segunda-feira, 30 de abril de 2007

NANISMO

Acabo de publicar na Ambio Archives a minha resposta ao Pedro Martins Barata que laboriosamente indagou sobre a existência científica de um autor por mim citado naquela lista: Etienne Guillé. E não encontrou. Pelo que eu sou um granda mentiroso.

Ele conseguiu fazer um retrato em negativo da ciência que venera . Acontece aos da ciência estabelecida: às tantas encontram-se no deserto, a prégar para si próprios.
Rejeitando tudo o que não cabe nos seus esquemas (critérios?) de avaliação, acabam por perder o tesouro e ficar apenas com os trocos.
E não se queixam. Acham que o mundo (e toda a gente) deve ficar reduzido às dimensões da sua gaiola dourada.
Desde que se sintam felizes e em casa, nada a lamentar. Têm o que merecem, merecem o que têm. Um mundo à sua medida.
É o que alguns especialistas do meio ambiente chamam nanismo ou sindroma do isolamento compulsivo (SIC). Rótulo que a psiquiatria ainda não adoptou.
Mas a minha referência ao autor de «L'Alchimie de la Vie» mereceu, naquela lista, outros comentários e referências, menos estreitas e bastante mais alargadas, que me apraz registar com o meu agradecimento a todos, nomeadamente aos meus amigos Manuela Soares e José Carlos Marques.

domingo, 29 de abril de 2007

ECOLOGIA DO CANCRO

Não sabia que tinha escrito tanto sobre um tema estranho: ecologia do cancro. Mas o robô do Google não deixa ninguém descansado e encontrou (só) 185 resultados na Net. Quem tiver paciência pode investigar o que eu já esqueci.

http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&cr=countryPT&q=+site:pwp.netcabo.pt+ecologia+do+cancro
ECOLOGIA DO CANCRO

HÁ JÁ 21 ANOS

Quis o destino que, entre o 25 de Abril e o 1 de Maio, tivéssemos outra jubilosa data para celebrar, todos os anos e por muitos séculos dos séculos, amen: Chernobyl. Porque Chernobyl continua a debitar radiações e o sarcófago é muito possível que não aguente. Mesmo arranjando outro sarcófago para o meter. E outro, e outro.
Do que sobre Chernobyl escrevi e inscrevi na Net, deixo aqui um rastro, que é a minha forma de chorar os mortos, lamentar os estropiados e temer o que ainda está para vir daqueles lados ucranianos.
mais texto no meu site catbboks
http://www.catbox.info/catbooks/+arquivos%20ac+.htm

sábado, 28 de abril de 2007

ÍNDICES REMISSIVOS

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O comentário do Carlos Aguiar ao meu texto publicado na «Ambio» sobre o segundo código genético descoberto por Étienne Guillé, levou-me a fazer trabalho de casa, o que nem sempre acontece e já que o meu lema predilecto é: «o ADN a trabalhar e eu a descansar».
Fui então encontrar, com a ajuda do Google, algumas referências básicas que posso aqui indicar ao Carlos e a todos os interessados em discutir (rejeitar, aceitar, ignorar, etc) a hipótese vibratória daquele autor.
Trata-se de dois índices remissivos para duas das obras de Étienne e que me dei ao cuidado de elaborar, já que o editor dos livros em causa se esqueceu desse pormenor (os editores franceses não vão muito à bola com os índices remissivos, ou porque não se levam muito a sério em trabalhos científicos ou porque se levam demasiado a sério).
Mas eu meti mãos à obra e já coloquei na Net esses dois índices remissivos que, de vez em quando vou consultar quando tenho que percorrer o caminho labiríntico que é a obra publicada de Étienne.
Um para «Les Énergies des Pyramides et l’Homme», ed. L’Originel , 1989
Outro para «L’Homme entre Ciel et Terre», ed. L’Originel, 1994
http://http://catbox.info/big-bang/jornaldogato/remissivo2-eg.htm
http://catbox.info/big-bang/jornaldogato/hect2-eg.htm

Espero, já agora, que o Carlos Aguiar aprecie o meu esforço e que saiba verdadeiramente o que é realizar o índice remissivo de um livro de 500 páginas. Coisas que a gente só faz por amor e por uma grande paixão.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

MANIPULAÇÕES HÁ MUITAS

26 de Abril de 2007

Reproduzo aqui a mensagem que a «Ambio» acaba de me publicar sobre manipulações em geral e genéticas em particular.
https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/007154.html

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VIVA A CLONAGEM, ABAIXO A METAFÍSICA

Meu Caro Carlos Aguiar:
Agradeço o seu comentário ao meu texto e venho retribuir com outro. Vamos por pontos.
1.
Devo dizer-lhe que o 2º código genético, descoberto por Etienne Guillé, também me parece uma coisa um bocado estranha, apesar de vir de uma autoridade mundial em Biologia Molecular, catedrático da Sorbonne e investigador do Instituto Curie.
Só não ganhou ainda o Prémio Nobel.
Confesso que a ideia me agrada e ficaria com bastante pena se não fosse verdade.
Mas como não vi em parte nenhuma, nem sequer na Wikipédia que é socorro de aflitos, a mais mínima contestação à tese vibratória e muito menos ao caminho de conhecimento (gnose) inaugurado por Etienne Guillé, confiei de que talvez, sim senhor, a hipótese vibratória do segundo código genético fosse fiável.
Até ver, e até que viesse alguém corajoso como o Carlos Aguiar, para a derrubar, não seria de deitar fora e dado que abre, no actual e global desespero, uma janela de esperança.
2.
Aproveito a atenção que o Carlos Aguiar decidiu dar ao meu texto (que eu também qualifico de inqualificável, que eu também classifico de inclassificável) e pedir-lhe um grande, grande favor: veja se me descobre alguém (autor, livro, wikipédia, o que for) que rebata ponto por ponto, vírgula por vírgula, a tese do 2º código, veja se me consegue pelo menos isso.
É que se não encontrar nada, nem mesmo na internet, que derrube, por completo, a série de descobertas a meu ver geniais que se contêm no trabalho de Etienne, alguém, no meio disto, está a ver a fita ao contrário. E até sou capaz de ser eu, que de biologia não percebo patavina nem pouco mais ou menos. Embora goste muito da palavra «heterocromatina constitutiva» que os biólogos normais consideram o «lixo da célula» e onde o Etienne foi situar o tal segundo código.
O tal que, diga-se em abono da verdade, me dava muito jeito. Talvez isso – uma janela de esperança na jaula global que o poder das elites intelectuais arranjou – talvez isso não interesse muito aos cientistas mas a mim que não sou cientista – apenas uma vítima deles, enjaulado no Gulag que eles fabricaram – interessa-me sobremaneira.
3.
Quando, em 1992, pela mão do meu amigo Manuel Fernandes, descobri Etienne e o seu método de pesquisa, li os seus livros para o grande público (já são 6 títulos, em 2007) e traduzi centenas das suas páginas que religiosamente guardo, tenho andado com uma candeia a ver se encontro interlocutor válido para compartilhar aquilo a que chamo a minha sorte grande. Desde os meus amigos cientistas e ecologistas aos meus amigos esoteristas, esperei que me provassem, por a+b, que a obra de Etienne é «ficção científica», como a classificou um cientista francês. E continuo esperando.
4.
Outro assunto, bastante mais pessoal e ad hominem. Continua o Carlos preocupado pensando no que seria um mundo de gente como eu : «tremo ao pensar num mundo dominado pelo pedantismo metafísico», diz você.
Sinceramente: já é a segunda vez que me manifesta essa sua angústia existencial. Eu próprio, que nunca tinha posto tal hipótese (cruzes, canhoto!), sou confrontado com a dúvida, a grande dúvida: para o mundo ter chegado à merda a que chegou, ainda era preciso mais gente como eu?
Afinal quem é que pôs isto de pantanas?
Os que, como eu, desconfiam dos geneticistas desvairados e das manipulações genéticas, ou os que as advogam com uma suspeita pertinácia?
Sabe o Carlos que um microbiologista do Texas, de nome Garza-Valdès quer clonar Jesus e escreveu um livro «The DNA of God»? E que propôs a ideia ao Papa João Paulo II, que prometeu ir rezar por ele? E que um outro senhor, Gérard Lucotte também? E que a filosofia raeliana, com sede em Monreal, também?
Moral da história: não é fácil, até mesmo ao Vaticano, desembaraçar-se dos geneticistas. E muito menos dos metafísicos.
5.
Inteiramente de acordo consigo: faz falta uma Alta Autoridade reguladora que fiscalize os livres pensadores, os que andam fora da lei, da regra, da norma, do pensamento dirigido, da unideologia.
Faz mesmo falta quem ponha na ordem os desordeiros e o meu amigo bastante se esforça por isso.
Infelizmente para si e por enquanto, a asneira é livre.
Eu serei, como reafirma, um perigo público pensando pela minha cabeça e evitando que ma lavem com teorias patolas.
Concordará portanto que não é perigo público nem atentatório do ambiente, três coisas que pelos vistos aceita porque decorrem da ciência em que o meu amigo religiosamente acredita:
a) a clonagem, inclusive humana (acho que é considerada crime em alguns países)
b) os geneticamente modificados ( larga e suficientemente denunciados por quem tem toda a autoridade moral e científica para o fazer, inclusive a fundadora desta lista)
c) as manipulações genéticas em geral e a engenharia genética em particular: se não me engano devemos esse precioso contributo aos cientistas nazis.
Compartilho, portanto, os seus receios: o mundo da genética tal como está (e que se contrapõe radicalmente à corrente encabeçada por Etienne) é um paraíso e metafísicos como eu são um perigo público.
7.
Combina a bota com a perdigota. Que o Carlos não queira aceitar a hipótese do 2º código – o da liberdade – parece-me coerente com as suas ideias justicialistas e maoístas de policiar o meio ambiente e todo o oxigénio respirável.
Mas olhe que a hipótese e já desde o Francis Bacon é uma das 4 fases da ciência experimental, não vejo que se possa horripilar assim tanto o que é uma hipótese de trabalho e de pesquisa. Foi o que aprendi com o meu mestre António Sérgio (sabe o Carlos quem é este personagem?).
Um ponto que eu não entendo, porém, é como é que o Carlos consegue conciliar os seus ideais ambientalistas – que suponho serem os seus – com as peremptórias afirmações de quem defende:
a) os geneticamente modificados
b) a clonagem (humana?)
c) a engenharia genética.
Um caso de engenharia mental a ser considerado?
8.
Quanto à sua confessada gaffe (e o alerta do Pedro Bingre) do termo «falsificação», percebi perfeitamente o que o meu amigo queria dizer, também não sou assim tão tapado. Em último caso consultava a Wikipédia que, em filosofia da ciência e outras matérias duvidosas, tem sempre a última palavra e a mais actualizada.
Nada melhor para finalizar esta missiva do que as palavras de ouro que lhe foram endereçadas a propósito pelo Pedro Bingre:
«Quem não percebe reiterada e continuamente as limitações da mera esperteza verbal está condenado a distorcer a realidade até à pura e estéril aporia ou, o que é pior, fantasia desmesurada ao serviço de crenças irracionais.»
Estamos quites: o Carlos fiscaliza-me e o Pedro Bingre fiscaliza-o a si. Afinal temos sorte, não estamos sós no universo.
E vou já ver na enciclopédia o que é isso da «aporia» segundo o Pedro.

