quinta-feira, 30 de agosto de 2007

PUZZLE SEM FIM

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NOTÍCIAS DA ÁGUA: EUCALIPTOS & COMPANHIA

Água, deserto, erosão, seca e dilúvio alternados, assoreamento, eutrofização, fogos, desarborização, mirtáceas, são apenas algumas peças de um «puzzle» nunca terminado e cada vez mais difícil de terminar. Provavelmente só terminará no fim.
Mais um «beco sem saída» a que nos conduziu a sociedade baseada, sem ética e sem lei, nas energias e tecnologias hiperpoluentes. Ou nas indústrias devastadoras de matérias-primas vegetais. Ou num conceito de desenvolvimento que é apenas subdesenvolvimento, um conceito de progresso que é apenas retrocesso.
Mais um ciclo vicioso.
A famosa e famigerada «revolução industrial» nunca deixou de ser, em dois séculos, a mais refinada e permanente reacção, o que alguém já designou «retrocesso do progresso», o «desenvolvimento do subdesenvolvimento»
Mas graças a Deus que os cientistas têm agora um programa de trabalho (de Investigação e Desenvolvimento ao que creio) sob a sigla Plano Nacional para as Alterações Climáticas e que, enquanto não dá frutos (enquanto não apresenta resultados sob forma de relatório final) já deu ocasião a uma interessante reportagem nesse programa único na televisão e que se chama «Biosfera» (22 de Agosto de 2007).
Estes elogios todos é a ver se eles me citam o blog na resenha que costumam fazer dos blogs mais «biopositivos» como diz a simpática apresentadora, Maria Grego.
É sempre bom a gente saber o estado da Nação em matéria de território e meio ambiente.
Ele são as secas cada vez mais frequentes (como os meteorologistas insistem em prever), ele são os dilúvios também cada vez mais frequentes.
Ele é a «excessiva» desarborização para recolha de madeira (importamos a maior parte para mobiliário, devido à falta de qualidade da que temos).
Ele são os incêndios «casuais» que lá nos levam mais uns hectares de pinhal.
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Tudo isto o «Biosfera» recordou, mesmo aos mais pitosgas como eu.
Faltou apenas recordar que:
a maioria dos incêndios não são por acaso mas sistematicamente planeados e programados;
as mais recentes notícias deste Verão anunciam fogos nas chamadas «zonas protegidas» (protegidas de quê e por quem?).
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Notícias da água recentes e sem comentários:
«O funeral do piloto de combate a incêndios, que morreu na sexta-feira, realizou-se ontem à tarde em Lisboa. O corpo de Luís Cunha, que tinha 56 anos, foi cremado no cemitério do Alto de S. João.» (7 de Agosto de 2007)
«Vários incêndios assolaram ontem o País, destruindo milhares de hectares e provocando ferimentos em bombeiros. O maior fogo deste ano, que consumiu mais de dois mil hectares, estendeu-se nos últimos dois dias pelos concelhos de Abrantes, Sardoal e Monção».
«Um incêndio no Parque Natural do Vale do Guadiana, que deflagrou às 10.00, consumiu pelo menos 200 hectares, disse o presidente da Câmara local, Mértola» ( 21 de Agosto de 2007)
«Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) , até ontem o fogo tinha percorrido 1.400 hectares dentro da Rede Nacional de Áreas Protegidas, mais de 20% do total ardido.» (23 de Agosto de 2007)
Quando eu era ainda mais pequeno do que sou hoje, acreditava que as «áreas protegidas» eram protegidas exactamente para os fogos que as haviam de comer.
Guardado está o bocado, não é verdade?
E quem pode estar interessado em comer eucaliptos, se a madeira para mobílias é quase toda importada?
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Dos pepinos celulósicos vindos da Austrália e da Tasmânia (vulgo, eucaliptus globulus) se falou também no Canal 2, atribuindo-lhes algumas culpas na desertificação. Se o Canal 2 o diz, é capaz de ser verdade.
Nas herdades por onde andei, em reportagem d’«O Século» sobre a Reforma Agrária dos anos 70, o menos que os agricultores chamavam ao eucalipto era «esse fascista dos campos». E tudo por causa da água que – diziam eles – o eucalipto bebe com as suas quase quilométricas raízes, a parte oculta do icebergue.
A importância do eucalipto é definitivamente confirmada com esta notícia de Julho passado:
«Consórcio internacional, que integra 130 cientistas e duas dezenas de centros de investigação de 18 países, lançou projecto de estudo genético do eucalipto. Objectivo é melhorar qualidade da árvore e da floresta.» (10 de Julho de 2007)
Ingenuidade dos 130 cientistas: pepino celulósico não é árvore e um conjunto de pepinos celulósicos não é floresta.
Ingenuidade minha: aquilo em que os geneticistas pegam, nunca mais largam.
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Resumindo e concluindo:
No «pepino celulósico» (da família das Mirtáceas, ao que consta) temos o interface perfeito para as várias questões convergentes no tema da água, e que podemos recapitular:
Erosão, alternância de secas e dilúvios, eutrofização de lagos e lagoas, litoral desdentado, rios assoreados, coberto vegetal rarefeito, desarborização, desertificação física e humana, autotanques para levar água às populações, etc
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Já agora, recorde-se:
Com quase 700 mil hectares, o eucalipto é a terceira «árvore» que mais terreno ocupa na «floresta portuguesa», que contabiliza ao todo 3,3 milhões de hectares, ou seja, 38% do total do território nacional, de acordo com o último inventário do ano de 2006.»
Notícias ainda a registar:
«Madeira nacional só cobre metade da procura das celuloses.» (2 de Fevereiro de 2007)
«Madeira mais cara tenta compensar queda na oferta.» (27 de Maio de 2007)
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Foi dito ainda no Canal 2 (22 de Agosto de 2007):
«Eucalipto empobrece os solos em matéria orgânica»
«Espécies vegetais com valor económico»

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

DOENÇAS A MAIS

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PNV: SEM HIPÓTESE DE ESCOLHA

