagnóstico) ainda não foi deslindado nem realizado, pela simples razão de que toda a pesquisa vai no sentido sintomatológico e não no sentido causal/ambiental.
De uma certa maneira, a pesquisa ambiental da doença soa a heresia e a tabu: a globalização holística por um lado (entendendo a pessoa humana na sua totalidade e não como um articulado de partes compósitas) e a despistagem ecológica dos factores poluentes e adversos do ambiente, por outro, sendo evidências óbvias, ameaçam também interesses instalados.

- Fundamentalmente, os erros de diagnóstico e os diagnósticos por omissão ( omissão dos factores ambientais adversos ) quase nunca são de ordem técnica, quer dizer, por incapacidade cognitiva do aparelho, laboratório, cientista que investiga ou do médico que diagnostica.
As causas de certas doenças permanecem «desconhecidas», permanecem por detectar e por identificar, fundamentalmente por motivos que podemos designar de «ideológicos».
Aos poderosos interesses económicos que a sintomatologia alimenta, não interessa descobrir as causas ambientais, já que descobri-las equivalia e des-cobrir:
que a saúde individual é hoje, em grande parte, um problema de saúde pública;
que a higiene, como os naturistas preconizam há um século, é a principal acção política a desenvolver por um serviço nacional de saúde;
que os gastos públicos com a doença diminuiriam drasticamente com uma verdadeira política de (conservação da) saúde em vez de uma política de (combate à) doença;
que a profilaxia natural das terapias leves é um investimento no futuro e uma forma de reduzir drasticamente os custos com a doença;
enfim, que os direitos do cidadão e do contribuinte seriam muito melhor assegurados com uma política de higiene, prevenção e profilaxia natural do que a escalada das despesas que - diz-se - pode conduzir ao colapso dos sistemas de segurança social.
E pode: o preço das intervenções cirúrgicas ou de muitos medicamentos conduzirá irremediavelmente à queda do sistema, por mais reformas que se introduzam e por mais ameaças que se façam ao contribuinte de que, um dia, deixará de receber daquilo para que toda a vida descontou.

- Uma coisa podemos garantir: com uma política de conservação da saúde, em vez de uma política de combate à doença, não só a segurança social nunca entrará em colapso, como as chamadas «despesas com a saúde» serão drasticamente reduzidas.
A sintomatologia é o abismo da bancarrota.
A profilaxia natural é a economia e repartição mais justa, mais equitativa, dos recursos disponíveis.

- Uma vez que muitas doenças são hoje produzidas pela medicina química (doenças iatrogénicas), compreendemos porque não interessa deslindar causas até muito longe nem fazer a despistagem ambiental e o diagnóstico ecológico.
Uma vez que muitas doenças são de origem social e política e outras tantas produto da exploração económica, do habitat degradado, do bairro da lata, da fome, da opressão burocrática, da miséria, da promiscuidade, das condições infra-humanas e anti-higiénicas, é também evidente, face aos poderes estabelecidos, encarregados de manter o status quo, que não convém averiguar dessas causas e denunciá-las.
Interessa mais ao poder político receitar lixívia para a cólera do que acabar com os bairros da lata e as condições infra-sanitárias que conduzem directamente à cólera.

- Uma vez que sintomas ou doenças como : esquizofrenia, autismo, insónia, angústia, ansiedade, neuroses e psicoses, são produto directo da insegurança quotidiana dos cidadãos, do imposto, do desemprego, do ruído, da instabilidade, do estado de crise ou de sítio permanente imposto pelo sistema, lá estará a Psiquiatria para resolver todos os problemas.

- Uma vez que muitas doenças são doenças da poluição industrial, lá estará também o poder médico (através da Toxicologia e da Medicina do Trabalho) para escamotear causas de modo a que os efeitos se prorroguem sem ser eliminados .
Doenças claramente contraídas no ambiente e posto de trabalho - como é a silicose - continuam a ter tratamentos paliativos de mero ataque ao sintoma.

- A leitura ecológica da doença aparece assim, subversivamente, para criar algumas dificuldades aos poderes estabelecidos. É compreensível, pois, que o tema Saúde e Ambiente continue a ser tabu  e que a ecologia humana continue, como tem sido, a ciência maldita por excelência.
Se se procurar, no mercado livreiro, um livro de ecologia humana, não há. Talvez haja livros sobre temas parcelares de poluição, efeitos da poluição na fisiologia, efeitos das radiações na célula viva, efeitos da química no metabolismo, etc: mas nunca uma visão de conjunto.

- Calar e eliminar o militante que faça esta leitura ecológica da doença, é fácil. Mas já é um pouco mais difícil, se ele se chama Ivan Illich ou Michel Bosquet. Mais difícil ainda será calar a voz da verdade se algum dia o cidadão comum aprender a fazer uma leitura ecológica da realidade circundante em geral e das suas próprias doenças em particular.

- Quando se fala em profilaxia natural, é costume a medicina responder que também existe... uma medicina preventiva.
Mas além de não se dar muito por ela, o que parece constituir toda a actividade da prevenção médica são, afinal, as vacinas, nomeadamente as obrigatórias.
Afinal a medicina também precavê - e eis a vacina.
É ainda a lógica sintomatológica a funcionar. Se há uma epidemia (de causa necessariamente ambiental), se há fome, insegurança e poluições químicas, se há stress, cancro, suicídio , a lógica sintomatológica e anti-ecológica só pensa em vacina como prevenção: as causas ambientais continuarão intactas ou aumentarão, mas põe-se a tónica na vacina.
A lógica ecológica diz, pelo contrário:
- A melhor vacina é o reforço das defesas naturais pela profilaxia alimentar;
- É a imunidade que importa salvaguardar, em vez de a agredir com todas as poluições, incluindo nestas poluições os medicamentos e vacinas;
- Educar as pessoas fica muito mais económico ao erário público do que acorrer constantemente aos serviços médicos e hospitalares;
- A teoria microbiana - em que a teoria do vírus tenta apoiar-se e em que a produção das vacinas se baseia - já nasceu morta. O próprio Pasteur teria repudiado a teoria, envergonhado de a ter «inventado»

- No caso concreto das vacinas, o mais tranquilizador é que funcionem como placebos, quer dizer, como água destilada pura. Já que, se forem de facto activas, vão fazer com que o vacinado, em 90% dos casos, contraia a própria doença ou, o que é mais frequente, venha a contrair mais tarde doenças de causa «desconhecida».
Não estão ainda estudados (nem virão nunca a estar) os efeitos iatrogénicos que a vacina pode desencadear na futura evolução dos vacinados: doenças como a alergia são consideradas já como doenças iatrogénicas ou provenientes das vacinações.
Técnicas como o autosangue acabaram por ser postas de parte. Vacinas como as que primeiro foram fabricadas contra o sarampo, estão igualmente postas de parte e os observadores desta odisseia perguntam-se até quando e até onde continuarão as experiências in vitru.

II
Se aquilo a que habitualmente se chamam doenças são apenas sintomas, pergunta-se: O que é a doença e sintomas são sintomas de quê?
Doença é um estado geral e global. Um corpo adoece por inteiro. Ora se nada, e muito menos o corpo humano, é indesligável do seu contexto ambiental, acontece que a doença tem uma conotação quase infinita. Radica primeiro no meio ambiente que mais directamente nos afecta, até chegar ao contexto, ambiente ou condicionalismo universal que afecta multidões, gerações e cadeia de gerações.
Quer dizer: nós começamos a adoecer há milhares de anos. «Nascer para a vida é nascer para a morte» - diziam os cátaros que, por isso, foram perseguidos como hereges...
O que hoje sou, o que hoje sinto, o estado de saúde ou doença em que me encontro agora está relacionado com esses factores que, às dezenas, às centenas, me condicionam e condicionaram: no meu passado individual, no meu passado familiar, no meu passado nacional e rácico, no meu passado cultural e histórico.
A doença, portanto, não é o sintoma. O sintoma é que revela a doença.
A doença é, por antonomásia, tudo o que por carência, desequilíbrio ou intoxicação, bloqueia e corta o (meu) contacto com o Todo, o contexto geral, o ambiente do qual faço parte, o Universo. Nós adoecemos sempre de infinito e talvez por isso o Cancro é, para alguns autores como Rudolfo Steiner, a única doença porque é uma doença cósmica.

Mas, não tenhamos ilusões, o poder médico evitará até onde puder, nem que seja por alegações de ateísmo anti-metafísico, esta noção global, ecológica e causal da doença, que é afinal a mais lógica, a mais científica e, até, a mais física, já que se trata de englobar a realidade mais física que há: a realidade das energias.

Para uma leitura ecológica da realidade em geral e do fenómeno doença em particular, o fundamento da saúde reside na circulação de energia cósmico-telúrica através deste corpo que é apenas uma célula do grande corpo universal.
O esforço que o poder médico despende, com argumentações alegadamente científicas, para rotular esta realidade global das energias - um continuum energético entre Céu e Terra - é bem a prova de como o assusta.
A resposta dos ambientalistas moderados a esta mesma realidade daquilo a que o taoísmo chama o Princípio Único da ordem universal, também prova qualquer coisa.
O teste decisivo ao conformismo institucionalizado é sempre aqui - na Bioenergia. No dia em que o ser humano assumisse e controlasse o seu potencial bioenergético, todas as ditaduras - incluindo as institucionais - caducariam.
A leitura ecológica da doença trabalha para que esse potencial de energia humana seja devolvido ao seu legítimo proprietário, o ser humano. É (será) o fim de todas as alienações.