MANIPULAÇÕES GENÉTICAS

27 de Abril de 2007

Graças ao Carlos Aguiar, que me fiscaliza as prosas e deu por isso, o texto sobre manipulações genéticas que enviei para a lista «Ambio» recebeu algumas reacções mais ou menos amistosas e a todos eles (incluindo o Miguel Araújo, que eu conheço desde a história do lince) desejo muito bom dia e boa sorte.
Posso agora indicar aqui como essas respostas ao meu artigo podem ser lidas:
1.https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/007153.html
2.https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/007148.html
Um especial obrigado à Manuela Soares e ao meu amigo José Carlos Marques. E ao Carlos Filipe que me escreveu uma mensagem de apoio por mail.
Afinal isto é apenas uma pequena batalha da grande guerra.
Estou certo de que vamos vencer.
Sem derramamento de sangue.

ADN NAS ESTRELAS

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LUGARES COMUNS DA SABEDORIA UNIVERSAL

22-12-2005

Com a ajuda do Google, tenho sempre sorte. Julgava perdida uma notícia de 22.12.2005 (há já dois anos) mas teclei o título de que ainda me lembrava – Precursores do ADN nas estrelas – e surgiu-me em primeiro lugar numa lista de cerca 152 resultados. Obrigado ao Google, ao «Diário de Notícias» que publicou a notícia e à Filomena Naves que, infelizmente, não tenho visto nas páginas daquele prestigiado jornal, desde a recente remodelação .
Mas pronto: tenho a notícia que me interessa, mais um capítulo das animosidades que estes assuntos têm actualmente nos meios bem pensantes e ideologicamente correctos da ciência oficial.
São factos que a ciência astronómica está a descobrir mas que traduzem um lugar-comum das grandes tradições da sabedoria ancestral:
«O que está em cima é igual ao que está em baixo» - como disse lapidarmente o arquitecto Imhotep (ou Hermes Trismegisto, ou Esculápio/Asclépius, ou deus Toth).
«Assim na Terra como no Céu» - como o repetiu a tradição judaico-cristã, que nestas matérias até nem prima pela lucidez. Desta vez e mau grado os guardas do Gulag, tivemos acesso à grande e mais antiga novidade.

PRECURSORES DO ADN NAS ESTRELAS
Por F. N.

«Têm os nomes pouco sugestivos de cianeto de hidrogénio e acetileno, mas a sua descoberta a 375 anos-luz da Terra, junto a uma estrela chamada IRS46, está a entusiasmar os astrónomos. É que aquelas substâncias, que ali foram detectadas sob a forma de gases quentes, contam-se entre os elementos precursores do ADN. Ou seja, da vida.

«A descoberta foi feita por astrofísicos holandeses que realizaram as observações daquela estrela longínqua com o telescópio espacial Spitzer, da NASA, na banda dos infravermelhos.

«Aqueles gases orgânicos, que se encontram presentes no sistema solar, nas atmosferas dos planetas gigantes, como Júpiter, e na da maior lua de Saturno (Titã), já tinham sido identificados junto de grandes estrelas pelo ISO (Infrared Space Observatory) da agência espacial europeia, um satélite de observação astronómica. Então, porquê tanto entusiasmo agora?

«É simples. Esta é a primeira vez que a assinatura química daqueles compostos orgânicos é identificada numa zona onde se pensa existirem corpos rochosos potencialmente idênticos à Terra. É isso que faz toda a diferença. Nas observações feitas anteriormente pelo ISO não existia essa particularidade.

«Segundo a equipa holandesa, a estrela IRS46, que está na constelação Ophiuchus, está no centro de um sistema solar ainda na infância. "Esse sistema poderá assemelhar-se ao nosso há milhares de milhões de anos, muito antes de a vida eclodir na Terra", disse o líder da equipa holandesa, Fred Lahuis, do observatório de Leiden.

«Supõe-se que os elementos como os que foram agora detectados naquele sistema solar, ainda em formação, foram trazidos para a Terra por cometas, há cerca de três ou quatro milhões de anos.

«Segundo Geoffrey Blake, outro dos autores do estudo, "obtém-se uma amostra de compostos orgânicos, incluindo aminoácidos e uma base de ADN chamada adenina" se aqueles ingredientes se puderem concentrar e reagir quimicamente, num tubo de ensaio ou numa superfície adequada.»
O que dirá a isto o insuspeito Carlos Aguiar, fiscal de serviço que me fiscaliza as prosas?