«Quem te avisa, teu amigo é.»
No caso, a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, coloca tudo a claro: o negro horizonte das próximas endemias e pandemias que irão assolar a mundo.
Se, é claro, entretanto os laboriosos laboratórios não descobrirem e comercializarem a respectiva vacina.
O que ficou omisso (embora subentendido) nas declarações da subdirectora-geral da Saúde à jornalista Rita Carvalho, que a entrevistou, («Diário de Notícias», 24 de Agosto de 2007) vem claramente expresso (sem eufemismos) em quatro linhas de notícia do mesmo dia, num jornal grátis:
«A OMS alerta para o risco de epidemias, devido ao aumento e frequência de viagens aéreas. A OMS defende assim a partilha de informação para o desenvolvimento de novas vacinas é fundamental».
Claro: a vacina é o destinatário final de todos estes alertas.
A verdade é que se não vivermos sempre em estado de choque, a vida nem tem sabor. No «DN» já citado, lia-se este título significativo: «Identificada uma doença nova por ano».
E números assustadores, tais como:
«1100 surtos epidémicos foram detectados nos últimos cinco anos, incluindo cólera, poliomielite ou gripe das Aves.»
«1500 milhões de pessoas podem vir a ser afectados por uma pandemia de gripe das aves, quase 25% da população.
«Doenças Infecciosas de 1996 a 2004: Varíola-dos-macacos, Vírus Hendra e Nipah, Nova variante da doença de Creutzfeld-Jakob, Febre do vale do Rift, SARS (pneumonia atípica), Encefalomielite equina da Venezuela, Febre-amarela, Febre-do-nilo, Febre hemorrágica da Crimeia-Congo e Ébola, Gripe das Aves H5 N1, Febre-de-lassa, Criptosporidíase, Leptospirose, Borreliose ou doença de Lyme, Escherichia coli 0157, Salmonela multiresistente, Peste.»
Tudo isto nos explica a jornalista Susana Salvador, baseada no relatório de 2007 da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Além das doenças ditas «infecciosas» - as que reclamam com mais urgência a produção e comercialização de vacinas – outras «ameaças» se perfilam no horizonte: bioterrorismo, pneumonia atípica (SARS) e Lixos Tóxicos.
Ainda bem que a OMS fala de lixos tóxicos: afinal o ambiente exógeno (além dos vírus e das bactérias, claro) também pode causar algumas patologias.
É bom que a OMS não esqueça o óbvio.
Embora esqueça o outro óbvio que é o «ambiente endógeno», ou seja, um conceito científico de imunidade natural que se tem, mantém, conserva e preserva, ou deveria preservar, antes de recorrer à vacina, que, na melhor das hipóteses, é uma «imunidade artificial», com efeitos perversos e posteriormente identificados como «novas patologias».
Segundo uma associação médica norte-americana, a principal causa de morte nos EUA é a iatrogénese, ou seja, a causa médica. Onde, evidentemente, se inclui a vacinação maciça.
No mínimo e lendo o discurso de Margaret Chan, directora-geral da OMS, citada pela jornalista Susana Salvador, há algumas orientações no mínimo estranhas:
1. As autoridades de saúde, afinal, só nos falam de doenças, pelo que eu acharia mais correcto e lógico que Graça Freitas fosse subdirectora-geral da Doença e madame Margaret Chan directora da Organização Mundial da Doença, que passaria a ser conhecida pela sigla OMD.
2. Sendo 100 % das doenças causadas pelo meio ambiente (exógeno e endógeno), é estranho que não haja uma palavra, mesmo de crítica, à concepção ecológica da saúde, da qual decorreria uma estratégia de profilaxia calma e sem aterrorizar ninguém.
3. Quando se fala em informar o respeitável público, não seria mais proveitoso e menos dispendioso umas noçõezinhas básicas (como dantes se ensinava nas escolas primárias) sobre higiene, em sentido lato e estrito, sobre profilaxia alimentar, sobre a verdadeira causa das doenças e sua prevenção? Não seria mais lógico uma visão científica da realidade em vez da histeria apocalíptica que advém destes relatórios anuais que nos deixam à beira de um ataque de nervos e de uma doença cardíaca?
4. O cenário terrífico que as autoridades sanitárias constantemente debitam não será também uma causa de patologias do foro psiquiátrico? Quem aguenta ser constantemente fustigado de perigos e ameaças e endemias e pandemias?
5. Como se o Cancro não fosse só por si uma doença séria e grave, como poderemos aguentar títulos tão estranhos como os que se podem ler nos jornais?
Dou alguns exemplos:
a)«Vacina para o cancro do cérebro na Suíça».( 11 de Julho de 2007)
b)«As autoridades francesas anunciaram o financiamento da vacina contra o vírus HPV ( Papilomavírus Humano) que provoca o cancro no colo do útero, para mulheres entre os 14 e 23 anos de idade» (12 de Julho de 2007)
c)«A partir de 2006, todos os bebés serão vacinados com a MenC, integrada no Plano Nacional de Vacinação e que alegadamente previne a infecção pela estirpe do meningococo C, aos 3, cinco e 15 meses.» ( 12 de Julho de 2007).
Estas três alíneas têm graus de incidência diferente no livre arbítrio das pessoas:
a) A DC Vax-Brain foi comercializada na Suíça no terceiro trimestre deste ano de 2007. De acordo com as informações disponíveis, ainda não está nas farmácias portuguesas.
b) A vacina contra o cancro do cólon do útero, já nas farmácias portuguesas, teve «fraca adesão nos primeiros seis meses» (in «Público», 15 de Julho de 2007) mas «os médicos defendem a comparticipação para que toda a população possa beneficiar»: tudo bem, seremos todos a pagar a escolha de alguns. Mas pelo menos há uma hipótese de escolha. O direito à liberdade de escolha (que, se não me engano, é o artigo 62 da Constituição da República)
c) A Men C é que não deixa hipótese de escolha a ninguém e contraria todos os princípios constitucionais : aos 3, 5 e 15 meses ainda não temos livre arbítrio e os pais, que o têm, também não podem ter porque a vacina é obrigatória, uma vez integrada, como todas as outras, no PNV.
Quem nos protege dos nossos protectores?