- Ecoambientalistas da tendência reformista, revisionista e proteccionista já cederam, aparentemente, no campo dos recursos energéticas (advogando a diversificação das fontes contra o centralismo nuclear), no campo da agricultura (advogando uma produção por meios biológicos contra a poluição química dos solos), no campo da educação, em aceitar soluções ou alternativas ecológicas.
Quando se chega, porém, às soluções alternativas ou saídas ecológicas para a doença, saídas que põem em causa o  monopólio da medicina química, eis os ecoreformistas à prova e sem ceder um milímetro. Recuam, insultam o que defende a descolonização total do doente, criticam o ecoradicalismo na medicina, acusam de charlatanismo e curandeirismo a arte de curar e o militante radical que preconiza a autocura ou autogestão do corpo.
O que preconiza soluções ou alternativas ecológicas também no campo do poder médico-cirúrgico, leva roda de reaccionário e de infeliz.
Nem São Ivan Illich os convence, com o seu livro-chave que em tradução portuguesa se chamou «Limites para a Medicina» (Ed. Sá da Costa, 1977) e onde, afinal, o autor do convivialismo e um dos profetas da ecologia radical, se limita a provar a evidência mais evidente da história das evidências: a medicina produz mais doenças do que as que trata.

Embora com uma palavra difícil - «iatrogénico» - se evite dizer que a medicina químico-farmacêutica entra também, ela própria, como causa de cancro, lá vamos reconhecendo (talvez a contragosto) mais uma boa lista de causadores:
«Os agentes poluidores (atmosféricos) são de quatro tipos: partículas de carbono, óleos, alcatrão, poeiras metálicas, enxofre amorfo e restos orgânicos; substâncias irritantes como poeiras, produtos voláteis de carbono, vapores e gases; substâncias oxidantes na forma de gases: os tóxicos sistémicos, como cianetos, pesticidas, nicotina.»
E a lista exaustiva (a que alguns chamam «lista negra») continua.
É caso para perguntar se alguma coisa nesta «civilização» (de que tantos apregoam as excelências dos valores imortais) não provoca o cancro.
É caso para perguntar se esta «civilização» não é, ela própria, o cancro, a doença.
Para o abalizado Prof. José Conde são bem conhecidas as «propriedades» (sic) cancerígenas dos produtos contendo alcatrão, pez, creosota, óleo de antraceno, fuligem, betume, compostos aromáticos, intervenientes no tratamento dos minerais de cromo e níquel, radiações, ultravioletas, arsénios, amianto.»
«Enfim» - desabafa o jornalista que entrevistou o Prof. José Conde - « seria longa e fastidiosa a lista dos produtos potencialmente cancerígenos.»
A lista seria afinal o inventário de consumos desta sociedade que de consumo baptizaram.
Pelo que uma pergunta se legitima: Cancro não será a doença dos consumos cancerígenos? Cancro e sociedade de consumo não serão (quase) sinónimos?
Só agora, entretanto, um responsável pela Oncologia (não confundir com ecologia...) revela a parte oculta do icebergue: mas o facto de só agora se levantar uma ponta do véu põe ao observador problemas bem mais complicados.
Porquê só agora? Porquê tanto pormenor? Porquê tanta coragem na denúncia ambiental do cancro e nem uma só palavra sobre as terapias sintomático-agressivas que se continuam praticando e preconizando?
É que uma visão ecológica do doença não é só para fazer jeito. Implica, como é óbvio, uma radical alteração nas atitudes terapêuticas e profilácticas preconizadas.
Depois de um diagnóstico em que tudo aponta para uma terapêutica geral-radical, o Prof. José Conde continua a convidar as pessoas a ir ao Instituto do Cancro, enquanto preconiza «rastreio e informação sanitária»?
Se já sabemos - e o Prof. confirma - que o adubo é cancerígeno, será que tudo se resolve com um rastreio sanitário?
Sendo tantas as causas ambientais do cancro, adiantará alguma coisa, depois do mal feito, a terapia do cobalto ou das radiações?

Se a Toxicologia, por exemplo, já se estuda no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, no contexto da chamada Saúde Pública, porque não há-de estudar-se também no contexto da chamada saúde individual (que a medicina diz tratar), já que esta, nos tempos que correm, é cada vez mais função daquela?

- Chama-se cancro a uma coisa que é sintoma ou efeito de múltiplas causas, sintoma que por sua vez se chama doença.
Cancro é, pois, sintoma ou efeito de uma causa que é desconhecida até que seja reconhecida. Mas se a terapia for sintomática, sem ir à causa que produz os sintomas, bem podem chover doentes e tratamentos.

- Caso a doença seja, como alguns místicos defendem, um bloqueio da corrente cósmico-telúrica e se viver no meio de venenos e poluições parece ser hoje um fatalismo a que o progresso nos condenou, o fundamental então seria manter a corrente, logo a resistência, logo alguma capacidade de «imunização» ao cancro cuja causa não é só o amianto, o pesticida, o antibiótico, o anticoncepcional mas, acima de tudo, o sistema cancerígeno que continua produzindo tudo isso, que fez dos consumidores animais de aviário, máquinas de consumo, autómatos que seguem toda e qualquer química que de novo surja no mercado.

- Apesar de ser já bastante complicado, com todo este inventário de causas, o problema estaria mais ou menos arrumado se a lista de doenças se resumisse ao cancro.
Acontece, porém, que a lista das doenças é quase tão «infinita» como a lista de causas, consumos e produtos cancerígenos.
Haverá um denominador comum que ponha um pouco de ordem nesta caótica proliferação de poluentes?
E será a leitura ecológica da doença esse denominador comum?
Seja ou não, a lógica causal/ambiental insistirá sempre no mesmo truísmo: não há efeito sem causa, não há sintoma sem génese ambiental, não há doença sem agente ou factor que fabrique essa doença e sem que o terreno orgânico (meio ambiente endógeno) seja favorável a que ela se instale.
Enquanto a causa permanecer, os sintomas não desaparecem por magia, prestidigitação ou milagre : e hoje a medicina sintomática actua como se acreditasse em milagres ou em passes de magia.
Porque é mesmo prestidigitação curar doenças abafando os sintomas e ignorando as causas.

- Para alguém que adoece, significa que o organismo sofreu, momentaneamente, uma derrota na luta travada entre a imunidade ou defesas naturais e um meio ambiente permanentemente hostil.
Bioenergia enfraquecida significa que não há capacidade dialéctica de resposta ao ambiente hostil. Doença significa que a corrente energética que passa pelo corpo é agora mais fraca, muito mais fraca.
Doença é função da intensidade - e qualidade! - dessa corrente, a que os taoístas chamam Ki e embora os modernos, com toda a sua arrogância, chamem metafísica a isto que é apenas a Física das Energias e a física mais física que há.

- O cerco aperta-se, à medida que o inventário de poluentes e agentes adversos do ambiente avança.
O ambiente não gera apenas cancro, diabetes, arterioesclerose, alergia, artritismo, não gera apenas gripe, insónia, hipertensão, não gera apenas carências e défice bioenergético.
O ambiente gera também recalcamento, neurose, angústia, depressão nervosa, impaciência, ódio, revolta, sentimentos de vingança, solidão.
E o inventário prossegue.
Ao ambiente social, político, económico, soma-se o ambiente físico, o ambiente químico-industrial, o ambiente alimentar, o ambiente familiar;
soma-se a repressão, a burocracia, a chantagem, a ameaça, a hipocrisia, a mentira, a falsidade;
soma-se a violência institucionalizada em geral e a violência mediática em particular;

- A questão do método terapêutico põe-se logo que o observador tenta estudar esse oceano de violência, , esse ambiente cancerígeno.
Mas se usa o método analítico e sintomático, a tendência é para partir e repartir esse continuum.
Se usa o método global, pode cair numa lapalissada: «O ambiente é tudo e tudo está no ambiente», «Tudo é causa de tudo», «O efeito é efeito da causa e a causa é causa do efeito», etc...
São lapalissadas mas a verdade é que os responsáveis pela chamada saúde sistematicamente as ignoram.
Entre um e outro método, fica  talvez o dialéctico,que constantemente relaciona a parte com o Todo, o Todo com a parte, não esquecendo o mais frequente sofisma na investigação ecológica da doença: como o inventário de factores e agentes nunca acaba, a aleatório surge e pode dominar os raciocínios.
Há sempre hipótese de enfatizar como culpado um factor que até pode estar inocente, minimizando o verdadeiro culpado. Enfatizando o tabaco na génese do cancro, por exemplo, veja-se quantas centenas de responsáveis se pretende esquecer, quantos medicamentos cancerígenos, por exemplo, podem ficar por denunciar?

«Se a terapêutica sintomática e específica faliu, viva a imunização ecológica-causal.»
É, no mínimo, estranho que, após um diagnóstico de natureza global e englobante como é uma despistagem de factores ambientais adversos, se possa preconizar uma terapia específica, quer dizer, sintomática.
O lógico, parece, seria preconizar uma terapia causal, ambiental, global, ecológica, holística, uma vez que o diagnóstico é agora global, ambiental, geral, ecológico e holístico.
Sem falar de greve à sociedade de consumo, o que seria uma utopia impraticável, a lógica ecológica irá falar de imunização.
Reforçar a imunidade e, portanto, as capacidades naturais de resistência às doenças, é o que todas as correntes neo-hipocráticas da medicina têm em comum.
Não é o momento de discutir se o regime alimentar a que se chamou macrobiótica e que reune os requisitos mínimos indispensáveis para se candidatar a essa «vacina» universal contra todos factores adversos do ambiente. Importa, sim, é verificar que, na encruzilhada onde estamos, a macrobiótica aparece, no contexto das novas correntes de «metabolic medecine», como aquele sistema que mais trunfos mostrou possuir e o que tem a seu favor milénios de experiência.
Saída de emergência para o cerco da poluição, a macrobiótica apresenta-se como recurso eficaz e funciona.