ECO-SNOBS NO TOP

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ECO-SNOBISMO & FEIRA DAS VAIDADES

13-4-2007

Haja alguém que ponha os pontos nos iis. Alguém com voz activa nos media de grande alcance. Alguém com algum back-ground de eco-militância e não seja um novo rico do ambiente. Alguém que corrija algumas discrepâncias produzidas pelo poder incomensurável da manipulação mediática em curso sobre ameaças globais.
E há mesmo: assina Lucy Siegle, escreve no «Newstatesman» ( Londres) e um interessantíssimo artigo seu (fragmentos) aparece no número 107 da revista «Courrier Internacional» (Lisboa), 13-4-2007, intitulado em português «lamentável snobismo ambientalista».
Eu andava há uns anos desconfiado deste snobismo mas ninguém melhor do que uma jornalista britânica para detectar o cheiro a snob, já que tem mesmo à mão de semear o melhor do género, onde vai abeberar-se: a revista «Vanity Fair».
É um artigo interessantíssimo e cheio de alusões concretas a factos e nomes do jet set internacional.
Entre muitas coisas giríssimas, diz a Lucy minha colega:
«A mensagem ecologista global que hoje circula é, todavia, inquietante: se quiser ser ecologista, convém que seja podre de rico.»
Depois descreve em pormenor «a parada de encantadores ambientalistas da «Vanity Fair». Na capa, Julia Roberts, George Clooney, Robert Kennedy Jr e Al Gore, o maior presidente verde que nunca houve».
Além de lúcida, a Lucy parece-me muito bem informada sobre os bastidores do jet Set, quem é e quem não é gente no meio ambiente do eco-snobismo.
Ela ganhou mais um leitor e eu ganhei mais um neologismo: eco-snobismo.
Não sei se já disse que adoro neologismos.
Lamento não poder linkar para o site da dita revista «courrier internacional» (Lisboa) mas, como tudo na empresa da dita, os textos estão aferrolhados a sete chaves e o site respectivo é apenas uma montra (bastante deslavada, diga-se de passagem) do conteúdo que se convida constantemente a assinar e a comprar.
Ainda por cima, quando cliquei onde diz «comente a edição desta semana, faça sugestões e dê a sua opinião sobre o Courrier Internacional» fiquei com o computador bloqueado e só por um triz não chamei os bombeiros: tive que reiniciar e saí da dita (maldita) página mais depressa do que saí.
Mas o artigo da Lucy, esse, vou emoldurá-lo. Um grão de areia neste deserto mediático.
Um beijinho para a Lucy.
Post Scriptum:
Aleluia, aleluia. Fui à fonte – o semanário «Newstatesman» – e encontrei , na íntegra, o artigo da Lucy.
Ei-lo aí
http://www.newstatesman.com/200605010018
Se for preciso mandem o robô do Google traduzir. Mas aproveitem esta boa oportunidade de estarmos bem informados sobre o que importa: a ideia ecológica e as diversas máscaras que hoje a revestem.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

HÁ JÁ 36 ANOS

Também quero festejar o meu 25 de Abril, espero que não me levem a mal a pretensão.
A nostalgia impõe-se, nestas datas lacrimogénicas.
Dei com um texto , publicado em 1971, no semanário «O Século Ilustrado» (quem se lembra?) e fiquei triste porque os temas e autores deixaram de estar na berra: hippies, Theodore Roszack (o da contra-cultura), Allan Watts, Herbert Marcuse, Edgar Morin, contrastam com o actual deserto ( de ideias, de autores, de correntes, onde tudo se passa sem nada se passar).
Chega de nostalgia.
Vamos então festejar mais um Abril de águas mil. Oxalá o sol brilhe para não empanar a glória dos retroactivos.
Deixo os primeiros parágrafos do texto que digitalizei e que pode ler-se na íntegra no meu site catbooks.
http://www.catbox.info/catbooks/hippies-1-ie.htm
+
O UNIVERSO DOS "HIPPIES" NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (*)

3-4-1971

Dos Estados Unidos estão a chegar insistentes notícias de uma contra-cultura que, nascida há pouco mais de 4 anos, cresce e flo­resce sob a forma de comunas das mais diversas orientações e ideo­logias, à margem do Sistema, do Establishment, da Sociedade Produ­tiva.
L'Univers des Hippies (1) é um dos livros mais recentes que falam desse surto a que importa estar atento, ao menos para o criticar, e se não queremos ignorar um dos mais importantes movimen­tos humanos do pós-guerra.
Jean-Pierre Cartier e Mitsou Naslednikev escrevem essa reportagem através do universo "hippy" e concluem positivamente o seu balanço. Deslumbrados, sem dúvida, mas também compreensivelmente perturbados e até um pouco aterrorizados, com a extensão e impor­tância do fenómeno. Embora a contra-cultura seja avessa a estatísticas, como os dois autores não se esquecem de sublinhar, eles, co­mo representantes ainda da sociedade estabelecida da cul­tura vi­gente, deram-se ao trabalho de calcular entre várias centenas de milhar e dois milhões, nos Estados Unidos, os que pertencem hoje à grande comunidade das comunidades, aos grupúsculos de jovens dissidentes, de marginais e (auto-) marginais.
A imprensa “underground” ou «free press», documenta esse movimento de maneira brilhante. Edgar Morin, que viajou pela Califórnia a convite da Fundação Salk (um viveiro de prémios Nobel!), de Setembro de 1969 a Junho de 1970, anota, nessa imprensa, uma combinação de hippismo e de marxismo, «associação de termos que de ordinário se repelem», diz ele.
A propósito, Edgar Morin, o famoso sociologista e filósofo do aggiornamento entre culturas (pensador de uma antropolítica), propõe-se estudar este neo-tribalismo que, dentro do território norte-­americano, está fazendo carreira pacífica ao lado das comunidades minoritárias de índios, porto-riquenhos ou negros. Só que, a contra-cultura juvenil é em sentido inverso ao dessas mino­rias: enquanto os índios, os negros e os porto-riquenhos reclamam o poder, a inte­gração na sociedade de consumo que os segregou, e aspiram também aos benefícios da Tecnocracia e do Desenvolvimento, os jovens dissiden­tes des­pedem-se dessa abundância, fogem ao conforto dos lares burgueses, auto-segregam-se e desejam viver, tribalmente, como dantes, antes da colonização tecno-capitalista, viviam na sua cultura peculiar os índios americanos. Como eles eram, antes de o gringo chegar.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

MUDAR O BICO AO PREGO

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domingo, 20 de Julho de 2008
sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010-> nova revisão.

ADN, SEGUNDO CÓDIGO GENÉTICO & ETC

AQUI JUNTEI ALGUMAS PEÇAS DE UMA CONVERSA COM DOIS CIENTISTAS QUE COLABORAM, COMO EU, NA AMBIO ARCHIVES

««Estão portanto muito próximos do sucesso: enjaulados no Gulag (mediático e nem só) já têm a maioria dos portugueses. Agora é só fechá-lo à chave e atirar a chave ao rio.»»(AC)

A seguir os textos que sobre ADN e arredores publiquei na Ambio Archives, com o comentário de dois participantes nessa lista de discussão: Carlos Aguiar e Pedro Martins Barata. Ambio onde, diga-se, dominam e predominam os universitários e especialistas das várias especialidades em que eles consideram dividido o Ambiente, o Meio Ambiente.
1
JAMES WATSON E O FATALISMO GENÉTICO

Comentário de Carlos Aguiar ao meu texto de 23 DE Abril de 2007:

««A sua intervenção é inqualificável. Não merece sequer um comentário cuidado, por uma razão muito simples: o senhor aceita ideias, teorias, opiniões, etc. sem sustentação empírica com mesma facilidade com que respira e, depois, crítica despudoradamente todos aqueles cujas ideias emergem de uma vida dedicada à observação e à falsificação. Escrevi um dia nesta lista, e torno a fazê-lo: tremo ao pensar num mundo dominado pelo pedantismo metafísico.
Faço-lhe uma proposta, traduza o seu comentário para inglês e envie-o para o Prf. James Watson; é fácil de conseguir o endereço na internet. Não se esqueça de enviar também uma copia do livro "L'Énergie des Pyramides et L´Homme" do dito Etienne Guillé; aguardo com impaciência que lhe seja concedido o Prémio Nobel.
Carlos Aguiar

+
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segunda-feira, 23 de Abril de 2007

JAMES WATSON : FATALISMO GENÉTICO [TEXTO DE AFONSO CAUTELA]

O descobridor do ADN molecular - ácido desoxirribonucleico - a maior descoberta científica depois do big-bang, não tem necessariamente que ser um homem inteligente. Nem lúcido. Nem brilhante. Nem um pensador que saiba filosofar sobre a própria especialidade, ter ideias gerais sobre informações particulares.
Deram-lhe o prémio Nobel. Claro. Para isso existe o Prémio Nobel.
De facto, o descobridor do ADN, magnificamente entrevistado pela jornalista Teresa Firmino, no jornal «Público» de 31 de Março de 2007, não tem duas frases seguidas que se diga benza-te deus. E uma que de vez em quando se aproveite.
Foi esquerdista, outrora, e esse esquerdismo criou-lhe um complexo de esquerda de que parece não se ter curado. Parece fatalidade genética.
Ignorando completamente a última tendência da biologia molecular - de que são ilustres representantes o francês Etienne Guillé e o norte-americano Deepak Chopra (ver «Cura Quântica») - para ele parece existir apenas a da manipulação ou engenharia genética.
Mais grave do que os equívocos (de ordem filosófica e ideológica) é a corrente da ciência genética que ele adopta e patrocina: a da manipulação e engenharia genética, a perversão total e completa do que foi, de facto, a maior descoberta de todos os tempos - a dupla hélice do ADN, a unidade
primordial da vida.