RETROSPECTIVA CONFIRMATIVA:
http://catbox.info/big-bang/vidanatural/+ecologia%20alimentar+.htm
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/+ecologia%20humana+.htm
http://road-book.blogspot.com/
http://catbox.info/big-bang/vidanatural/+mein%20kampf+.htm

terça-feira, 21 de agosto de 2007

TRUQUES TRANSGÉNICOS

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MILHO PARA PAPALVOS: UM PITÉU & PERAS

O milho do sr. José Menezes (herdade da Lameira, concelho de Silves) não chegou a crescer mas serviu de pitéu a muito boa gente.
O eurodeputado Miguel Portas, deu luz verde ao movimento «Verde Eufémia» e ao grupo de 100 manifestantes (activistas?) que, com ou sem infiltrados, se encarregou de vandalizar parte da primeira plantação de milho transgénico do Algarve.
O «Diário de Notícias» tabloidizava o assunto , da 1ª à última página (dia 20 de Agosto de 2007), com títulos retumbantes: «Governo deu apoio a grupo que atacou milho» (1ª página), «o grupo alterglobalista que recebe apoio estatal» (editorial convenientemente anónima na página 8), «O Milho é cultivado há 7300 anos no mínimo merece algum respeito» , por Leonídio Paulo Ferreira (página 9), «Estado apoia encontro de activistas na origem do ataque do milho (página 13) , «Portas volta à foice» por Ferreira Fernandes (última página).
No mesmo jornal (página 9) o jornalista Leonídio Paulo Ferreira («a ecologia é uma causa nobre» diz ele) teceu as loas do costume à famigerada «Revolução Verde» que, segundo ele, «acabou com as fomes crónicas da Ásia do Sul ( 1960-1970 )».
No meio da algazarra (que também se fez ouvir aqui na Ambio) , algumas palavras de bom senso: Margarida Silva ao «DN» : «Há anos que nós contestamos os transgénicos com razoabilidade e nunca conseguimos este mediatismo», disse a coordenadora da Plataforma Transgénicos Fora do Prato.
E o jornalista Ferreira Fernandes considerou : «Não quero saber se é legal ou não um deputado defender uma ilegalidade que prejudica um cidadão cumpridor.»
Entretanto e lá das alturas astrais de onde domina o Mundo, a multinacional Monsanto deve estar a seguir atentamente a perigosa movimentação destes vândalos do Milho, alegados ambientalistas recém nascidos de um berçário chamado Ecotopia, onde se está mais uma vez a gerar um tipo de militância segundo a filosofia em que alguns partidos parecem exímios: a estratégia do chamado «tiro no pé».
Ou seja: «Desacreditar as causas que dizem defender» é o objectivo, mais ou menos confesso, destes activismos recém nascidos (ou já velhos e sem dentes?) e mais ou menos infiltrados.
A vandalização do milho é uma estupidez de todo o tamanho e feitio: mas quem foi por aí sabia que o era e por isso instigou, e por isso empurrou.
O menos que o eurodeputado Miguel Portas pode fazer é indemnizar o agricultor dos prejuízos.
Qualquer um que não goste de ser manipulado, colocará as questões correctas e perguntará:
Quem é artista a manipular activistas, quem é?
Quem é que se infiltrou e quem se deixou infiltrar?
Quem está interessado em meter o governo socialista ao barulho?
Quem tradicionalmente está interessado em infiltrar e assim comprometer movimentos cívicos de desobediência civil (vide Martin Luther King).?
Que partido é especialista a instrumentalizar activismos e militâncias de cidadãos?
Com ou sem infiltrados, activismos destes, não obrigado.
Com o local se esquece o global:típico episódio desta filosofia conjunturalista, serve à maravilha para mídias e eurodeputados botarem figura.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

CORRIDAS OLÍMPICAS

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OMS DESCOBRE O «FARDO AMBIENTAL DAS DOENÇAS»

Que grande parte das doenças são provocadas pelo ambiente, parece óbvio e de há muito que se sabia, já que as doenças não caem do céu como alguns especialistas defendem. A Organização Mundial de Saúde (OMS) é que leva sempre algum tempo a descobrir o óbvio porque tem de fazer análises para apresentar estatísticas e parece que agora conseguiu.
Referindo-se à coqueluche do momento – as Olimpíadas de Pequim – a OMS diz que «poluição pode prejudicar espectadores» e «pessoas com asma e problemas cardiovasculares devem ter cuidado.» É um aviso avisado porque aquilo lá é a sério:
« Pequim, que tem cerca de 16 milhões de habitantes, tem 3 milhões de veículos registrados, a maioria carros particulares, eléctricos, táxis e veículos do governo.»
Mas já em Junho passado, a OMS falava do «fardo ambiental das Doenças» e dava números aterradores, conforme divulgou o «Portugal Diário» em 13 de Junho de 2007:
««O estudo Fardo Ambiental das Doenças é o primeiro a traçar em cada país o impacto dos problemas ambientais, que, estima a OMS, causam anualmente 13 milhões de mortes em todo o mundo.»»
Imagine-se bem isto: quando alguém, já na década de setenta do século passado, teimava que – por exemplo – o cancro está no ambiente e não tem nada a ver com vírus (que até nem se sabe se existem), ouvia das boas e o menos que lhe chamavam era «inimigo do progresso».
A Organização Mundial de Saúde, agora, pelos vistos também é inimiga do progresso, pois acha que «os problemas ambientais «roubam» 20 anos de vida saudável por cada mil portugueses, numa escala que vai de 14 a 316 anos e onde entre os piores colocados surgem países tais como Angola, Burkina Faso, Mali e Afeganistão.»
Mas como em nenhum deles irão decorrer jogos olímpicos, nos próximos séculos, vamos todos esquecer e voltar outra vez às grandes questões do nosso Quarto Mundo de progresso e corridas olímpicas.