«Curar é aprender a transmutar».
Não iludamos mais este facto, nem tentemos tapar o sol com uma peneira: a questão terapêutica levanta a questão fundamental do homem «mergulhado num oceano de realidade», condenado ao infinito e à eternidade.
A questão terapêutica levanta a questão iniciática por excelência: como ultrapassar o ciclo vicioso e infernal da violência que engendra a violência, do ambiente que gera a doença, do cancro que gera o cancro, da luta contra o dualismo que gera o dualismo.
Como saltar para fora deste comboio em marcha desenfreada para o abismo a que se tem chamado, em termos benignos, crise ecológica?
Como quebrar uma laçada nesta malha de ferro?
Como abrir uma frincha neste quadro ?
Como quebrar a unidimensionalidade a que o homem está condenado, prego num oceano de ódio, oceano de que a sociedade tecno-burocratizada é apenas um mar?

Tudo isto a doença - tal como a entendemos - obriga a perguntar.
Certas correntes terapêuticas «pecam» por mesquinhês: não correspondem ao desafio que o sintoma chamado doença constitui, nem compreendem nele a mola real ou alavanca que ele é para o salto qualitativo, para tentar a saída da caverna, para abrir um caminho de luz no Escuro, um fio de menor alienação.
Para, enfim, encetar um caminho de cura iniciática.
Estamos condenados a ser deuses, lembrou-o Félix Bermudes num livro curioso: «A Conquista do Eterno» (Ed. Civilização Brasileira, Rio, 1974).
Seja, portanto, qual for o método terapêutico, ele só será diferente do seguidismo sintomático se postular todas estas implicações de ordem iniciática. E porque o naturo-vegetarianismo não as postula, é que talvez a macrobiótica, oriunda de um sistema como o taoísmo, tenha mais hipóteses de constituir a «vacina» de que hoje tanto necessitamos.
Métodos terapêuticos há muitos, dizem os lacto-ovo-vegetarianos. Pois há. Mas se se postula a teia do Todo e o sintoma como um sinal apenas, pelo qual o doente mostra que se encontra mergulhado num oceano infinito de violência, consumos violentos, ódio, cancro, pobreza, inflação, horror e terror, eis que a terapêutica tem fatalmente que nos remeter para essa teia total e totalizante.

Certas terapias podem pecar por mesquinhês, são pouco exigentes. A dietoterapia ou trofoterapia, reduzindo ao ambiente alimentar toda a gama de ambientes patogénicos, é um caso de insuficiência ...visual. Se é certo que o alimento influi de maneira decisiva na génese dos sintomas mais variados, não é o único factor. Será o mais importante veículo de bionergia, mas não o único. Muitas vezes, o alimento não é tão importante em si mesmo como pelo que deixa ou impede o organismo de receber: ainda estamos a falar da energia cósmico-telúrica.

- O método macrobiótico difere do método lacto-ovo-vegetariano, porque não só desintoxica como reequilibra e combate carências.
Principalmente difere porque abre uma porta à descoberta e experiência iniciática, caso o praticante a queira abrir, evidentemente. Em termos já aqui usados, imuniza ao dualismo, a todos os dualismos e à violência cancerosa dos dualismos.
Aquilo a que chamamos imunização, consiste em ficar perante o oposto (o inimigo, a doença, o sintoma, o cancro) não em atitude tensa de contra-agressividade mas relaxado e descontraído.
Imunização é a técnica da arte marcial que é a arte da contra-ofensiva sem violência, a arte de aparar o golpe, de vencer sem lutar, de escapar ao dualismo. De transmutar o Oposto.
Se a doença, a violência, a química, o ambiente atacam, a táctica digamos iniciática, digamos dialéctica, é: aparar o golpe, encaixá-lo, remetê-lo à origem. Ou ainda: aproveitar a energia contida na violência, na agressão, no ambiente, na doença, transmutá-la e diferi-la.
Que transmutar formas violentas e degradadas de energia é difícil, quem o negará. Forma de sabedoria tão diferente da ocidental, há muita dificuldade em saber como enfrentar os contrários sem engendrar novo dualismo, novo conflito, nova violência, novos contrários.

Mudar o método terapêutico é assim um convite a mudar radicalmente o nosso paradigma de vida e de entendimento do mundo.
Mudar de regime alimentar é o primeiro passo da mudança e abre a primeira oportunidade para as transmutações de energia, se acreditarmos, como o budismo tântrico, que na arte de transmutar energia reside a essência e forma suprema de conhecimento.
Para a iniciação tântrica, de facto, a cura é apenas a capacidade de mudar a (energia contida na) doença em outra forma de energia. ■

terça-feira, 3 de agosto de 2010

RENÉ DUMONT 1975


Google regista:

1. http://catbox.info/big-bang/gatodasletras/casulo1/DUMONT.HTM
2. http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/admep-1.htm



1-11-dumont-md-1-4- sexta-feira, 7 de Novembro de 2003- e a entrevista com dumont, onde está, afonso?
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UM TECNO-AGRÓNOMO PARA RECICLAR - RENÉ DUMONT ESTEVE EM PORTUGAL [Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal (por ele dirigido), «Frente Ecológica», Nº 3, Novembro de 1975]

A convite do Ministério da Agricultura, René Dumont esteve em Portugal, andou a ver da Reforma Agrária, disse que sim, disse que não, e, no final de contas, falou com personalidades do meio ministerial, botou sentenças, disse que tínhamos de produzir para não passar fome, etc...
Dumont tornou-se de agrónomo oficial em coqueluche de certos meios ecológicos e ecopolíticos franceses, quando, aqui há ano e meio, em Maio de 1974, alguém teve a ideia de o propor para candidato à presidência da República pelo Partido Ecológico.
Resultou daí que não foi eleito para Presidente da República, como está bem de ver e de prever, resultou daí alguns milhares de votos rapinados ao senhor Mitterrand e resultou daí o sorriso auto-suficiente de muita gente que quando ouve falar de Ecologia pensa isso ter alguma coisa a ver com poluição.
«Utopia ou Morte», título de um livro de René Dumont, herdado do Maio de 68, foi um dos slogans da campanha eleitoral, que se saldou, afinal, por uma propaganda intensiva de alguns postulados ecológicos e a denúncia de alguns escândalos mais escandalosos ficando a opinião pública com um contra-veneno eficaz para fazer face aos venenos dos outros partidos não ecológicos nem pouco nem mais ou menos.
Muita gente, desde então, cá e lá, começou a falar de Ecologia, embora até aí dissessem que não. Não foi agora o Movimento Ecológico Português havido nem achado para a visita do senhor René Dumont mas também não era preciso.
Ninguém nos convidou para um drink com o senhor René Dumont, mas agricultura com pesticida o Movimento Ecológico também não toma.
Há ano e meio aceitou René Dumont o papel de catalisador, mas cada vez mais se verifica que a sua vocação é de agrónomo com  adubos químicos, do que propriamente uma vocação ecológica radical.
Quer dizer: agricultura sem adubos químicos nem pesticidas, agricultura de reciclagem e de fertilizantes orgânicos, agricultura de independência nacional, em suma, não se ouviu. O que o senhor René Dumont preconizou era que continuássemos a importar adubos e pesticidas, pois o petróleo vai aumentar outra vez e outra vez teremos que pagar os adubos e pesticidas mais caros do que ouro.
O que René Dumont veio dizer a Portugal, poderia tê-lo dito qualquer outro especialista da F.A.O., da O.C.D.E. ou do Mercado Comum, quer fossem arrependidos ou não do estilo Sicco Mansholt.
Pouco menos mau ou pior do que Sicco Mansholt, o agrónomo Dumont ainda acredita que a fome será vencida pela cada vez mais violenta violentação das leis biológicas, orgânicas e naturais da ecologia dos solos. Quer dizer: ele preconiza a fartura defendendo a esterilidade e o deserto.
Ecologia foi um ar que lhe deu. Mas René Dumont é, apesar disso, autor de livros respeitáveis onde denuncia a sociedade de consumo e propõe modelos de Economia verdadeiramente revolucionários, quer dizer, de reciclagem.
Em comparação com os doutrinários da F .A.O., Dumont até faz figura de avançado, mas cada vez mais se reconhece nele que a circunstância de ter presidido, em Maio de 1974, à candidatura pelo Partido Ecológico, foi uma circunstância fortuita, efémera. Sujeito de pouca confiança para a Ecologia Radical, bem nos tinha avisado disso o semanário “La Guele Ouverte», quando contestou posições reformistas do mesmo Dumont.
Recomendamos o seu último livro traduzido em português - Utopia ou Morte - desde que seja lido com cuidado e critério de distanciamento crítico. Nem tudo é para desperdiçar nem para deitar no lixo. Reciclemos então...