E não está só nesta ingente tarefa de mudar o bico ao prego, apenas encabeça o pelotão:
1. «Depois de nascermos, não podemos mudar o nosso ADN» - disse ele à jornalista.
Errado: conforme Etienne Guillé descobriu, existe o segundo código genético ou código vibratório que é o código da evolução e que permite a todos os seres vivos (principalmente o ser humano porque tem consciência disso e é, portanto, responsável) completar o que o código genético da conservação - aquele de que os biólogos falam - determina.
Dito de outra maneira: não estamos «condenados» a ser como nascemos (1º código genético) mas estamos humana e moralmente obrigados a aproveitar e a desenvolver o segundo código com o qual podemos corrigir os erros do primeiro.

Até o famoso e famigerado Karma - a que alguns chamam lei linear de causa e efeito - sai pulverizado desta descoberta de um segundo código.
Usando a lindíssima metáfora proposta por Etienne Guillé: no livro do ADN está toda a informação do universo, passada, presente e futura. É a informação presente e futura que podemos «corrigir» acrescentando os
capítulos que faltam ou que estejam rasurados. São portanto nomes sinónimos: segundo código genético, código da liberdade, da evolução e da transmutação, código vibratório ou código divino.
Esta última designação é de minha inteira responsabilidade e não foi Etienne quem o disse, apenas deixou o caminho aberto quando explicou em que consiste o 2º código: na zona do ADN chamada heterocromatina constitutiva existem vestígios dos 7 metais alquímicos. São eles que garantem a informação intermolecular com o 1º código e permitem, portanto, a alteração ou correcção no tal livro.

Isto não significa que não haja erros irremediáveis de nascimento. Com o
código vibratório descoberto por Etienne Guillé, o menos que podemos afirmar é que são remediáveis, pelo menos, 50 % dos que hoje se consideram inalteráveis.
Essa é a posição de James Watson, quando disse à jornalista:
«Depois de se nascer, [o ADN ] é bastante intocável. Mas, como se sabe, as previsões estão muitas vezes erradas.»
É aqui - nas previsões - que eu me atrevo a falar de 50% de probabilidades de mudança.
2.

«É o ADN que determina o futuro e não um potencial Deus. Não acredito num Deus pessoal que interfere com as nossas vidas. Não acredito que a oração ajude» - diz James Watson, fazendo jus ao seu esquerdismo e psicologismo e ateísmo.
Não se trata de crer ou não crer: com a descoberta do segundo código genético, há apenas factos, experimentalmente comprováveis, há apenas certezas, tal como a descoberta do primeiro que a ele, Watson, se deve.
Certezas que nada nem ninguém pode abalar.
Estamos para lá da crença, da psicologia, da ideologia, da religião, da conversa fiada.

Estamos no que se designa por funcionamento ortomolecular da célula.
Por isso me atrevi a designar o segundo código (descoberto por Etienne) de «código divino»: não temos outro remédio senão aceitar que somos filhos do macaco (com muita honra) mas que também com muita honra somos filhos de Deus.

3.

Onde Watson se mostra mesmo reaccionário até dizer chega é quando alinha, sem pestanejar, com os da «engenharia genética»: «Estive na China - diz ele - onde a maioria do algodão vai ser produzido com plantas geneticamente modificadas. Os transgénicos parecem ser mais eficientes e menos perigosos para o ambiente».
De facto, o descobridor da dupla hélice do ADN não tem que ser inteligente, nem lúcido, nem sequer brilhante. Pode é ser galardoado pelo Nobel.
Pior ainda é quando vem à tona o seu incurável esquerdismo, esse sim, uma fatalidade genética de que, aos 78 anos, parece não se poder já livrar:
«A oposição aos transgénicos vem sobretudo das pessoas de esquerda. Antes era-se pró-comunista, agora não se pode, por isso é-se anti-ADN. A esquerda não gosta da genética, porque mostra que nem todas as falhas dos seres humanos se devem ao capitalismo. Pode ser apenas má sorte com os genes que se tem».
Impossível dizer mais asneiras em tão pouco tempo: um biólogo, de facto, não tem que ser inteligente nem sequer lúcido. Mas fadista e com apelos à má sorte? Valha-nos Nossa Senhora dos Aflitos.
Fatalidades genéticas, que lhe havemos de fazer?

4.

Só mais uma citação de Watson, porque não quero alongar-me:
«Não sou religioso, não acredito na alma.»
Resposta minha: eu também não acredito, tenho a certeza. Agora e depois do segundo código genético, ou código vibratório, é a certeza mais certa de todas as minhas certezas. Porque já não tenho crenças, graças a Deus.

5.
Só mais uma:
«Dizer que uma célula contém a alma é tudo superstição. Sou prático: será a clonagem boa para os portugueses? Talvez. Será má? Não. Refiro-me à clonagem de células, não de humanos.»
Aqui é que o homem parece tornar-se perigoso, porque o foram chamar para a Fundação Champallimaud, onde dirigirá um conselho científico e começará a sua opinião a ter peso internamente: ainda mais com os pesos pesados do PR e do Primeiro-Ministro que lhe estenderam a passadeira vermelha.

Como não creio em deus e talvez não acredite em bruxas, estou certo de que Leonor Beleza (em cuja inteligência acredito 100%) saiba gerir este
pedregulho no caminho da tão simpática fundação.

Mas lá que a jornalista Teresa Firmino, do jornal «Público», lhe conseguiu arrancar algumas inquietantes afirmações, parece-me óbvio e acho que devemos estar atentos. E agradecer o bom trabalho de uma boa jornalista.
+
2. AINDA O LIXO DA CÉLULA

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14-Junho-2007

AINDA O LIXO DA CÉLULA: ATÉ QUANDO CATILINA?
[TEXTO DE AFONSO CAUTELA]

A notícia veio na revista «Nature» (um grande artigo), na Revista «Genome Research» (28 artigos) e foi primeira página do jornal «Público» (14.Junho.2007) com o título «Cientistas provam que o lixo do ADN é fundamental para a vida». Refere-se, como todos sabem, à zona do ADN molecular que os biólogos oficiais consideravam, até hoje, «lixo da célula» por não lhe conhecerem a função.

Agora conhecem um pouco melhor, já não consideram lixo (pelo que o jornal não usa aspas) mas daí até o considerarem um segundo código genético ainda vão ser necessários mais uns anos, quiçá uns séculos, para que mais 35 grupos de investigadores de mais 80 instituições espalhadas pelo mundo cheguem a alguma conclusão.

A questão do segundo código genético foi aqui levantada, como alguns ambionautas talvez se lembrem, e escandalizou várias pessoas. Mas não o Pedro Martins Barata, que investigou o caso.
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De facto e tal como Pedro Martins Barata afirmou na Ambio, em 27 de Abril de 2007, «a teoria da segunda string de ADN é efectivamente uma teoria científica comprovada e em discussão, embora em moldes completamente diferentes dos que se encontram em sites esotéricos. Mais uma vez, uma consulta rápida à base Scirus ou à Web of Knowledge confirma o mesmo.»

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Desta vez o assunto «lixo da célula» não foi encontrado em sites esotéricos, mas, talvez ainda pior, é notícia de primeira página do jornal «Público», em texto assinado por Ana Gerschenfeld, em 14 de Junho de 2007.

Está bem que a jornalista - especialista na área científica - se baseia na revista «Nature» e em mais 28 artigos da revista «Genoma Research», mas não sei até que ponto o Pedro Martins Barata dará crédito a estas duas revistas: a «Nature» que é sempre a primeira a dar as últimas e a Genoma Research que, pelo andar da carruagem e pela quantidade de artigos que publicou sobre o «lixo», deve ser o porta-voz do célebre consórcio ENCODE, fabricado para comercializar o mapeamento do Genoma (que parece ter terminado em Abril de 2003) e «para compilar a lista de todos os elementos - não apenas genes - que dentro da gigantesca molécula de ADN, possuíssem algum tipo de função biológica».