RETROSPECTIVA CONFIRMATIVA:
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/+ecologia%20humana+.htm
http://catbox.info/big-bang/vidanatural/+mein%20kampf+.htm
http://catbox.info/big-bang/vidanatural/+files%20a-z+.htm
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/+deep%20ecology+.htm
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Vale a penas recuperar, para arquivo, a notícia de 13 de Junho, colhida do «Portugal Diário»:

««2007/06/13 15:40, in «Portugal Diário»
Ambiente: 15 mil mortes por más condições só em Portugal. Revela um estudo da Organização Mundial de Saúde
13 milhões de mortes/ano poderiam ser evitadas

Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre doenças relacionadas com problemas ambientais sustenta que em Portugal poderiam evitar-se 15 mil mortes por ano, se as condições ambientais fossem melhoradas, escreve a Lusa.

Os cálculos da OMS, baseados nas estatísticas de saúde nacionais relativas a 2004, indicam que os problemas ambientais estão relacionados com 14 por cento das doenças registadas em Portugal e causam a morte de, pelo menos, 15 mil pessoas anualmente.

Os problemas ambientais provocam infecções respiratórias, cancro e doenças cardiovasculares, entre outros problemas de saúde, destaca a OMS, revelando que anualmente morrem 1.900 portugueses por doenças directamente relacionadas com as más condições atmosféricas.

O cancro, e em particular o cancro do pulmão, são responsáveis por grande parte das mortes, revela a OMS.

A análise da OMS também conclui que os problemas ambientais «roubam» 20 anos de vida saudável por cada 1.000 portugueses, numa escala que vai de 14 a 316 anos e onde entre os piores colocados surgem países como Angola, Burkina Faso, Mali e Afeganistão.

O estudo Fardo Ambiental das Doenças é o primeiro a traçar em cada país o impacto dos problemas ambientais, que, estima a OMS, causam anualmente 13 milhões de mortes em todo o mundo.

Os factores ambientais considerados no estudo da OMS são a poluição, ocupação das populações, radiações ultra-violeta, poluição sonora, métodos agrícolas, alterações do clima e ecossistemas, o tipo de construção e comportamentos.

O estudo, afirma a OMS, «mostra que 13 milhões de mortes poderiam ser prevenidas anualmente com a melhoria das condições ambientais. Em alguns países, mais de um terço do fardo de doenças poderia ser evitado».

A falta de qualidade da água, incluindo saneamento e higiene deficiente, e poluição dentro-de-portas, devido ao uso de combustíveis fósseis para preparação de alimentos e aquecimento, é responsável por mais de 10 por cento das mortes em 23 países.

As principais vítimas são as crianças com menos de cinco anos, que representam 74 por cento das vítimas devidas a diarreias e infecções respiratórias.

Os países com baixos rendimentos perdem cerca de 20 vezes mais anos de vida saudável por pessoa do que os que têm altos rendimentos, indicam ainda as estatísticas da OMS.

Contudo, refere, «nenhum país é imune ao impacto ambiental na saúde; mesmo em países com melhores condições ambientais, os dados indicam que um sexto do fardo de doenças poderia ser prevenido e que intervenções ambientais eficazes poderiam reduzir significativamente as doenças cardiovasculares e ferimentos causados por acidentes rodoviários».

Entre as intervenções recomendadas pela OMS estão a substituição de combustíveis fósseis nos lares por gás e electricidade e melhoria da ventilação, modificação dos comportamentos, sobretudo afastar as crianças do fumo.»»

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

ARTE DE COMER

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ECOLOGIA ALIMENTAR E ARTE DE VIVER

Nem sempre a estatística é a arte mais científica de mentir. Por vezes, acerta nas questões importantes. É o caso, agora, no campo da ecologia alimentar:
«Existe apenas um nutricionista por cada 183 mil portugueses» - dizia a notícia, in «DN», 9 de Agosto de 2007.
É pouco. O ideal seria mesmo que houvesse um nutricionista para cada português. O que, aliás, não é impossível e há muito que vem a ser defendido por militantes do movimento ecológico, que não são, nem pouco mais ou menos, nutricionistas profissionais. Nem irrealistas.
Os que há – professores de macrobiótica, por exemplo – vêem-se em palpos de aranha para convencer os pacientes a adoptar o regime alimentar correcto, aquele que previne maleitas e pode curar outras tantas.
Curar e não apenas tratar.
A terapia alimentar seria uma boa disciplina a criar em todos os graus de ensino, do básico ao universitário, em vez das especialidades verdadeiramente inúteis a que o ensino está consagrado.
Inúteis porque teóricas.
Inúteis porque não aplicáveis.
Inúteis porque – lá está – convém que as pessoas – o consumidor, o cidadão, o utente do SNS – estejam sempre na dependência de alguém (ou de alguma insituição) que lhes indique, mediante pagamento, a tratar da vida e da saúde.
Isto para já nem falar daquilo a que o Ivan Illich chamava a «medicalização da saúde».
A arte de viver, ao que sei, não consta em nenhum currículo escolar de nenhuma escola. E a arte de comer é uma das alíneas dessa arte de viver.
Bastaria que o movimento das alternativas alimentares fosse apoiado (em vez de perseguido e caluniado pela Ordem dos Médicos) para que em muito pouco tempo um em cada 100 portugueses (pelo menos) fosse um nutricionista de si mesmo.
Bastaria que o paradigma holística de vida fosse reconhecido pelos relapsos especialistas que vêem sempre a realidade partida aos bocadinhos.
Bastaria, enfim, que houvesse menos arrogância dos especialistas e que as banalidades de base voltassem sempre ao primeiro plano da informação transmitida.
Bastaria que houvesse menos estatísticas que só nos anunciam hecatombes.
Desta vez, «um nutricionista para cada 183 mil portugueses» é a hecatombe anunciada pelo sistema de assistanato que nos governa.
Sobre ecologia alimentar em geral, recomendo uma página na Internet, um arquivo de textos desde a década de 60 do século passado.
Convém também lembrar que o movimento naturo-vegetariano tem quase um século de vigência neste país. E que a Sociedade Portuguesa de Naturologia, pioneira do lacto-ovo-vegetarianismo, será em breve centenária.
Mesmo assim, ainda só há um nutricionista para 189 mil, quando todos os portugueses deveriam ser os nutricionistas de si próprios.
Aprender a comer, aprender a viver, aprender a conhecer-se foi tudo o que as escolas não ensinaram. Mas arranjaram dezenas de ciências e especialidades que só ajudam a morrer.
Com as gralhas todas do costume a gritar que a saúde dos portugueses está pela hora da morte.