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CONTRA A ECONOMIA DO DESPERDÍCIO PELA ECONOMIA DA ECONOMIA Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal( por ele dirigido), «Frente Ecológica», Nº 3, Novembro de 1975
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OS TRIUNFALISTAS DA MISÉRIA(*)

(*) René Dumont, O Crescimento da Fome, trad. de Vítor Oliveira, col. «Senso Comum», Editorial Vega, 1977

Ou nos lançamos nos braços dos "tecnocratas competentes", como gosta de dizer o Prof. Delgado Domingos, ou morremos à fome.
Esta parece ser a tese defendida por autores como René Dumont, em livros como «O Crescimento da Fome» recentemente editado em português, como se: de qualquer modo, não acabaremos mesmo por morrer à fome; como se o Terceiro Mundo não tivesse morrido sempre à fome e não continue a morrer; como se estivéssemos agora a nadar em abundância e a miséria fosse algo que nunca por aqui tivéssemos conhecido.
Esse ultimatum, (de que René Dumont se faz eco e alguns outros "tecnocratas competentes", simpatizantes (nas horas vagas) dos ecologistas e dos movimentos ecológicos, só pode ser lançado por uma burguesia farta que efectivamente teme a fome e ser lançada na penúria.

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FOME NO TERCEIRO MUNDO É UM DESASTRE ECOLÓGICO(*)

 EM CADA MINUTO DESAPARECEM VINTE HECTARES DE FLORESTA

 RENÉ DUMONT, CONHECIDO ECOLOGISTA FRANCÊS, QUE SE ENCONTRA EM PORTUGAL, AFIRMA-SE ACTUALMENTE UM MILITANTE TERCEIRO-MUNDISTA

[(*) Este texto de Afonso Cautela, entrevista com René Dumont, foi publicado no jornal «Portugal Hoje», 17-2-1982]

O destino ecológico do Planeta será decidido no Terceiro Mundo.
Esta parece ser a ideia-força de René Dumont, que se afirma um «militante terceiro-mundista», quando lhe perguntámos que laços ainda o ligavam ao movimento ecologista francês.
Para ele, «a fome do Terceiro Mundo é, em grande parte, um desastre ecológico. Ao contrário da mentira que tantos ainda sustentam e que há 10 anos, na Conferência de Estocolmo, tomou foros de cidade - só os países industrializados teriam problemas de ambiente... - o subdesenvolvimento significa para René Dumont o maior atentado não só contra os povos mas também e principalmente contra a Natureza.

«A nossa fartura - diz, referindo-se principalmente à França - é baseada na miséria dos outros.»
Os chamados países «ricos», ao explorar e pilhar os recursos naturais dos colonizados, não só escravizam os povos como destroem os seus ecossistemas.
Para ele, a primeira oposição a estabelecer, para explicar a moderna Mega-Crise, é contra o «colonialismo», do que decorre a palavra de ordem necessária:
«Descolonizar o homem é antes de mais descolonizar a Natureza.»
Este «trota-mundos», em incansável peregrinagem pela Terra dos explorados e espoliados, está em boa posição para denunciar o inimigo principal:
«A ecologia resume todos os nossos problemas, todas as nossas crises», diz ele, pondo fim aos que ainda falam de «combater a poluição» ou em «defender o ambiente».

SEM FLORESTA SÓ HAVERÁ INUNDAÇÕES E SECAS

Ao enunciar os absurdos que explicam o «apocalipse» actual, Dumont torna-se torrencial:
«Em cada minuto, vinte hectares de floresta húmida tropical desaparecem, comprometendo assim uma componente essencial do nosso ecossistema. Dentro de 10 anos na Costa do Marfim, dentro de vinte e cinco na África Central, dentro de trinta na Amazónia, não haverá mais floresta. Com a destruição das florestas do Himalaia, do Nepal e da Índia, aumentam as inundações e as secas, como o pude verificar no Paquistão, no Bangladesh e na Índia.»
Quanto aos climas, de que depende. a produção agrícola, diz este professor de Agronomia:
«Também estamos a degradar os climas: por combustão excessiva de energia fóssil, produção de gás carbónico, radioactividade das centrais nucleares, kripton radioactivo, aumento de poeiras. Os óxidos de azoto atacam a camada de ozono que nos protege dos raios ultravioletas.»

A ALBÂNIA APROXIMA-SE...

Engenheiro agrónomo que se considera (ainda) um tecnocrata, René Dumont defende os adubos e pesticidas como necessários para «alimentar o excesso de população» (em que acredita como bom neo-maltusiano que é...) mas denuncia as monoculturas agrícolas - amendoim, beterraba, palma, algodão, tabaco, café - principais responsáveis pelas catástrofes ecológicas, como a do Sahel, que assolam o Terceiro Mundo.
Os eucaliptos também não escapam à sua crítica. Quando lhe dizemos que Portugal é um enorme eucaliptal, tem um conselho rápido: «Defendam-se.» Mas não falou nas multinacionais da celulose que mandam na gente.
Na Albânia - apesar de «estalinista», diz - há tudo o que é essencial para todos. «A Albânia aproxima-se de uma sociedade ecológica, mas não é ainda a ideal...» E salta com uma das suas obsessões: «Na Albânia não há automóveis particulares, só alguns para altos funcionários e professores universitários...»
Quanto à refinação (de cereais, óleos e outros produtos alimentares, básicos), responsável, em primeira linha, pela fome no Mundo, Dumont é pouco contundente. Admite que, na Albânia há a «possibilidade» de escolher entre pão branco e pão negro...
Quanto ao Biogás - segredo de Polichinelo para o verdadeiro desenvolvimento do Terceiro Mundo - o grande agrónomo da Fome surpreende-nos com uma afirmação insustentável: o biogás fica mais caro do que o petróleo (!!!).

SOU DEMASIADO SOCIALISTA PARA ADERIR AO PSF

Este candidato dos ecologistas à Presidência da República em 1974 pode dar-se ao luxo de fazer afirmações impossíveis de provar. Aliás a «reciclagem» de materiais (tal como a refinação de alimentos) não o entusiasmam por aí além.
Prefere continuar a protestar contra o automóvel particular: «Na Tanzânia, são necessários 6 mil dias de trabalho para comprar um automóvel.»
E insiste: «Se a tendência americana de um carro por pessoa se generalizasse, seria a ruína em 10 anos...»
Apesar deste «bode expiatório», Dumont não se tem cansado de pôr no banco dos réus quem lá deve estar, muito antes do popó: capitalismo, imperialismo, exploração do homem pelo homem têm sido suficientemente denunciados por este ecosocialista confesso, que no entanto diz: «Sou demasiado socialista para poder aderir ao Partido Socialista Francês...»
Explica esta exigência porque «o Governo Mitterrand ainda está muito apoiado na exploração do Terceiro Mundo»...
Declaração de Cancun?: «Só palavras»..., diz ele, e cita o exemplo das minas de carvão fechadas em França, enquanto se exploram as da Mauritânia. Mão-de-obra barata... «A nossa fortuna é baseada na miséria dos outros»... - repete ele, referindo-se à fortuna da França.

O APOCALIPSE DA «GASPILLAGE»

Se a palavra «reciclagem» raramente aparece no seu discurso, já o antónimo - «gaspillage» - é mais frequente. Para Dumont a crise é de «gaspillage» insensata e paranóica de recursos. Com o petróleo barato - sustenta - os países industriais entraram numa verdadeira orgia de desperdício.
O que explica tudo: O petróleo foi assim o grande motor do «buldozer» chamado crescimento que iria arruinando a Natureza e a Terra dos Cinco Continentes.
Subdesenvolvimento é, como diria Josué de Castro, e Dumont também, a outra face deste desenvolvimento, que assim fica totalmente posto em causa.
Um exemplo acabado de subdesenvolvimento é a Guiné:
«Não há fábricas. Mas quando foi inaugurada uma grande fábrica para tratamento de amendoim, fechou no próprio dia em que abriu. Não chegou a funcionar, não havia meios humanos e técnicos... Tecnologia importada dá casos como esse:»
Pedimos-lhe uma palavra de esperança para os que lutam em Portugal por um ecodesenvolvimento e um socialismo de rosto humano. Ele lembra o que foi a campanha da. candidatura ecologista:
«O objectivo desta campanha era primeiro ecologizar os partidos políticos. Efectivamente, depois dela, Mitterrand e Juquin, respectivamente dos partidos socialista e comunista, contactaram-nos.
- «Em Tours, o Partido Comunista apresentou, em Abril de 1976, Vincent Labeyrie, professor de Ecologia, às eleições parciais contra Royer. Mas o objectivo era também politizar os ecologistas, pois não se trata já só de proteger parques, residências secundárias, avezinhas, mas de reinventar toda a nossa civilização.»
Postas as devidas aspas na indevida «civilização», parece-nos uma boa chave para fechar esta conversa com o homem que é e continua a ser um permanente desafio ao Mundo para que ouça a voz do Terceiro Mundo.
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(*) Este texto de Afonso Cautela, entrevista com René Dumont, foi publicado no jornal «Portugal Hoje», 17-2-1982

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RENÉ DUMONT: UMA POLÍTICA REFORMISTA DA NATUREZA (*)

[(*) Este texto de Afonso Cautela deverá ter ficado inédito, para sossego das almas . Vou datá-lo de Julho-1976, número do jornal «Frente Ecológica» onde veio a aludida «Carta à Esquerda Portuguesa», que tenciono scanar ainda hoje, pela tardinha. Vou datá-lo também de Maio-1977, data em que o dito livro foi editado ]