Mesmo assim - o ENCODE reúne apenas 35 grupos de investigação de 80 instituições espalhadas pelo Mundo - mesmo assim, digo, duvido que a notícia mereça algum crédito ao Pedro Martins Barata. Já que foi veiculada por uma jornalista e por um jornal.

Quiçá que seja mesmo e apenas um engano mais. E alguma coisa que nem sequer exista como aconteceu com a investigação que o Pedro Martins Barata realizou sobre o nome e a carreira de Etienne Guillé: dissera eu que fora Etienne o descobridor, pelo menos há vinte anos, do segundo código genético (no tal «lixo da célula»), para o qual lixo foram precisos agora 35 grupos de investigação de 80 instituições de todo o mundo.
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Pensando no aviso do José Amoreira - nunca falo de ambiente na Ambio e apenas do meu ego - hesitei em mandar esta mensagem. Mas como o assunto é lixo e devidamente avalizado por cientistas, penso que se poderá enquadrar, sem escândalo, nesta lista de assuntos de Ambiente.
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Lendo o artigo, que a seguir retransmito para a Ambio, percebe-se que a grande descoberta se resume a bem pouco: «nem tudo é lixo, afinal, nessa zona do ADN - como até agora diziam os cientistas - mas o que é e para que serve continua um grande, um imenso mistério. Lá vão precisar de mais 4 anos e de mais 35 grupos de investigadores de 80 instituições mundiais para descobrir o que está descoberto há um quarto de século. E que no tal lixo da célula esteja afinal a segunda string a que aludia o Pedro Martins Barata, no dia 27 de Abril de 2007, aqui na Ambio, iremos precisar mais outros tantos anos de outras tantos cientistas de outras tantas instituições.
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Esotéricos ou não esotéricos, seres humanos que apenas têm de gramar tudo isto, a pergunta continuará a ser a mesma: por quantos anos ainda iremos ter de os gramar sem sequer os poder mandar àquela parte?
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Sem mais comentários, a notícia do «Público», 14 de Junho de 2007:

««ESTUDO PÕE EM CAUSA VISÃO TRADICIONAL

PARTES DO ADN HUMANO QUE SE JULGAVAM ADORMECIDAS AFINAL ESTÃO ACTIVAS

14.06.2007 - 09h36

Por Ana Gerschenfeld

««Quando, em Abril 2003, ficou concluída a leitura da totalidade do genoma humano, os cientistas tinham perante os seus olhos um gigantesco livro de instruções (com três mil milhões de "caracteres") para a construção do corpo dos homens e das mulheres. Mas ainda estavam longe da meta: conseguir decifrar a língua em que esse livro está escrito para perceber exactamente como é que as diversas partes do corpo são fabricadas - e como, por vezes, as coisas correm mal, dando origem a doenças.
A visão convencional do ADN é que ele contém cerca de 30 mil genes cuja sequência serve para fabricar as proteínas, que são os tijolos de base das células vivas. O resto - 98 por cento do património genético - era considerado "lixo" desprovido de função biológica. Daí que os esforços dos geneticistas tenham ido, em geral, no sentido de identificar e estudar exclusivamente os genes que codificam proteínas, à procura das causas das doenças que assolam a humanidade.
Contudo, tudo indicava que o "lixo" do ADN continha outros elementos importantes para a construção do organismo - sem ir mais longe, elementos que regulavam a expressão dos próprios genes. Foi por isso que, logo a seguir à sequenciação do genoma, foi lançado um consórcio (ENCODE) com o objectivo de compilar pela primeira vez a lista de todos os elementos - não apenas os genes - que, dentro da gigantesca molécula de ADN, possuíssem algum tipo de função biológica.
Numa primeira fase, os 35 grupos de investigadores de 80 instituições espalhadas pelo mundo que integram o consórcio - liderado pelos National Institute of Health (NIH) norte-americanos -, decidiram olhar para apenas um por cento do ADN, escolhendo cuidadosamente as partes que iriam analisar mais a fundo, para testar estratégias que permitissem identificar outros elementos funcionais do genoma. O objectivo pode parecer modesto, mas não é: a prova disso é que o batalhão de cientistas envolvidos demorou quatro anos a completar o trabalho, que hoje culmina com a publicação de um grande artigo na revista "Nature" e mais 28 "artigos companheiros" na revista "Genome Research".
Mais: as surpresas que o estudo desta pequena fracção do genoma já revelou deixam vislumbrar que, para além de algumas respostas, irão sobretudo surgir muitas novas perguntas, cuja resposta irá pôr em causa a visão convencional do ADN.
Para já, há "a descoberta de que a esmagadora maioria do ADN no genoma humano é transcrito para moléculas funcionais, chamadas ARN, e que estas transcrições apresentam grandes zonas de sobreposição em relação umas as outras", explica um comunicado dos NIH. Ou seja, grandes zonas que repetem as mesmas sequências genéticas. "Os novos dados indicam que o genoma contém muito poucas sequências inutilizadas", diz o mesmo documento. Porquê? Mistério. Mas o certo é que, de uma penada, morre assim o conceito de "lixo" no ADN.
"Tornou-se claro", diz John Greally, do Einstein College of Medicine, num artigo de comentário na "Nature", "que existe uma organização em grande escala do genoma". O genoma não é apenas uma colecção de genes independentes, mas uma rede complexa, dentro da qual os genes são apenas uma categoria de actores.
Os novos resultados poderão ter profundas implicações para a maneira como se estuda a origem genética das doenças humanas. "Para perceber as causas das doenças, temos de perceber qual é a função desta maioria de não-genes", diz Greally.»»
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Post Scriptum:

E lá tive que interromper as minhas prometidas e merecidas férias na Ambio... Sorry.
Afonso

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3. MENSAGEM DE AC A CARLOS AGUIAR

VIVA A CLONAGEM, ABAIXO A METAFÍSICA
25 de Abril de 2007

Meu Caro Carlos Aguiar:

Agradeço o seu comentário ao meu texto e venho retribuir com outro. Vamos por pontos.
1.
Devo dizer-lhe que o 2º código genético, descoberto por Etienne Guillé, também me parece uma coisa um bocado estranha, apesar de vir de uma autoridade mundial em Biologia Molecular, catedrático da Sorbonne e investigador do Instituto Curie.
Só não ganhou ainda o Prémio Nobel.
Confesso que a ideia do 2º código me agrada e ficaria com bastante pena se não fosse verdade.
Mas como não vi em parte nenhuma, nem sequer na Wikipédia que é socorro de aflitos, a mais mínima contestação à tese vibratória e muito menos ao caminho de conhecimento (gnose) inaugurado por Etienne Guillé, confiei de que talvez, sim senhor, a hipótese vibratória do segundo código genético fosse fiável.
Até ver, e até que viesse alguém corajoso como o Carlos Aguiar, para a derrubar, não seria de deitar fora e dado que abre, no actual e global desespero, uma janela de esperança.
2.
Aproveito a atenção que o Carlos Aguiar decidiu dar ao meu texto (que eu também qualifico de inqualificável, que eu também classifico de inclassificável) e pedir-lhe um grande, grande favor: veja se me descobre alguém (autor, livro, wikipédia, o que for) que rebata ponto por ponto, vírgula por vírgula, a tese do 2º código, veja se me consegue pelo menos isso.
É que se não encontrar nada, nem mesmo na internet, que derrube, por completo, a série de descobertas a meu ver geniais que se contêm no trabalho de Etienne, alguém, no meio disto, está a ver a fita ao contrário. E até sou capaz de ser eu, que de biologia não percebo patavina nem pouco mais ou menos. Embora goste muito da palavra «heterocromatina constitutiva» que os biólogos normais consideram o «lixo da célula» e onde o Etienne foi situar o tal segundo código.
O tal que, diga-se em abono da verdade, me dava muito jeito. Talvez isso - uma janela de esperança na jaula global que o poder das elites intelectuais arranjou - talvez isso não interesse muito aos cientistas mas a mim que não sou cientista - apenas uma vítima deles, enjaulado no Gulag que eles fabricaram - interessa-me sobremaneira.
3.
Quando, em 1992, pela mão do meu amigo Manuel Fernandes, descobri Etienne e o seu método de pesquisa, li os seus livros para o grande público (já são 6 títulos de «ecologia alargada», em 2007) e traduzi centenas das suas páginas que religiosamente guardo, tenho andado com uma candeia a ver se encontro interlocutor válido para compartilhar aquilo a que chamo a minha sorte grande. Desde os meus amigos cientistas e ecologistas aos meus amigos esoteristas, esperei que me provassem, por a+b, que a obra de Etienne é «ficção científica», como a classificou um cientista francês, Henri Laborit. E continuo esperando.
4.
Outro assunto, bastante mais pessoal e ad hominem. Continua o Carlos preocupado pensando no que seria um mundo de gente como eu : «tremo ao pensar num mundo dominado pelo pedantismo metafísico», diz você.
Sinceramente: já é a segunda vez que me manifesta essa sua angústia existencial. Eu próprio, que nunca tinha posto tal hipótese (cruzes, canhoto!), sou confrontado com a dúvida, a grande dúvida: para o mundo ter chegado à merda a que chegou, ainda era preciso mais gente como eu?
Amigo Carlos: terá que me explicar muito bem explicadinho, quem domina o que parece ser para si o actual paraíso:
a. Os que, como eu, desconfiam dos geneticistas desvairados e das manipulações genéticas
b. ou os que as advogam com uma suspeita pertinácia?
Afinal quem pôs isto de pantanas?
Sabe que um microbiologista do Texas, de nome Garza-Valdès quer clonar Jesus e escreveu um livro «The DNA of God»? E que propôs a ideia ao Papa João Paulo II, que prometeu ir rezar por ele? E que um outro senhor, Gérard Lucotte também? E que a filosofia raeliana, com sede em Monreal, também?
Moral da história: não é fácil, até mesmo ao Vaticano, desembaraçar-se dos geneticistas. Nem dos metafísicos da genética.
5.
Inteiramente de acordo consigo: faz falta uma Alta Autoridade reguladora que fiscalize os livres pensadores, os que andam fora da lei, da regra, da norma, do pensamento dirigido, da unideologia, do politica e ideologicamente correcto.
Faz mesmo falta quem ponha na ordem os desordeiros e o meu amigo bastante se esforça por isso, com a ajuda do Pedro Bingre, que o fiscaliza a si.
Infelizmente para si e por enquanto, a asneira é livre.
Eu continuarei a ser um perigo público pensando pela minha cabeça e evitando que ma lavem com teorias parolas.
Concordará portanto que não é perigo público nem atentatório do ambiente, três coisas que pelos vistos aceita porque decorrem da ciência em que o meu amigo religiosamente acredita:

1.. a clonagem, inclusive humana (acho que é considerada crime em alguns países)
2.. os geneticamente modificados ( larga e suficientemente denunciados por quem tem toda a autoridade moral e científica para o fazer, inclusive a fundadora desta lista, Margarida Silva, em 1996 (já lá vão 11 anos!) (*)
3.. as manipulações genéticas em geral e a engenharia genética em particular: se não me engano devemos esse precioso contributo aos cientistas nazis.
Compartilho, portanto, os seus receios: o mundo da genética tal como está (e que se contrapõe radicalmente à corrente encabeçada por Etienne) é um paraíso e metafísicos como eu são um perigo público.
7.
Combina a bota com a perdigota. Que o Carlos não queira aceitar a hipótese do 2º código - o da liberdade - parece-me coerente com as suas ideias justicialistas e maoistas de policiar o meio ambiente e todo o oxigénio respirável.
Mas olhe que, já desde o Francis Bacon, a «hipótese» é uma das 4 fases da ciência experimental (Observação, Hipótese, Experimentação e Formulação de leis), não vejo que se possa horripilar assim tanto o que é uma hipótese de trabalho e de pesquisa. Hipótese que ainda não chegou a tese e muito menos a teoria (cruzes, canhoto). Foi o que aprendi com o meu mestre António Sérgio (sabe o Carlos quem é este personagem?)
Um ponto que eu não entendo, porém, é como é que o Carlos consegue conciliar os seus ideais ambientalistas - que suponho serem os seus - com as peremptórias afirmações de quem defende:

a) os geneticamente modificados
b) a clonagem (humana?)
c) a engenharia genética.

Um caso de engenharia mental a ser considerado?
8.
Quanto à sua confessada gaffe (e o alerta do Pedro Bingre) do termo «falsificação», percebi perfeitamente o que o meu amigo queria dizer, também não sou assim tão tapado. Em último caso consultava a Wikipédia que, em filosofia da ciência e outras matérias duvidosas, tem sempre a última palavra e a mais actualizada.
Nada melhor para finalizar esta missiva do que as palavras de ouro que lhe foram endereçadas a propósito pelo Pedro Bingre :
«Quem não percebe reiterada e continuamente as limitações da mera esperteza verbal está condenado a distorcer a realidade até à pura e estéril aporia ou, o que é pior, fantasia desmesurada ao serviço de crenças irracionais.»

Vou já ver à Wikipédia o que significa «aporia».
Com respeitosos cumprimentos me despeço até breve.
Afonso
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(*) Já agora, estes dois sites:

http://www.ambientesaude.pt/index.php?page=231&view=forum:ViewDiscussion&zepp_obj_id=7

http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=2570&Itemid=40
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4. O DISCURSO DE PEDRO MARTINS BARATA ONDE SE DEMONSTRA QUE ETIENNE GUILLÉ NÃO EXISTE

27-Abril-2007

1 - Segundo uma pesquisa na Internet, seja no site do Instituto Curie, seja no site da Universidade Paris-Orsay (não confundir, por favor, com Paris-Sorbonne), em nenhum dos casos foi possível encontrar referências a Etienne Guillé. Também não foi possível encontrá-lo em sites como o www.scirus.com, onde estão referenciados os principais jornais científicos da área da Biologia (site da editora científica Elsevier)

2 tirando sites com típico fervor esotérico e místico, não foi possível encontrar nenhuma referência científica a Etienne Guillé

3 - a teoria da segunda "string" de ADN é efectivamente uma teoria científica comprovada e em discussão, embora em moldes completamente diferentes dos que se encontram em sites esotéricos. Mais uma vez, uma consulta rápida à base Scirus ou à Web of Knowledge confirma o mesmo.
[veja-se aqui um desmentido na base science direct]:
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleListURL&_method=list&_ArticleListID=1204136962&_sort=r&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=f863f4693d9628f802dc5226deeef7aa]

4 - Por último, a própria Wikipédia francesa decidiu retirar as páginas relativas a Etienne Guillé, após uma discussão que colocou em causa a biografia e o valor científico da mesma.

Desde o momento em que a ciência ganhou foros de superioridade enquanto forma de conhecimento (provavelmente desde Auguste Comte),
cresceram as tentativas de associar o que são claramente actividades não-científicas ao estatuto da ciência. Não admira que a Astrologia se chame assim, apesar de não ser, efectivamente, uma ciência definida pela existência de explicações verificáveis e falsificáveis.
+
MAIS DO MESMO BARATA

Caros ambionautas:

Hesitei, ainda hesito, em responder a algumas mensagens da Ambio, porque não tenho a certeza de que a escrita valha o esforço, e porque sei que vou levar na cabeça. Acontece que fiquei deveras incomodado com algumas mensagens, em particular a do Afonso Cautela (que não conheço pessoalmente) e a última mensagem do José Carlos Marques, embora por questões de natureza diferente.
Em relação à mensagem do Afonso Cautela, não me deterei em grandes
considerações. Em primeiro lugar, Afonso Cautela afirma que foi minha
intenção apodá-lo de mentiroso. Não foi. A minha intenção foi tentar
perceber como é que um autor afirma ser investigador do Instituto
Curie e não faz parte do staff actual (nem dos últimos dez anos,
segundo soube), e clarificar que o autor em causa não é professor da
Sorbonne (Université Paris-I), mas que afirma ser professor da
Universidade Paris-XII. Estranhei o facto de que tão ilustre
professor não ser referenciado no site da Universidade em causa. E
caro Afonso, fui à procura de elementos sobre Etienne Guillé, porque
quis perceber exactamente o que era o "segundo ADN" ou "segundo
código genético", o tal "código divino" de que, honestamente, nunca
houvera ouvido menção. Repito, portanto, que não foi minha intenção
apodá-lo de "mentiroso". O que não quer dizer que não distribua
mentiras, mesmo que inopinadamente.
Um ponto quero esclarecer: Afonso Cautela acusa-me de "[não poder]
viver (respirar) sem rótulos, sem estereótipos, sem diplomas, sem
certificados, sem licença (licenciatura) para pensar, escrever e
publicar. Se à técnica do rótulo depois chamam ciência, isso já não é
comigo, driblem lá a questão interpares". Para quem não me conhece,
fico a perceber que sabe já mesmo muito de mim. E que a elevação do
debate é sem dúvida um atributo da ciência extraordinária de Afonso
Cautela. Mas de uma coisa pode estar certo: defenderei sempre o seu
direito a escrever o que quiser na Ambio, pelo que não enfio a
carapuça de "polícia do pensamento" que me quer pôr.
A mensagem do José Carlos Marques é, na minha modesta opinião, e sei
que vou ser crucificado aqui na lista por escrever isto, perigosa,
mais ainda do que a ciência de Etienne Guillé ou Deepak Chopra. E
estou a medir e pesar as palavras, e quero mesmo dizer, perigosa. E
por amor de Deus, não me venham dizer que eu considerei o JCM
perigoso. Irrita-me a tendência para a acusação "ad hominem" presente
em muitas mensagens nesta lista, sempre que se escreve sobre assuntos
como as touradas o vegetarianismo ou o assunto em epígrafe. Permitam-
me que tente rebater algumas afirmações do JCM:

JCM: "Uma coisa que se perdeu de vista desde que a ciência ascendeu a
um estatuto de "endeusamento" (é esse o estatuto que ela tem, mesmo
em Portugal, por mais Abelhas Maias que haja e por mais falta de
cultura científica formal que exista) na sociedade moderna foi a
unidade do pensamento humano: magia, mito, religião, ciência, arte,
por mais diferentes que sejam, têm em comum uma coisa: todos são
produtos do pensamento e da imaginação, que é ela própria uma forma
de pensamento.

Curiosamente, eu diria que apenas em países de baixa cultura
científica, e que a ciência pode sofrer de "endeusamento". Só num
país onde ser "doutor" é uma raridade, é que o conhecimento formal
académico pode ser considerado um ser superior. A ciência, tal como
eu a vejo (mas já não sei nada disto) é uma actividade essencialmente
humilde. Apenas nos mitos da ficção científica, o cientista é um
homem que aspira ao conhecimento ou ao poder universal. (quanto às
Abelhas Mais, sinceramente não percebi).
JCM afirma que religião, arte, ciência, mito, são todos produtos do
pensamento e da imaginação. Nada de controverso aí.

JCM: "Por mais que custe aos que apenas aceitam uma ou algumas dessas formas com rejeição das outras, em todas elas houve e há elementos de verdade e de erro. Afinal não são essas formas que nos devem
preocupar mas sim afinal e apenas a verdade e o erro, em versão não
maniqueísta nem mecanista."
Não se trata de aceitar umas formas e rejeitar outras. Concebo
perfeitamente que alguém sinta necessidade de uma ligação
transcendental na sua vida (eu sinto, por vezes), assim como concebo
que os mitos e as tradições e as religiões têm funções sociais úteis,
e nada disso é incompatível, parece-me, com a actividade científica.
Apenas não os concebo (sou com certeza tacanho) enquanto formas de
conhecimento que sejam definíveis pelas categorias de "verdade" e
"erro". Achar que a ressurreição de Cristo é uma "verdade", como
pensam alguns milhões de cristãos, não a coloca no mesmo patamar que
a "verdade" das fórmulas de Newton para a atracção mútua dos
planetas. Exactamente porque a "verdade de Cristo" pode ser
experimentada espiritualmente, mas não pode ser verificada pelo
método científico. A não ser que enveredemos pelos caminhos da
cientologia.

JCM: "O que o cientista honesto deverá fazer, mais do que denunciar
as falsidades em bloco desta ou daquela forma de pensamento, é
aceitar humildemente que a ciência é ela própria um produto do
pensamento que, paradoxalmente, exerce a crítica sobre si próprio e
sobre os seus próprios produtos - incluindo os da ciência, que não
ficam ao abrigo da crítica pelo facto de supostamente se basearem num
método que os isentaria por definição do erro".
O cientista honesto deverá efectivamente aceitar humildemente tudo
aquilo que JCM diz (e nada há de paradoxal nisso). Mas onde discordo
e acho que JCM cai exactamente no endeusamento da ciência, é quando
afirma que os produtos da ciência "não ficam ao abrigo da crítica
pelo facto de supostamente se basearem num método que os isentaria
por definição do erro". É óbvio que tudo e criticável, é essa a
natureza da pesquisa científica. O que é errado é afirmar que o
método científico isenta os produtos científicos do erro. Se
aceitarmos Popper e outros autores (e eu aceito, porque faz sentido
para o meu entendimento de ciência) que defendem a falsificabilidade
como critério de determinação da ciência, todos os resultados
científicos são passíveis de ser errados. Por ridículo que seja, até
os senhores da Flat Earth Society podem concebivelmente estar certos.
A Teoria da Relatividade pode estar errada. Milhares de teses de
doutoramento podem estar erradas. O Miguel Bastos Araújo pode estar
errado. Pode não haver aquecimento global. Em economia (uma ciência
muito pouco auto-reflexiva, asseguro-lhe), posso-lhe garantir que
grandes teorias foram consideradas, no todo ou em parte erradas,
desde a lei de Say até às teorias Keynesianas ou monetaristas. É essa
a natureza da ciência. Não vejo onde possa subsistir a ideia da
isenção de erro como factor determinante do produto científico. Só
pode vir de um positivismo retardado e bacôco (oh, não, vão pensar
que eu chamei retardado e bacôco ao JCM!!!).

Pelo contrário, é aquilo que não é possível de ser falsificado, como
por exemplo a afirmação "Deus existe", que não pode ser considerado
objecto da ciência. E isso em nada menoriza quem acredita em Deus, e
dele "tem conhecimento". E desde já uma clarificação: eu sou crente.
É quem não admite a possibilidade de estar errado que lança a
Humanidade no maior caos. Lembro-me de uma cena impressionante e
absolutamente comovente de um documentário muito antigo da BBC -
"The Ascent of Man" em que Jan Bronowski, filho de pais judeus mortos
em Auschwitz, e amigo íntimo de Leo Szilard, um dos pais da bomba
atómica que renegou o seu filho (e que inclusivamente tentou dissuadir
a sua utilização na guerra) explica isso mesmo, de pé sobre as lagoas
onde eram lavadas as cinzas dos gaseados e incinerados. Quem quiser,
faça a pesquisa no YouTube e encontrará algures a cena de que falo.
Bronowski é certamente muito mais eloquente do que eu alguma vez serei.

Eu sou um péssimo investigador, e provavelmente não serei nunca
grande coisa como cientista. Mas prezo demasiado a ciência para a ver
abusada para justificar misticismos e esoterismos. Mais: acredito
que esse abuso custa vidas.

Por último, e voltando à questão que me trouxe aqui, a da manipulação
genética: ao contrário do Carlos Aguiar, eu sou contra os OGM e
participei do abaixo-assinado contra os OGM. Tento não os consumir e
não acredito efectivamente na argumentação exposta por Carlos Aguiar.
Essa minha atitude não precisa de chamar à colação quaisquer
argumentos que não sejam científicos e racionais. E até, se quiserem,
bastante egoístas.
Tenho dito. Estou esgotado, que a minha humilde cabeça não dá para mais.
Cumprimentos de um burro bem albardado.:-)
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O resto do discurso do Barata pode ver-se no site da Ambio Archives, como por exemplo:
https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/007159.html
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5. AFONSO CAUTELA EM 29-Abril-2007 :
SERÁ QUE O MUNDO EXISTE?

Sim senhor, bom esforço. Cautelosamente e sem nunca citar o meu nome, o Pedro Martins Barata quis proceder a uma árdua investigação policial, indagando, por tudo quanto é sítio, se o Autor por mim citado nesta lista a propósito da hipótese do segundo código genético na heterocromatina constitutiva, existia mesmo ou era ficção da minha desvairada imaginação.
Indagou o Pedro se o Autor por mim citado seria, de facto e de direito, biólogo molecular, professor da Sorbonne e investigador do Instituto Curie.
Recorrendo principalmente à Wikipédia, deduz-se que ficou perfeitamente informado. Os cépticos da ciência ordinária desconfiam de tudo mas depois caem de borco nas bíblias do nosso tempo que pululam na Internet. Ok, albarda-se o burro à vontade do dono.
Mas não vamos por aí.
Ainda há que deslindar alguns pontos na valiosa prosa do Pedro Martins Barata, que - confessa - não se sente «pessoalmente encartado para uma discussão sobre filosofa da ciência.». Mas olhe que isso, nesta lista, é que é muito, muito grave. Pensar pela própria cabeça sem ser oficialmente encartado, não sei mesmo se lhe dará algum direito de presença aqui.
Mas também iremos ver isso mais adiante.
Por agora, centremo-nos na rusga laboriosa efectuada, por montes e vales, pelo meu amigo Pedro.