COMPROVATIVOS :
http://catbox.info/big-bang/vidanatural/+ecologia%20alimentar+.htm
http://catbox.info/big-bang/ecologiaemdialogo/+ecologia%20humana+.htm

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

AMEAÇAS GLOBAIS

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15 de Agosto de 2007

LÁ SE VAI O PLANETA TERRA

Todos os dias o Fim do Mundo é notícia. De vez em quando e para variar, já não é culpa dos ecologistas e seus maléficos intentos de retardar o progresso tecnológico: o próprio progresso tecnológico se encarrega de perder o auto-controle e entra em crise, ora na bolsa mundial, ora na proliferação nuclear, ora na fome crónica do Terceiro Mundo, ora na continuada destruição da floresta Amazónica, ora em novos projectos de exploração mineira nos fundos árcticos, ora nos desaguizados políticos propriamente ditos, ora na mais que provável guerra bactereológica, ora nas variadas contaminações tóxicas, ora na conglomeração das populações em megacidades gigantescas, ora, ora.

Para manutenção do sistema que vive de ir matando os ecossistemas, seguem-se os mini-apocalipses de ocasião, espécie de válvulas de segurança que prolongam mais uns dias o moribundo até que definitivamente dê a alma ao criador.

À escala global, a questão está em saber qual dos crashs irá reduzir a cinzas o Planeta Terra como habitat de espécies, entre elas a do principal predador e autor de todas as putifarias, a espécie dita humana.

1. À escala global, as notícias da Bolsa continuam pouco felizes:
«Bolsas internacionais caíram a pique e nervosismo dominou os mercados. BCE e Fed voltaram a injectar milhões no sistema monetário.» (jornal «Público», 11 de Agosto de 2007)
«o mundo receia que a economia norte-americana entre em recessão. Se acontecer, a recente força da Europa e Ásia será posta à prova» (jornal «Público», 12 de Agosto de 2007)
Mas o que me deixou mesmo em pulgas foi ler isto no «DN», 13 de Agosto de 2007: «Se o pior cenário se confirmar – bancos muito expostos à crise do crédito nos EUA – mesmo quem não tem acções será afectado.»


2.À escala global, poderá ser a anulação dos Estados Unidos da cena internacional, com as consequências previstas no artigo de Vasco Pulido Valente, no jornal «Público» (11 de Agosto de 2007), que resumia a situação em poucas palavras: «O Ocidente está em risco de ficar sem a América. […] E , sem a América, não haverá nenhuma aventura impermissível.»
Mesmo levando em conta o habitual pessimismo do Vasco Pulido Valente, não se poderá dizer que a perspectiva seja risonha. Aflitiva questão: um mundo sem Bush será ainda pior que um mundo com ele?

3.À escala global e quando a maior central do Mundo, no Japão, entrou em observação clínica, o crash também pode começar por aí.
O sismo do mês de Julho de 2007, que levou ao encerramento da central, gerou 50 disfunções e fuga de material radioactivo. E ficará encerrada durante meses, assegurou (10 de Agosto de 2007) a equipa de inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

4.À escala global, a perfuração submarina do Pólo Norte (Árctico) , a quatro mil metros de profundidade, já é motivo de anedota nos jornais: a imprensa escandinava, citada pelo diário espanhol «El País», acusa Moscovo de «roubar imagens» do filme Titanic para as fazer passar pela suposta chegada dos submarinos russos Mir-1 e Mir-2 ao fundo marinho do oceano glacial Árctico.
Anedota à parte, o Pólo Norte, cujo fundo marinho a Rússia reclama como território nacional depois de ali colocar a sua bandeira, alberga um quarto das reservas mundiais de petróleo e gás natural, também disputadas pelos Estados Unidos, Canadá, Noruega e Dinamarca. Uma equipa de investigadores dinamarqueses iniciou uma expedição ao Pólo Norte para recolher dados geológicos, numa missão semelhante à que o Kremlin anunciou nos primeiros dias de Agosto de 2007.

5.À escala global, o caso Maddie e respectiva campanha mediática esconde uma estatística que ninguém esclarece. Em 24 de Maio de 2007, uma notícia logo desaparecida das grandes parangonas, dava números eloquentes sobre o fundo da questão que não é o reality show que se tem desenrolado à volta do caso Maddie: segundo o «DN» de 24 de Maio de 2007, mais de 800 crianças e jovens desapareceram no Reino Unido desde o dia 3 de Maio de 2007, quando foi reportado o desaparecimento de Madeleine McCann. Este número foi divulgado pelos responsáveis da linha de apoio National Missing Persons’s Helpline.
Todos os anos, são dadas como desaparecidas 210 mil pessoas nas ilhas britânicas, dois terços das quais com menos de 18 anos – segundo informação do Ministério do Interior do país.
Devemos à jornalista Fernanda Câncio estes números que divulgou no «DN» e que parecem bastante eloquentes, sem precisar de mais comentários.

Dir-se-á que salientar estas e outras disfunções do sistema pode ter um efeito perverso: e que a passividade se instale.
Mas a passividade (de governos e cidadãos) sempre esteve instalada – é uma componente do sistema que vive de ir matando os ecossistemas – e não é por aí que o gato vai às filhoses.
Uma atitude individualista e local perante as ameaças globais é a única possível.
Sempre foi e só nos resta , em posição de lótus ou numa poltrona frente à televisão, fechar os olhos e meditar ou rezar: à escolha de cada um. Esperando que o Milagre chegue.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

HÁ JÁ 43 ANOS

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Chave para AC 1964

A ECOLOGIA HUMANA EM 1964 ?

«Diz-me o que comes -- em sentido lato -- e dir-te-ei quem és...»