(*) Comenta-se neste artigo o livro « O Crescimento da Fome», de René Dumont, trad.. de Vítor Oliveira, col. «Senso Comum» , Editorial Vega, Maio- 1977


" A monocultura não é forçosamente uma catástrofe, se a cultura foi cuidada e os desperdícios reciclados."
" Na China (...) conhecimentos médicos muito mais precoces e eficazes que no resto do mundo, multiplicam a população." - René Dumont, In " O Crescimento da Fome»

" Convidarei o leitor (...) a reconhecer todos os nossos limites, todos os nossos constrangimentos; e, antes de mais, o da população, de que hesitaremos em pedir a redução maciça." - Eis a pedra-de-toque em que assenta o pensamento de René Dumont, bem como o inventário da pilhagem capitalista contra o Terceiro Mundo a que procede no seu último livro publicado em português, "O Crescimento da Fome" (1977).
Vedeta dos Franceses em Maio de 1974, quando o Movimento Ecológico o propôs para a Presidência da República, René Dumont volta sempre aos assuntos da sua especialidade e predilecção: a agronomia, a fome, o Terceiro Mundo, a pilhagem dos recursos planetários, mas, principalmente, a ameaça do crescimento demográfico como perigo número um da humanidade.
No prefácio deste seu livro sobre “O Crescimento da Fome", levanta ele a questão de fundo logo ao abrir:
«Marx não teria previsto uma série de factores e ocorrências que viriam, portanto - diz Dumont - a por as suas teses não totalmente em causa mas, pelo menos, a revê-las e reequacioná-las em termos diferentes».
Resta saber se todos os factores apontados por René Dumont existem realmente, ou se alguns - como a  explosão demográfica - não passam de sofismas bem engendrados para comprometer e viciar de raiz todos os raciocínios.


METER MALTHUS E JOSUÉ DE CASTRO NO MESMO SACO

Para dar algum crédito à sua tese, seria preciso, por exemplo, que René Dumont demonstrasse quais são os países do Terceiro Mundo "pilhados" pelo Bloco Socialista.
Se existem, quais são eles?
Não encontramos resposta nas obras de Dumont conhecidas em português, que se limitam a fazer o inventário da pilhagem capitalista, como se dele fosse também responsável o Bloco Socialista.
Meter Malthus e Josué de Castro no mesmo saco maltusiano, eis outra tese que Dumont deveria demonstrar.
Que nos lembre, Josué de Castro foi das vozes mais veementes a denunciar o sofisma "maltusiano" da explosão demográfica e foi ele quem disse que fome era causa da explosão demográfica e não o inverso.
Dumont tem um defeito: deixa os truques e sofismas do seu pensamento demasiado à mostra.
"Arruinámos a Índia e o Sahel, que estão hoje esfomeados" - afirma Dumont.
Mas foi ele próprio quem denunciou os "fabricantes" da catástrofe saheliana em 1973: os latifundiários colonialistas que naquelas áreas da África Central plantaram monoculturas gigantescas de colza e amendoim estariam à cabeça dos responsáveis.
Porque não especifica agora os responsáveis pela catástrofe, englobando-nos a todos num vago e abstracto "nós”?

O FRACASSO DA “REVOLUÇÃO VERDE”

Também não hesita na gritante contradição. Ele, defensor intransigente da Agroquímica, verifica e lamenta o fracasso da “revolução verde” :
"As esperanças postas na Revolução Verde na Índia esboroam-se como castelos de areia, e uma ameaça terrível pesa sobre o futuro da Ásia Meridional, que conhece o início de uma das grandes fomes da História."
Mas não foi ele, Dumont, um dos principais defensores dessa ilusão chamada Revolução Verde e seu obreiro Sicco Mansholt?
Não foi ele a acreditar, como os outros tecnocratas da F.A.O., no mito da produção com base em injecções crescentes de adubo químico, pesticida e energia fóssil sob a forma de mecanização acelerada?
Não foi ele, presidente dos ecologistas, a preconizar uma Agroquímica intensiva que é, em grande parte, responsável pelas enormes quebras de produção actuais?
Porque não se confessam, ao menos, os obreiros desses belos planos da F.A.O. para alimentar a fome no Mundo?
Porque se espantam com os fracassos dos próprios métodos que perfilharam?
Porque continuam os prémios Nobeis tipo Norman Borlaug, da F.A.O., a chamar histéricos aos ecologistas que defendem uma bioagricultura intensiva e porque não deixa Dumont, neste seu livro, como nos anteriores, de fazer o constante panegírico de Borlaug e suas teses?
Mas, acima de tudo, René Dumont insiste em tocar a sineta do apocalipse demográfico. A propósito dos climas e suas alterações, com colheitas cada vez mais catastróficas, se há-de pôr no banco dos réus os principais agentes que contribuem para essa alteração climática - guerra meteorológica, explosões nucleares, produção de CO 2 etc.- lá volta de novo ao "perigo demográfico" :
" Tudo isto merece estudos mais aprofundados, porque a ameaça é terrível."
A guerra meteorológica é um facto e uma ameaça aos pobres e famintos do Terceiro Mundo. A população, pelo contrário, é a arma que o Terceiro Mundo tem para lutar contra essas e outras chantagens do mundo imperialista.

CONTRIBUTOS FRANCAMENTE POSITIVOS

Na obra de René Dumont, porém, abundam os contributos francamente positivos e de indiscutível impacto anti-capitalista: a crítica à futurologia tecnocrática de Herman Khan e seu balofo optimismo; o elogio ao sistema agrícola praticado na China Popular.
Com o elogio, embora com restrições, à Bioagricultura de Claude Aubert, seu discípulo, ao considerar suicida uma agricultura totalmente apoiada em injecções crescentes de quimismo e energia fóssil, ao acusar os latifundiários e intermediários de travarem as soluções capazes de impedir uma catástrofe à escala mundial, René Dumont redime-se do exagero que o faz considerar o crescimento demográfico um perigo e a maior ameaça contra a humanidade, logo seguida do esgotamento de recursos, dos quais a água e os fosfatos são, em sua opinião, os mais graves.
A crítica de René Dumont à pilhagem capitalista é muito bem feita. Ele inventaria  contradições, absurdos que fazem desse sistema um inato destruidor da Natureza.
Atribuindo a um regime económico, social e político todas as culpas, deixa-nos, no entanto, com a impressão de que a passagem ao socialismo seria a passagem para o paraíso ecológico.
A escolha de René Dumont para encabeçar e dar autoridade "científica" ao movimento ecológico francês é de facto um óptimo serviço prestado ao sistema Ecosuicida e ao tipo de "civilização", entre aspas, que o movimento ecológico contesta e questiona.

"COM O ANTI-CAPITALISMO É AINDA O CAPITALISMO QUEM GANHA..."
REFORMISMO CONTRA REVOLUÇÃO
CRÍTICA ECOLÓGICA OU CRÍTICA ANTICAPITALISTA?

Atribuindo ao sistema capitalista a culpa quase exclusiva na destruição da Natureza e dos recursos naturais, René Dumont presta um bom serviço à ideologia tecno -cientifista em geral, tal como ela é praticada, a Leste e a Oeste, em sociedades capitalistas e em sociedades anticapitalistas.

Presta um bom serviço à metodologia da ciência estabelecida, da Tecnologia Pesada e das Indústrias Hiperpoluentes.
Presta um bom serviço ao caos da ciência analítica, incapaz de compreender a ordem cósmica do Universo.
Quer dizer: se a passagem ao socialismo vai minorar ( e vai concerteza) algumas das mais gritantes consequências ecológicas do capitalismo, o risco a que René Dumont nos convida é este: cair na ilusão de ficar muito contentes com um sistema que, ecologicamente, é apenas mais prudente, mais lento na destruição, mais diplomático e mais habilidoso na actuação antinatural, não deixando contudo, basicamente, estruturalmente, de se fundamentar na manipulação, alienação e exploração da Natureza pelo Homem.
Quem lê René Dumont e o seu inventário de malefícios, fica com a ideia (necessária mas não suficiente) de que a Natureza é destruída apenas pelo capitalismo - esse inato destruidor da natureza - e que basta socializar os meios de produção para que se viva num paraíso ecológico, onde as leis do equilíbrio ecossistémico serão respeitadas...
Não há dúvida de que o capitalismo é o inato destruidor da Natureza. Com ele não há nada que resista, e por sua culpa a Terra aproxima-se aceleradamente do esgotamento total.
Mas René Dumont e outros eco-reformistas deixam nos espíritos uma ilusão perigosa: minorados os efeitos da poluição, o socialismo resolverá todos os males e desequilíbrios ecológicos...
Era bom que assim fosse, mas temos de reconhecer que socializar não chega para fazer a Revolução. E muito menos fazer críticas anticapitalistas significa ser socialista.
Por isso é que a crítica ecopolítica ou biopolítica à sociedade vai mais longe do que a crítica feita pelo anticapitalismo ao capitalismo; vai até onde esta vai ( estamos todos de acordo com as teses socialistas de René Dumont...) mas vai mais longe e fala da estrutura de todo um sistema caracterizado pela oposição do Homem à Natureza.
Para compreender os remanescentes capitalistas que dão à sociedade anti-capitalista uma fisionomia ainda (muito) pouco ecológica, basta citar o sector-chave dos consumos e dos hábitos; basta lembrar os consumos alimentares de carência por industrialização e os hábitos industriais de refinar, conservar, corar, frigorificar, enlatar, embalar alimentos;
Basta lembrar os consumos supérfluos e a ausência de um princípio revolucionário que indique a hierarquia dos consumos em função de um novo padrão de consumidor, ou seja, em função de um homem não alienado.
Basta lembrar os consumos tóxicos ou venenosos, antibiótico no gado, estrogeno nos frangos, desinfectante no leite, difenil nas laranjas, etc., etc..
Basta lembrar os consumos químicos na vida pessoal e doméstica, na agricultura, na quimioterapêutica.
Basta lembrar as vacinas e os antibióticos.
Basta lembrar, apenas, o sector dos consumos tóxicos e alimentares para ver em que medida um sistema anticapitalista, embora sem a nota de orgia dada no capitalismo pela publicidade, pilha e destrói a Natureza, contamina o ambiente, compromete a qualidade de vida, ameaça a segurança pessoal, aliena as relações do homem consigo próprio, burocratiza as relações do homem com o alimento, submete a natureza às mesmas violências.
Mas o inventário dos hábitos, comportamentos, serviços, acções, anti-ecológicas deve prosseguir: hábitos de caça e pesca como práticas correntes não desportivas mas industriais, onde está aí o socialismo que mude tais hábitos?
As tecnologias de ponta, principalmente as que alimentam o sonho delirante de "melhorar a Natureza" (toda a Biocracia da engenharia genética, da transplantologia, da climatologia, etc) .
A crença supersticiosa no gigantismo do Tupolev, do superadubo, do superpesticida, do superestádio, da superbomba, do super-regenerador atómico, da super bomba de cobalto, do superantibiótico, etc.
O desenvolvimento sistemático de indústrias pesadas (celulose, cimenteira, refinaría, nuclear, etc.) com desprezo absoluto pelas indústrias médias e tecnologias leves;
As maratonas de prestígio entre potências bélico-imperialistas (espacial, atómica, olímpica, etc. ) são prova, entre outras, de que os mitos capitalistas continuam vigentes dentro de sistemas anticapitalistas: crescimento industrial infinito, agroquímica (a terra é um máquina de produzir), medicina (o homem é uma máquina alimentada a calorias), despovoar os campos e superpovoar as cidades, etc..
Os sintomas de universo concentracionário não deixam de aparecer nas sociedades
anticapitalistas: altas taxas nas doenças do consumo do Ambiente, (cancro, cardiovasculares, reumatismo, tensão arterial., diabetes, desmineralizações, alergias, psicoses, toxicoses, etc. ) provam de que a qualidade de vida não é um mito burguês mas uma realidade estatística mesmo entre os antiburgueses.
Se o concentracionário urbano é muito atenuado pelos hábitos anti-capitalistas, não deixa de vigorar o sistema concentracionário de energia e de indústria, sem que se vislumbre ou seja incrementada a descentralização e a diversificação de unidades produtoras.
O desperdício de materiais, lixos, desperdícios, excrementos, etc. é incrementado, sem que se pratique uma política sistemática de Reciclagem e o fomento das tecnologias alternativas.
Eis apenas alguns aspectos específicos de uma crítica ecológica ao Establishment mundial, para lá da crítica já feita por René Dumont e demais anticapitalistas ao Establishment capitalista.
Quer dizer: herdadas do capitalismo e refinadas pelo anticapitalismo, temos ainda uma trintena (?) de práticas que, na perspectiva ecológica, são tão criticáveis como as práticas de pilhagem e chantagem especificamente capitalistas.
Tal como o capitalismo usa estratagemas diversos para prorrogar a sua agonia, eis que o sistema do Desperdício - e seu aparelho ideológico, a Sofística - usa também estratagemas para se manter . Um desses estratagemas é o anticapitalismo, que aparece assim como um eco-reformismo para fazer durar mais (algum) tempo esta morte que (lentamente) nos mata.

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(*) Este texto de Afonso Cautela deverá ter ficado inédito. Vou datá-lo de Julho-1976, número do jornal «Frente Ecológica» onde veio a aludida «Carta à Esquerda Portuguesa», que tenciono scanar ainda hoje, pela tardinha.


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ALQUIMIA INTERCELULAR-III



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REACÇÕES CURATIVAS E CURA INICIÁTICA
I
Se consultarmos o quadro de 5 diáteses ou predisposições tipológicas estabelecidas por Menetrier, vamos encontrar uma classificação muito interessante para este tópico que estamos a analisar: as reacções curativas.
Considera Menetrier: por um lado, a diátese Alérgica e , por outro lado, a diátese Anérgica.
Eis mais um par de opostos muito significativo em Noologia.
Grande parte das doenças oscilam, de facto, entre esses dois pólos. Um dos primeiros cuidados, no enquadramento de uma doença, é saber em qual dessas 2 grandes áreas energéticas se inclui ou para a qual se inclina o doente:
a) Tipo alérgico
b) Tipo anérgico
Como acontece em todas as classificações biotipológicas, regra geral, os tipos não aparecem puros mas sim mesclados. De onde, por exemplo, a Anergia possa coexistir com a Alergia.
No entender da Noologia é o que se chama, em medicina tradicional chinesa e no sistema dos 5 elementos, um ciclo perverso.
Ora a complexidade das actuais patologias reside precisamente em que entrámos numa fase de ciclos perversos (ciclos viciosos) cada vez mais complicados.
A dificuldade de ultrapassar as doenças reside hoje, em grande parte, nessa situação , que se generaliza, de estrutural perversidade energética, a que a medicina às vezes não deixa de chamar, reconhecendo, «ciclos viciosos».
Em regra, a medicina química produz ciclos viciosos sem regresso. Deverá dizer-se, sem medo a represálias, que a principal responsável pela introdução dos «ciclos perversos» ou «ciclos viciosos» na vida moderna é a ciência médica. E que a isso , a essa vocação de espalhar perversidade, se chama cientificamente Iatrogénese.
O mais difícil para as medicinas naturais não é curar pelas causas, basta que o doente queira colaborar. O mais difícil tecnicamente para as medicinas naturais ou terapias doces, é resolver e ultrapassar os ciclos viciosos provocados pela química médica, é desfazer, contrariar, anular, ultrapassar os efeitos perversos dos medicamentos e da medicina.
O que passa também pela difícil operação que se chama «desmame da droga».

ALÉRGICO E ANÉRGICO

De qualquer maneira, teremos sempre que tentar saber o que predomina: se o anérgico, se o alérgico.
Na dúvida , deveremos tentar atacar os dois.
Definindo terreno alérgico como uma hipersensitividade ou hiperreactividade do organismo e anérgico como uma hiporeactividade ou hiposensitividade, se os sintomas apontam claramente para reactividade aumentada - deveremos procurar des-sensibilizar a sede da hiperreactividade - o fígado.
Temos, à nossa disposição, o des-sensibilizante universal - o Enxofre.
Se houver, simultaneamente, sinais de apatia energética - por mais que se receite o doente dirá sempre que não sentiu nada - é ainda o Enxofre que poderá fazer o Milagre de, ao mesmo tempo, des-sensibilizar para resensibilizar.
E não será por acaso que o Enxofre - quer o metal, quer o princípio filosofal - seja uma das energias decisivas no desencadear de uma alquimia pessoal , no restabelecimento dos bioritmos e ciclos, no metabolismo, na desestruturação das células, para uma posterior reestruturação, no arranque do movimento alquímico.
E tudo isto, que acabamos de enunciar, faz parte das famosas «reacções ou crises curativas» a que, em Gnose Vibratória, chamamos Stresses positivos, Desestruturação/Reestruturação.
Voltamos ao ponto da reacção curativa e partimos de novo para outra incursão.
A doença, quanto mais grave, mais oportunidade dá ao doente de evoluir (Postulado nooológico).
Mas quanto mais crónica e antiga for a doença, mais tempo leva a curar, porque mais tempo leva o processo alquímico de transmutação, desestruturação e reestruturação das células, mais crises ou reacções curativas provoca.
Reacções curativas que passam por duas condições sine qua non:
a) Abertura do Suporte Vibratório (SV) às Energias Vibratórias cósmicas
b) Reactivação dos metais alquímicos existentes na heterocromatina constitutiva.
Para uma e outra coisa é imprescindível o contacto com :
a) Metais
b) Cores
c) Aromas (Óleos essenciais)
d) Homeopatias
e) Florais
f) Enzimas e lacto-fermentados
g) Elementos catalíticos
h) Música
i)
Outro salto de gamo para um interface essencial na cura energética: aquilo que, em Gnose Vibratória, se chama Psicostasia.
Psicostasia , fundamentalmente, tem a ver com um julgamento vibratório a que somos submetidos desde que entremos no circuito das energias cósmicas vibratórias.
Ou seja, a subida de uma oitava na escala vibratória de N8 a N56, terá que passar por esse julgamento em que o Cosmos nos pesa e avalia as energias da alma para saber se pode ou não passar.
Tristeza infinda do nosso tempo triste de mentiras virtuais (energeticamente zero ou abaixo de zero) é que as pessoas se julguem a salvo de uma avaliação cósmica ou Prova Geral de Acesso, como se o Mundo Vibratório fosse a completa balda e não a ordem inviolável que de facto é.
É a Ordem do Universo como ensina, por exemplo, entre outros sistemas noológicos tradicionais, o Yin-Yang taoísta ou Princípio Único.
Saltamos agora para os «Rituais de Passagem». Todas as tradições falam de «rituais de passagem». Algumas ordens ditas secretas também fazem uma caricatura desses ritos, degenerados em rituais. Nos liceus e escolas é o espectáculo ignominioso da praxe - a significar que se perdeu completamente o sentido do sagrado e dos necessárias graus de iniciação. Ou até o sentido do simples bom senso e do simples senso comum.
«Ritos de Passagem», de Jean Holm e John Bowker (Publicações Europa América) é um dos livros muito interessantes que nos permitimos incluir na bibliografia auxiliar deste tema inesgotável que é o tema das «Reacções Curativas»