Não posso provar de que o texto a seguir publicado é de 1964 mas a verdade é que é. Já lá vão, portanto, 43 anos. Pelos vistos, já em 1964 procurava o «sentido lato» (conceito alargado) e portanto a metáfora do «ar que se respira», sendo claro ao meu espírito que o «ar que se respira» é também o ideológico, o mitológico, o industrial, o químico, o físico.
Poucos anos depois, viria o sentido lato da expressão «o que comemos» e, portanto, o sentido lato da palavra «alimentos».
Mais tarde, encontraria, emocionado, em Simone Weil, a confirmação desta intuição do conceito alargado (ou plural) de alimento/alimentos.
E o inventário surgia, espontâneo, como o processo literário de dar a soma/ ou o somatório dos diversos factores ou «parcelas da soma».
O texto de 1964 aí fica, sem comprovativo porque esteve inédito e on line sobre ecologia humana o mas antigo que posso localizar é de 1975.
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Nem só os físicos atómicos e a sua herança contribuíram para definir a espécie de ar que hoje se respira e, por maioria de razão, se há-de respirar amanhã.
Nem só as poeiras radioactivas
nem só a poluição do ar atmosférico pelas explosões termo-nucleares em testes na atmosfera
Nem só a água do mar onde caem bombas perdidas (as que se sabe e as que não se sabe) de onde são ou não são retiradas
Nem só o clima de histeria internacional criado pela corrida aos armamentos,

Outros factores e ingredientes o constituem: a propaganda em torno das mitologias ou ideologias políticas, a demagogia pró-paz, os jornais, as agências, a rádio e a televisão
Outros factores e ingredientes o constituem: a atmosfera de industrialização maciça;
a superpopulação e o isolamento dos indivíduos em unidades fechadas;
o ruído difuso que corrói, o ruído directo que lacera;
o incremento de objectos domésticos e electro-domésticos, a alienação intelectual e afectiva a esses objectos;
o espaço fechado dos arranha-céus;
a desproporção entre o indivíduo e os espaços monstruosos edificados nunca a pensar nele;
a respiração física e moral dentro de ambientes viciados;
o tédio intrínseco às super-organizações e respectivas hierarquias;
a velocidade; a agressividade do trânsito automóvel sobrepondo-se ao peão, ferindo, golpeando, empurrando; a devassa da vida privada, a que procedem as polícias;
as devassas à intimidade do domicílio (livros, roupas, papéis, gavetas, etc.) com pretexto em trabalhos de investigação;
a censura oficial de actos, palavras, escritos, a chantagem e a delacção, os interrogatórios e a lavagem ao cérebro, os tribunais e as câmaras de tortura;
a espionagem e a contra-espionagem, não só ao nível das relações internacionais -- deteriorando na origem qualquer hipótese de convívio ou diálogo entre países -- mas ao nível das relações individuais, no trato quotidiano e profissional (o empregado de uma grande empresa, por exemplo, onde pode ser espiado e submetido a técnicas de chantagem sob ameaça de perder o emprego);
a pena de morte efectiva ou a pena de morte disfarçada de funcionalismo médio ao serviço do capital financeiro e do Estado;
os investimentos financeiros postos ao serviço do armamento e retirados à bolsa do contribuinte que, além desse, esportulará mais o imposto de sangue e quantos impostos a cadência inflacionária de todos os regimes lhe impõe;
Mas nem só, nem só estes «pequenos nadas» constituem a paisagem que rodeia, modela e determina o indivíduo;
os valores, os chamados valores que filósofos fabricam nas universidades, discursam nas academias, inserem nas revistas da especialidade;
as chamadas controvérsias ou colóquios de Genebra; as chamadas doutrinas ou teorias, ou humanismos, são ainda e também o habitat do homem civilizado.
Arterioesclerose, depressão nervosa, cancro, alcoolismo, intoxicação pelas drogas medicamentosas ou alucinogénicas, suicídio, acidentes de viação, acidentes de aviação, criminalidade -- parecem ser os surtos endémicos protagonistas da comédia humana nesta fase da História.
Agredido, bombardeado, atacado pelo «ar que se respira», posto à prova nas suas defesas, na sua resistência e no seu poder de superação, as doenças epidémicas são apenas a única forma que resta aos indivíduos de reagir a sobreviver: doente, mas sobrevivente.
As drogas ou «paraísos artificiais » já não chegam para atenuar a dor de existir em tal tempo e mundo; álcool. morfina, cocaína, LSD, tranquilizantes, narcóticos, já não chegam para atenuar a morte; por isso adoece, que é a única forma de estar vivo numa civilização doente de morte.

COMPROVATIVO ON LINE:
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/oescriba/intuicos.htm
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/ecologiaemdialogo/ec-humª.htm
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&cr=countryPT&q=+site:pwp.netcabo.pt+intui%C3%A7%C3%B5es+de+ecologia+humana

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

HÁ JÁ 62 ANOS

A ERA DOS MIL SÓIS

Como o tempo passa, bom Deus!
Mas a efeméride permanece e é impossível esquecer o 6 de Agosto de 1945. A Era dos Mil Sóis tinha começado. E ainda não terminou.
A primeira bomba atómica explodiu no ar destruindo mais de 60 mil edifícios e provocando a morte de cerca de 100 mil pessoas.
Não vale a pena repetir o que foi dito em 1979, por exemplo: a conversa é sempre a mesma e as palavras são sempre demais:
http://road-book.blogspot.com/search?q=hiroxima

sábado, 4 de agosto de 2007

HÁ JÁ 24 ANOS

Sobre o fabrico de chuvas, apocalipse climático e a ideologia da ameaça, há um texto de 1983, a provar de que os sonhos dos meteorologistas já nessa altura tinham apoios de alto nível:
««Os cientistas, com a maternal ajuda da Organização Meteorológica Mundial e o paternal amen de qualquer instituto de Geofísica, prometem apocalipses a granel para daqui a 5, 10, 20 ou 30 anos.
Os meteorologistas é uma daquelas classes dirigentes que nunca deixa de nos enternecer e fascinar.
Há 20 anos que andam a querer fabricar chuva, e o que temos é uma seca do tamanho do Sara. Eles querem dominar ventos, correntes marítimas, olhos de furacão, mas acabam por se confessar dominados, pagando nós todos, entretanto, cobaias assíduas, as favas de tanta experiência falida.
Mas para lá da manipulação voluntária de climas - procurando fazer das forças naturais uma arma - , manipulação já devidamente regulamentada em reunião internacional das grandes potências que a ela se dedicam, vem sempre a tempo o estafado alarme do óxido de carbono, que o progresso industrial se tem encarregado de mandar para a atmosfera dizendo que é desenvolvimento e qualidade de vida mas que, repentinamente, vem agora dizer-nos: "É o fim, camaradas, nada a fazer». Só nos resta despedir da família e aguardar, de mãos atadas, a subida dos oceanos, tempestades monumentais, secas de partir, enfim, o desequilíbrio ecológico do sistema climático, o pandemónio com hora marcada já na agenda do serviço diário das agências noticiosas, mas hora a hora fabricado por esse mesmo sistema de morte que levou décadas arruinando o Planeta que havia.
RETROSPECTIVA COMPROVATIVA
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/countdown/casulo1/03-10-20.HTM
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/countdown/casulo1/03-10-22.htm
http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&cr=countryPT&q=+site:pwp.netcabo.pt+ensaios+no+laborat%C3%B3rio+de+ecologia+humana+

RETROCESSOS DO PROGRESSO

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 O QUE ELES QUEREM

Todos os dias, a manipulação mediática se encarrega de fazer chegar até nós, notícia das grandes potências nucleares, insatisfeitas do que já fizeram e continuam fazendo como predadores de tudo quanto vive e mexe no Planeta Terra.
Por vezes  precisam de fazer constar que ainda estão em plena forma. Coligam-se então em grandes grupos continentais, para entrar na corrida de competência entre as grandes potências do Mundo.
1. No caso da Europa, o caso atingiu mais um pico do seu delírio com o consórcio traseuropeu para o projecto dos projectos : depois do Etanol e do respectivo consórcio à escala mundial, com liderança luso-brasileira e capital em Bruxelas, o projecto de fusão nuclear (meter o sol e as estrelas numa panela de pressão) é igualmente prometedor.
Para que vai servir e onde vai ser instalado, ainda  nos hão-de explicar: ao lado no CERN, na Suíça, até talvez ficasse bem. Mas também não interessa, consuma-se o facto e depois logo se vê, logo se explica  o sentido do evento onde se vão investir milhões.
Especialmente esperada é a opinião do professor Carlos Varandas que teve de deixar a presidência do Centro de Fusão Nuclear (CFN) para ocupar o cargo de presidente do conselho de administração do consórcio europeu do projecto ITER.
Alguém há-de ter que informar a Nação disto e, principalmente, onde irão construir o contentor que, segundo julgo saber, e atendendo à primeira experiência de fusão nuclear (Bariloche, Ilha de Huemel, Patagónia, Argentina, 1948-1951) liderada por Ronald Richter, um alemão exilado, precisará de umas paredes algo espessas, qualquer coisa assim como 6 a 10 metros de espessura, uma espécie de muralha da China enrolada em caracol...
De caminho podiam lá meter dentro os pró-nuclearistas todos empenhados em produzir mais energia, não se sabe ainda porquê e por alma de quem, mas isso também não interessa.
2. A propósito da grande muralha da China, os Jogos Olímpicos de 2008 vão reacender os brios patrióticos da grande nação  candidata ao primeiro lugar em muitos pódiuns mas agora em mais um: manipular o clima para que não chova na cerimónia de abertura:
Na internet, pode ser lida a notícia da Lusa:
««17-07-2007 09:40:35
CHINA TESTA SISTEMA PARA AFASTAR NUVENS DURANTE OLIMPÍADAS
Pequim, 17 Jul (Lusa) - O instituto meteorológico chinês vai utilizar foguetes para dispersar as nuvens e afastar a chuva. Com a medida, o governo pretende garantir o sol brilhando durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, informou o jornal oficial China Daily nesta terça-feira.
Segundo o director da Administração Chinesa de Meteorologia, Zheng Guoguang, os primeiros testes estão prestes a começar.
Ao diário, Zheng diz que o próximo mês será a última oportunidade para testar em condições atmosféricas semelhantes às que serão encontradas entre 8 e 24 de agosto de 2008, quando acontece a competição olímpica na capital chinesa.
Em Junho, o engenheiro-chefe do Serviço de Meteorologia de Pequim, Wang Yubin, questionou a eficácia da medida, alegando que provocar a formação de nuvens para produzir chuva ou dispersá-las para a evitar o fenómeno "não é uma tecnologia que tenha dado provas de funcionar".
"A dispersão é um processo mais difícil do que forçar a chuva. Estamos ainda numa fase experimental no que se refere à dispersão da precipitação, mas vamos continuar os esforços", disse Wang.
De acordo com o histórico fornecido pelas autoridades chinesas, há 50% de probabilidade de chover durante a cerimónia de abertura e a festa de encerramento dos jogos.
A chuva artificial é uma técnica usada há décadas na China, apesar da discussão pública provocada pelo assunto.
A organização dos Jogos Olímpicos Pequim 2008 representa um investimento de US$ 40 biliões (R$ 74,6 biliões), em grande parte destinado a financiar infra-estrutura de transportes, como quatro linhas de metro e uma linha de comboio que vai ligar a cidade ao aeroporto.»»
3. Mas o projecto já no terreno (perdão, no Oceano) é o da Rússia, que procura petróleo e outros bens essenciais no mar Árctico. Em vez da notícia peca e seca, prefiro transcrever aqui um comentário do  jornalista Sena Santos, no «DN», que resume o contexto russo-americano da expedição: afinal a guerra fria parece também (e graças a Deus) continuar por outros meios:
««RUSSOS E AMERICANOS
por Sena Santos, jornalista
É motivo de preocupação a Rússia depositar a bandeira na extrema profundidade do Pólo Norte? "A expedição exprime as veleidades territoriais de Moscovo sobre o Árctico e seus tesouros em gás, petróleo, diamantes" [Le Figaro]; "A missão russa é um feito científico com objectivos políticos" [Il Manifesto]; "A Rússia procura a base científica que lhe permita a soberania sobre a cordilheira polar, onde estão adormecidos 25% dos hidrocarbonetos do planeta" [El Mundo]; "Rússia começa a abrir a batalha do Árctico" [La Tribune].
Para The Independent, "neste tempo, qualquer gesto russo é visto com suspeição, mas Putin revela mais fraqueza que força". Neste caso, "a missão pode ser equiparada em qualidade técnica e audácia à de 1969, na Lua", com a Rússia a querer "ganhar vantagem sobre os outros estados árcticos (EUA, Canadá, Noruega e Dinamarca), pelo tesouro polar". The Independent, no editorial, defende "que o Árctico continue lugar intocável da natureza". The Guardian: "O Pólo Norte é património da humanidade, não pertence a ninguém e pertence-nos a todos; assim deve continuar, sob bandeira da ONU."
4. Por hoje chega de grandes notícias, embora ainda houvesse mais umas quantas merecedoras de atenção, na linha do grande progresso da humanidade:
REN quer ser líder de eficiência na Europa (26 de Junho de 2007)
EDP será a maior empresa fora de Portugal em 2010 (13.Julho.2007)
Lula da Silva quer Brasil como potência nuclear (17.Julho.2007).