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REACÇÕES CURATIVAS

O que fez da Alquimia uma Arte (quase) inacessível e das 12 ciências sagradas aquilo a que se chamou «ciências ocultas», foi a complexidade do acto iniciático a que, em terapia natural, poderemos chamar , muito simplesmente , reacções curativas e a que Etienne Guillé chama «stresses positivos».
De facto, neste conceito do sábio grego Hipócrates, confluem todas as linhas energéticas que fundamentam a vida e a morte, a saúde e a doença, a nossa evolução ou involução, a nossa capacidade de progredir energeticamente ou de energeticamente regredir, no caminho que escolhemos entre Alfa e Ómega, entre Macro e Microcosmos.
Nunca as terapias naturais hoje no mercado deram ênfase suficiente a esta encruzilhada de todos os caminhos, a este interface de todos os interfaces energéticos.
Sem poder nem querer indicar, ao mesmo tempo, todos os itens que deste decorrem, vamos indicar alguns. Vamos pegar numa das pontas da meada, meada que é, de facto, labiríntica . Mas que, por ser labiríntica, não nos deve assustar - desde que tenhamos a bússola que nos oriente, entre os recifes, no percurso desse labirinto.
A nossa bússola, em Noologia, é a Gnose Vibratória de Etienne Guillé, que daremos em anos futuros ou em cadeira diferente deste mesmo ano.
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(*) A experiência de seres humanos em voos espaciais levou, assim, à confirmação deste campo magnético que os cientistas designam de «campo Schumann», cuja falta provocava perturbações fisiológicas nos primeiros astronautas. ■

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ALQUIMIA INTERCELULAR-II

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OS METAIS ALQUÍMICOS NA HETEROCROMATINA CONSTITUTIVA

É o momento de sublinhar um dos factores decisivos que regem a interinformação entre células: a presença selectiva de alguns metais na heterocromatina constitutiva.
Modernamente, tem-se dito que todas as doenças são doenças de intercomunicação, ou antes, de falha no sistema de intercomunicação entre as células.
E até é capaz de ser verdade esta afirmação ou hipótese.
Só que, como sempre acontece, a ciência abandona a boa hipótese e passa adiante.
No estudo noológico, não passamos adiante das hipóteses inteligentes, mesmo que elas venham da ciência, e vamos mesmo fazer desta questão da intercomunicação entre células um centro dos muitos centros em que o nosso trabalho se vai polarizando.
É o centro do centro, digamos assim. Uma das descobertas fundamentais no campo da interinformação molecular, deve-se ao biólogo molecular, que apenas foi um pouco mais longe do que aquilo que os seus colegas se atreveram a ir.
Enquanto os colegas de Etienne, na zona do ADN chamada heterocromatina constitutiva, só viam «o lixo da célula» , sem nenhuma função (e chamo aqui a atenção para outro postulado, o da necessidade) - Etienne Guillé descobriu, na tal heterocromtina constitutiva, a existência «residual» de energias de metais.
Etienne conseguiu então, provavelmente com a ajuda do microscópio electrónico, estabelecer os metais que têm a sua sede nesta zona digamos «esquecida» do ADN, a heterocromatina constitutiva.
Mas se esta descoberta já constituía pedra de escândalo nos arraiais da Biologia Molecular, o escândalo talvez fosse ainda maior nos arraiais dos pretensos e alegados neo-alquimistas do nosso tempo.
É que, curiosa e casualmente, esses metais eram, para já, todos ou quase todos aqueles que os alquimistas, árabes e medievais, atribuíam aos planetas na altura já conhecidos.
São os metais ou elementos - entre todos os da Tábua periódica de Mendeleiev - que nos sustentam de pé, pela simples razão de que constituem a base da pirâmide alquímica que somos.
Os grandes quadros de correspondências /equivalências macro/microcosmos surgem agora a uma nova luz e readquirem uma nova importância.
Se eu posso saber - e saber pelo meu movimento alquímico intercelular - que Ferro vibra Marte (e, já agora, vibra Cor Vermelha), que Ouro Vibra Sol (e , já agora, Cor Amarela), as consequências terapêuticas que daqui irradiam são óbvias.
Mas para já temos três:
a) Cores e Cromoterapia
b) Metais e Oligoterapia
c) Correspondências/equivalências e Reflexoterapia.
Se o meu problema de Saúde radica no Fígado, por exemplo, é a energia do Cobre que estou necessitando.
Sem perder o fio dos itens já sublinhados, voltemos um pouco atrás, à bomba sódio/potássio.
Se o Potássio abre a célula e o Sódio a fecha, vemos que repercussões isto pode ter na intercomunicação celular. Ou seja, se por excesso de Sódio (em termos práticos , quem diz Sódio diz Sal) eu vou fechando as células, elas ficam «muralhadas» , incapazes de receber sais e de enviar para o os resíduos do metabolismo para o exterior.
Ou seja, o sistema de intercomunicação celular fica bloqueado.
Vemos, claramente, porque é que a própria vida (mais ainda do que a saúde) depende:
a) do Potássio
b) Dos elementos bioquímicos que transportam a informação e que residem na Heterocromatina constitutiva
c) Do movimento alquímico entre meio exógeno e meio endógeno da célula.
E vemos porque é que o excesso de sódio é sempre, e em qualquer caso, mais grave do que o excesso de Potássio.

METAIS PESADOS E OLIGOELEMENTOS - A terminar esta ficha de estudo, que já vai longa, só queria, ainda, relacionar a necessária presença de metais alquímicos na célula com a desnecessária presença de metais pesados (não alquímicos e em doses tóxicas ) que pode haver.
Os bioquímicos chamam-lhe quelantes ou quelatantes, sendo a quelação ou queletação um inibidor fundamental no funcionamento energético do sistema humano. Vemos como a intoxicação e poluição química (no ar, na água, nos alimentos, nos medicamentos, etc) pode ser responsável por tantas patologias, nomeadamente no caso concreto do Cancro, doença típica da falha de informação intermolecular, em que começámos por falar. Mas é claro que o Cancro - a doença mais complexa que existe e talvez mesmo a única doença - tem outras determinantes a nível das pirâmides da Alma e ao nível da Pirâmide do Espírito . É o «mecanismo vibratório do cancro», também descoberto por Etienne Guillé e de que falaremos em outra oportunidade.
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ALQUIMIA E NOVOS DADOS CÓSMICOS

19/1/1997 - A mais polémica das questões - o livre arbítrio - foi aqui polemicamente apresentada pelo nosso colega Salomé. A sua tese estaria talvez certa, até 26 de Agosto de 1983, data em que novos dados cósmicos começaram a ser emitidos para a Terra.
Como se admite em Noologia e em Radiestesia Holística , dois acontecimentos quase simultâneos, ocorridos nessa data, à escala cósmica, realizaram uma viragem nos paradigmas até então aceites. São esses acontecimentos cósmicos:
a) A mudança de canal cósmico (foram detectados pelo menos 17 canais cósmicos nesta Galáxia...), canal a que, em linguagem vibratória de base molecular ou linguagem universal, damos o nome de MEAI GAO GOC
b) O advento da Era Zodiacal do Aquário que, segundo as medições feitas pela equipa de Etienne Guillé , vibra a frequência na base do Número de Ouro (ou FI).
Mas uma 3ª descoberta ( que a seguir indicamos mais em pormenor) vem inverter completamente este pessimismo milenar sobre o livre arbítrio do ser humano:
c) É a descoberta do 2º código genético ou código vibratório , pelo qual é possível alterar o que está inscrito no 1º código genético do nosso fatalismo.
De tudo isto teremos ocasião de falar mais em pormenor, para que os colegas fiquem aptos a escolher entre 2 posições ontológicas antagónicas tão decisivas:
a) Um pessimismo estrutural cósmico-genético
b) Um optimismo criador que fundamenta a liberdade humana, a nossa criatividade , a nossa capacidade de evoluir, as nossas raízes do céu e o nosso destino.
Com estes 3 acontecimentos - viragem de canal cósmica, mudança de Era Zodiacal e descoberta do 2º código genético- , outra das ideias que sofreram uma viragem - para não dizer uma total subversão - foi a ideia ou lei kármica.
Aliás o trabalho iniciático e, portanto, alquímico, consiste precisamente em quebrar o fatalismo dessa roda Kármica. Tudo o mais, na melhos das hipóteses, é misticismo, apenas misticismo.
Alterar o nosso fatalismo genético é o que se chama, em Alquimia, «fabricar a Pedra Filosofal».
E o fatalismo da roda kármica quebra-se, activando os metais alquímicos da nossa heterocromatina constitutiva, como veremos imediatamente a seguir.
Os sistemas orientais falam de Karma, porque e enquanto não falam de alquimia - a 1ª das 12 ciências sagradas segundo os hierofantes egípcios - que nós vamos estudar ao longo destes 3 anos.