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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O QUE RESTA DE ALQUEVA

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O DESENVOLVIMENTO DO SUBDESENVOLVIMENTO

Consumada a megalomania de Alqueva – o maior lago artificial da Europa – com o empurrão financeiro da C.E. e a unanimidade dos partidos políticos (recordo-me do NIM que o Dr. Mário Soares lá deixou em uma das suas famosas presidências abertas), é agora, cinco anos depois, o tempo da polémica pós-mortem, com o discurso demagógico e retórico das entidades convidadas a botar opinião sobre o Plano de Desenvolvimento Regional (PDR), ainda não aprovado, conforme informava o programa «Biosfera», da RTP 2, quarta-feira, 1 de Agosto de 2007: falaram a CAP (Confederação dos Agricultores Portugueses), a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) de Castro Verde e o Ministro da Agricultura.
Os milhões em causa com o PDR, sem falar do que já se gastou antes do PDR, são motivo mais do que suficiente para desatar a verbosidade pró e contra as medidas a tomar: para o representante da CAP, o Governo privilegia os investimentos públicos em detrimento dos privados, como já não se via há 20 anos....
Os 400 milhões de euros para regadio não lhe agradam nada e os projectos de turismo – os famigerados PIN - são de luxo e só irão fazer subir o custo de vida nos arredores.
Pelo que se ouviu ali, a agricultura biológica será bastante (des) protegida, porque os países prósperos da Europa querem produtos de qualidade e por isso Bruxelas subsidia, incrementa, fomenta.
Quem, como eu, não perceba nada de euros, a vertigem, a voragem dos milhões já gastos e a gastar com Alqueva é verdadeiramente estonteante e provoca tonturas.
Desta vez, as forças políticas que contribuíram para consumar o biocídio de Alqueva não foram ouvidas nem irão falar: os arautos da Reforma Agrária e defensores da planificação socialista parecem satisfeitos com este PDR, talvez porque tivesse desagradado à CAP.
Como as alterações climáticas profetizam menos água, teremos aí outro factor a dar que falar e certamente que as novas elites do «desenvolvimento sustentável» irão ter ocasião de exprimir a sua douta opinião.
Como é que o «desenvolvimento sustentável» irá conviver com os números do Biocídio irreversível que foi consumado, eis o grande enigma que excita as imaginações.
O programa «Biosfera», da RTP 2, foi minucioso ao recordar os números do biocídio, a vida destruída em nome do «desenvolvimento», até ao dia em que se fecharam as comportas, 8 de Fevereiro de 2002, que só não foi o 2 do 2 de 2002 porque o Domingo seria o mais apropriado ao glorioso evento, com o PM Guterres a dar a bênção.
Números da destruição:
50.000 sobreiros
60.000 azinheiras
Milhares de oliveiras
3.900 hectares de vegetação ripícola
7.200 hectares de montado
25 mil hectares desmatados
Plantas protegidas afectadas
Centenas de animais perderam o habitat
350 milhões de euros para «minimizar» as perdas ambientais (!?)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

ECO-UTOPIA

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AS TECNOLOGIAS ECOLÓGICAS E A SOCIEDADE DO PLENO EMPREGO

Paço de Arcos, 1/4/1997 - Uma sociedade alternativa de tecnologias leves foi a proposta dos ecologistas dos anos 70 que, passados 20 anos, parece ter ficado completamente esquecida.
Não era utopia, a «sociedade paralela» dos ecologistas mais pacifistas. Era realizável, gradualmente, sem revoluções nem convulsões e tornar-se-ia viável à medida que fosse sendo feita.
«Implantada», para usar um termo caro aos tecnocratas.
Mas não vemos sinais muito evidentes de que essa sociedade do «small is beautiful» tenha conseguido vingar, com excepção de alguns aproveitamentos que, para fins eleitoralistas, algumas autarquias têm feito quer da reciclagem de materiais, quer do artesanato em feiras e mercados.
Resta muito pouco de um programa que apontava não só para a defesa do ambiente e da vida, mas para a salvaguarda de um futuro sustentável do Planeta Terra.
«Pensar localmente, agir globalmente», lema dos ecologistas mais realistas, continua a ser necessário e urgente, quando catástrofes irreversíveis como a de Chernobyl e do Buraco de Ozono parecem cortar qualquer hipótese e esperança de se sair vivo deste atoleiro da Terra.
As tecnologias brandas são uma proposta para reformar a sociedade, a vida, o modelo de desenvolvimento e o paradigma que nos (des)orienta.
Se queremos sobreviver mais alguns decénios, temos de pensar nelas (nas TA's) alguns minutos.
Tentemos.