11648 bytes cdb-10> curso de bioterapia

MAGNETOTERAPIA E ELECTRICIDADE DAS CÉLULAS

Proclamou um semanário de Lisboa, em 1989, que indagara em laboratório sobre as virtudes curativas das célebres pulseiras de cobre publicitadas pelo ainda hoje popular António Sala, e - acrescentava o jornal - «não encontrou lá felicidade nenhuma».
Está, portanto, provado cientificamente que a felicidade, a existir, não se deixa analisar nos laboratórios e, não existindo, é apenas conversa publicitária dos vendedores de ilusões que são os vendedores de pulseiras.
Mas ficará o assunto do magnetismo terapêutico arrumado assim de uma penada com este decreto da ciência veiculado através dos jornalistas?
Estará provado em laboratório que a magnetoterapia não existe? Ou foi por decreto governamental que isso ficou estabelecido?
O campo magnético aplicado à melhor «respiração» das células será pura lenda?
Deitar fóra toda a questão do magnetismo terapêutico, só por causa da pulseira do Sala, é o mesmo que deitar a água do banho à pia com o bébé lá dentro.
Não valerá a pena reaver o bebé?
Sabe-se, por exemplo, que as cápsulas espaciais, quando perdem o contacto com o magnetismo terrestre, tornam-se inabitáveis para os seres humanos que lá vão.
A NASA (Agência espacial norte-americana), depois de várias experiências com ratos, (eternas vítimas do que eles chamam o «progresso científico e tecnológico») , decidiu equipar todas as cápsulas pilotadas por humanos com campos magnéticos criados com a ajuda de geradores.
Aparelhos emissores de ondas magnéticas asseguram condições mínimas aos astronautas que, de contrário, ficariam expostos a flutuações de níveis hormonais. (*)
Isto prova, pelo menos, duas coisas:
a) a relação do chamado magnetismo com o sistema glandular (que comanda, por sua vez, o sistema nervoso, que comanda por sua vez todos os outros sistemas)
b) O paralelismo que se pode estabelecer com os iões metálicos dos elementos minerais (metais e metaloides) também chamados oligo-elementos quando aplicados em terapia humana e animal.
A carência de minerais em doses vestigiais afecta predominantemente o sistema endócrino e não é possível escamotear esta relação de causa/efeito entre o magnetismo da terra e os (elementos) minerais.
Elementos que deveriam existir, nas proporções naturais, na água, no ar e nos solos, se os metais pesados da poluição química tóxica de lá os não tivesse desalojado, provocando o que alguns designam como «desequilíbrio ecológico oculto». (Metais Pesados, Ver Ficha Nº 2)
São as doenças da poluição química (incluindo medicamentos químicos de farmácia) de que regra geral a Medicina diz ignorar as causas, origem ou etiologia. (*)
Um exemplo mais que liga inevitavel e inextricavelmente a Ecologia Humana (herdeira da clássica Toxicologia) e as novas medicinas que, por isso mesmo, se deveriam chamar, quando verdadeiramente o são, medicinas ecológicas.
A experiência ocorrida com os astronautas, liga-se a uma outra circunstância igualmente comprovável da importância do magnetismo na célula viva.
Observações experimentais mostram que a «mudança do tempo» ou a «permanência dentro de um edifício», isolado do magnetismo terrestre pelas caixas de betão ou gaiolas de Faraday que são hoje as construções em altura , provocam alterações magnéticas no organismo humano, porque o «nível da voltagem desce e a célula entra em défice de alimentação eléctrica».
Nenhum cientista, ao que parece, nega esta «electricidade das células» , embora nunca tenha podido pesá-la ou «medi-la» em laboratório.
É dessa electricidade - um facto experimentalmente comprovado - que se fala quando se fala de biomagnetismo.
Quem terá, afinal, interesse em baralhar isto tudo, metendo no mesmo saco o que é um fenómeno físico como qualquer outro - influência do magnetismo na célula - e o que é especulação publicitária do tipo «pulseira de cobre curativa que dá a felicidade»?
Quem tem, afinal, interesse em misturar ciência com banha da cobra senão a ciência médica?
Quem está, ao fim e ao cabo, ao lado dos vendilhões e dos charlatães?
O benefício de respirar o chamado ar livre, carregado de iões negativos, é uma experiência comum que nenhum médico com certeza negará .
Mas a explicação causa-efeito desse benefício está igualmente relacionada com os campos magnéticos em que nos movemos e que nós próprios também produzimos .
Os iões negativos do ar puro (oxigénio) produzerm a conhecida sensação de vitalidade e euforia. Quando a medicina manda um doente de tuberculose para um sanatório das altas montanhas não estará , sem o saber, a ministrar-lhe uma terapêitica de iões negativos e de recarga magnética, recolhidos do oxigénio do ar que ainda os não destruiu pela poluição química tóxica dos metais pesados?

E procurar a terapia dos oligoelementos (em frasco não metálico) não será reaver também e apenas estes iões negativos em estado não poluído?
A relação de causa-efeito estabelecida entre iões metálicos e sistema glandular é ilustrada também pela experiência , no caso dos efeitos sedantes que se conseguem, sobre a dor reumática , com iões metálicos de oligoelementos (catalíticos também), efeitos que se explicam pela produção de cortisona natural que o organismo produz, aliviando assim as dores.
A cortisona (sintética?) de farmácia , pelo contrário, além dos efeitos adversos que produz sobre todo o metabolismo, nomeadamente o ciclo do cálcio, trava a produção natural de cortisona por parte do organismo, produção que num reumático já é pressuposto ser deficiente.
O mesmo acontece com a absorção de insulina farmacêutica pelos diabéticos: ela vai atrofiar ainda mais a produção de insulina natural no doente , a qual já se encontrava diminuída pela condição diabética.

Dentro desta lógica, que a medicina deveria contestar se tivesse uma lógica sua, os aparelhos que se dizem produzir «campos magnéticos alternados» terão melhor possibilidades de exercer tanto mais efeito quanto menos carente em oligoelementos minerais estiver o organismo. Tão vitais são eles que os cientistas lhes chamam também «bioelementos».
Talvez advenha também desta base metálica do terreno orgânico, o maior ou menor êxito de qualquer aparelho que produz artificialmente vibrações magnéticas.

MEDICINA OU CIÊNCIA MEDIEVAL?

Ao barrar o caminho do investigador livre que experimente as novas terapêuticas eco-alternativas ou terapêuticas ecológicas, ou terapêuticas da esperança, como a Magnetoterapia, a ciência médica estabelecida demonstra bem a sua natureza medieval e retrógrada.
Ao classificar arbitrariamente de «superstição» e «charlatanismo» a experimentação científica nos campos até agora bloqueados pela superstição químico-farmacêutica (por motivos afinal bem sabidos e notórios mas que nada têm a ver com a defesa da famosa saúde pública), a ordem médica estabelecida mostra não só o seu beatismo e o seu anacronismo, mas também a sua intrínseca venalidade...
Ao impedir que a ciência avance pelo campo das bioenergias e das alternativas ecológicas, da «medicina metabólica», a medicina vigente torna-se réu de alta traição perante a bistória, já que está cortando a única saída de esperança , vida e sobrevivência à humanidade, que ela mesmo, medicina química, encurralou num beco sem saída.
Ao condenar a humanidade ao desespero, ao cancro, à SIDA (que a medicina inventou) e a todas as «doenças da civilização» e «doenças da iatrogénese», doenças do consumo e doenças da poluição, a actual medicina química encontra-se em tribunal da opinião pública que, tarde ou cedo, a há-de julgar.
Há um momento em que toda a serenidade e paciência se esgota, perante os excessos de grotesco que atinge o tecnodiscurso alegadamente médico, que tem sistematicamente o condão de fazer de nós parvos?
Que é isso de doenças misteriosas?
Que é isso de novas doenças de etiologia desconhecida?
Que é isso de doenças raras e mal explicadas?
Que é isso de doenças caídas do céu aos trambolhões ou por obra e graça do espírito santo?
Estamos afinal na Idade Média dos discursos teológicos - ou estamos na idade da razão?

Se um efeito tem sempre uma causa e se a doença é um efeito - como já se sabe desde La Palice - o que tem impedido, afinal, a ciência médica de investigar e pôr todos os meios que o capital põe ao seu dispor para pesquisar as causas que só podem ser obviamente, ambientais?
Que estranha perversidade percorre este discurso e estes discursadores?
Como é que, no texto de uns prémios patrocinados pela Sociedade de Ciências Médicas e que toda a Comunicação Social badala, aparece este mimo de frase:
«A artrite reumatóide é uma doença reumática de origem desconhecida , frequentemente grave e que se admite atingir cerca de um por cento da população"?
A que povo medieval se dirige este discurso de medieval ignorância?
Como é que a causa da «artrite reumatóide» é desconhecida?

Se existem ciências médicas e sociedades das ditas, admite-se que ainda hoje , em 1989, se debite um discurso sobre doenças desconhecidas quando se sabe, de ciência certa, que 99,9 % são doenças do ambiente, do consumo, da poluição, da «civilização», do meio urbano, da indústria, da poluição industrial, do stress, do ambiente tóxico, etc?
Que estranho pudor inibe a ciência médica de investigar por aí - ligando a causa ao afeito - e chamar às coisas pelos seus nomes?
Quer fantasmagoria esquizofrénica é esta?
Que cegueira é esta?
Que confiança quer ganhar dos «media» uma ciência que se comporta mais irracionalmente do que um feiticeiro das tribus papuas da Nova Guiné (e é ofender os papuas) ?
Se não sabem explicar o óbvio, porque não se demitem?