1. Não citou o meu nome, porque teria que me chamar mentiroso e ele, mais uma vez, cautelosamente, diz que espera «não ofender ninguém». Fique à vontade, Pedro, pode chamar-me o que quiser, quando quiser e sempre que quiser. Confio na sua perícia em rótulos. Como dizia um amigo meu que adora burricos: «Se me chamarem burro, é um elogio. Se um inteligente me chamar inteligente, é um insulto.» Subscrevo estas palavras e acrescento: «Não ofende quem quer, apenas quem pode.»

2. Seguindo, portanto, o critério de investigação forense - detectar indícios e provas nas primeiras 72 horas - o Pedro não encontrou provas nem indícios de que o autor por mim citado sequer existisse.

3. Ou seja: não foram encontradas provas de que o autor de «L'Alchimie de la Vie» seja oficial e academicamente credenciado, de que o autor de «Le Langage Vibratoire de La Vie» exiba um diploma de biólogo molecular, de que o autor de «L'Homme entre Ciel et Terre» tenha estudos publicados em revistas da especialidade (por acaso são bastantes), de que o autor de «Les Énergies des Pyramides et l'Homme» recebesse algum dia a certificação de diplomado em filosofia da ciência. Compreendo a dificuldade do Pedro em catalogar o incatalogável e compreendo que ele não possa viver (respirar) sem rótulos, sem estereótipos, sem diplomas, sem certificados, sem licença (licenciatura) para pensar, escrever e publicar. Se à técnica do rótulo depois chamam ciência, isso já não é comigo, driblem lá a questão interpares.

[veja-se aqui um desmentido na base science direct]:
http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleListURL&_method=list&_ArticleListID=1204136962&_sort=r&view=c&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&_userid=10&md5=f863f4693d9628f802dc5226deeef7aa]

4. Se o Pedro fosse à FNAC teria resolvido num ápice a sua dificuldade: os livros do autor citado, quando há (e raramente há) estão arrumadinhos na estante do esoterismo, ao lado da vidente Solnado, do alquimista Paulo Coelho e das edições Pergaminho. Teria aí o rótulo ideal - suficientemente desacreditado entre os da ciência ordinária - que resolveria o seu problema. Rótulo que resolve o problema de todos os especialistas da ciência ordinária quando deparam com um autor ou obra inclassificável.

5. Ainda bem que indagou na Net onde só encontrou o nome do citado autor em «sites de típico fervor esotérico e místico». Ainda bem porque a maioria são sites e blogs meus. Desculpe lá o mau jeito mas nesse desgosto não lhe posso valer. Afinal o caçador acabou caçado.

6. Mais um bocadinho e temos aqui armada a cena dos canudos de Sócrates, não o filósofo mas o 1º Ministro. Mais um esforço do Pedro na senda dos rótulos e carimbos e há um dia em que descobre que não existe. De que nada existe. De que tudo é pó, cinza e nada. Acho que era o Berkley que defendia um idealismo absoluto mas também não estou certo de que o Berkley tivesse existido. Dantes dizia-se: o que não aparece na televisão, não existe. Variante pós-moderna disto: Se não vem na Net, não existe. Outra variante é: o que não for declarado científico pelo Pedro e sua equipa técnica, não é científico, vai vergonhosamente para o saco do «esoterismo».

7. Rótulos & Carimbos: aqui está um critério infalível de avaliação do mérito de um autor. Se o Prof Marcelo nas suas conversas em família sabe, vai com certeza seguir as pegadas do Pedro, para averiguar do que vale e não vale, do que mexe e não mexe, do que existe e não existe neste mundo de Deus (que obviamente também não existe).

8. Depois da laboriosa rusga efectuada pelo Pedro, mais um rótulo pode ser aplicado ao delinquente: o Afonso Cautela é um mentiroso e as contra-capas dos livros editados nas Editions du Rocher e na editora «L'Originel» também mentem. Pior: em todo o universo conhecido não consta ninguém que tivesse aposto o rótulo de «científico» ao autor de seis livros publicados para o público e de artigos (dezenas) em revistas da especialidade.

9. Não sei se isto vem a propósito mas acho que sim: Segundo o jornal «Público» do passado sábado, a Fundação Gulbenkian fazia mais uma espectacular exibição de poder com um simpósio - «do Big Bang à Linguagem» - e dos 10 cientistas anunciados nem um só nome português aparece no glorioso painel. Chiça: parece-me um abuso mas quem sou eu para avaliar as decisões da poderosa organização. Só acho uma coisa: metade da energia gasta pelos especialistas contra a metafísica, a mística, o esoterismo e outras coisas horripilantes à venda no mercado, talvez fosse melhor que a aplicassem a perguntar à excelentíssima instituição se já mudou a sede para o Worl Trade Center ou se ainda continua aqui com uns belos jardins de volta desenhados pelo meu amigo Arquitecto Ribeiro Telles.

10. Resumindo e concluindo. Já o disse nesta lista ao Carlos Aguiar: admiro o vosso denodado esforço de policiar o meio ambiente e gostaria que tivessem êxito. Politicamente os ventos vão bastante favoráveis ao policiamento das hostes, bem podem aproveitar a onda. A chamada democracia está cada vez mais anémica e a liberdade é uma espécie em vias de extinção. Perguntem ao alegre Manuel Alegre, que também não estou certo se existe. Estão portanto muito próximos do sucesso: enjaulados no Gulag (mediático e nem só) já têm a maioria dos portugueses. Agora é só fechá-lo à chave e atirar a chave ao rio.
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6. AC VOLTA À CENA, DESTA VEZ POR CAUSA DE UM ILUSTRE CIENTISTA – GEORGE STEINER- QUE CRITICOU A CIÊNCIA NA FUNDAÇÃO GULBENKIAN

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Domingo, 28 de Outubro de 2007 - 06:37:49 WET
stress-1-ac-ab> sábado, 27 de Outubro de 2007

O «LIXO» DA NEW AGE E O LIXO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
O SURREAL-ABJECCIONISMO DE GEORGE STEINER

A comunidade científica anda em grande stress e o stress, segundo dizem os cientistas (clínicos), não faz nada bem à saúde deles. A somatização da ansiedade é o pior que há e fala-se em psicosomática como causa das patologias mais horríveis. É a ecologia do stress.


1-George Steiner, que sofreu as passas do Algarve nos tempos nazis (embora as sinopses biográficas não assinalem se esteve ou não em campos de concentração), tem todo o direito a debitar (continuar debitando) o discurso de ódio que contra o chamado Holocausto ouvimos por tudo o que é mídia, todos os dias e a toda a hora (como se não houvesse holocaustos no plural).
Mas que os próprios cientistas não escapem às suas setas envenenadas é que torna a aparição de Steiner em Lisboa, a convite da Fundação Gulbenkian, um «study case» a ter em conta e a analisar ao microscópio electrónico.
Aliás, foi ele quem sugeriu o tema - Os limites da Ciência - ao qual a Fundação se limitou a acrescentar um ponto de interrogação. (!)

2-Um outro caso de agudo stress foi o de James Watson, co-descobridor da estrutura helicoidal do ADN molecular, por causa das declarações consideradas racistas a um jornal inglês: «Branco é mais inteligente que negro» - acho que ele disse. Não só lhe cancelaram o programa de palestras no Reino Unido como, em fim de festa, o demitiram de todos os cargos no Instituto de Investigação de Spring Harbor, em Nova Iorque. «Prémio Nobel da Medicina despedido» - dizia laconicamente o título da notícia (26.10.2007). Isto é o que hoje se faz a uma Prémio Nobel, faria se não fosse.
Conforme o jornalista Luís Miguel Queirós acentuava no jornal «Público» (26.Outubro.2007), Steiner aproveitaria o contacto com os jornalistas para deixar clara a sua condenação da recente campanha movida contra James Watson, lamentando que este tenha sido perseguido pelas suas opiniões «numa sociedade que afirma prezar a liberdade de expressão».

Bingo! O homem disse uma acertada, a frase conveniente no meio de um discurso todo ele de non sense surrealista, em que se fartou de gozar com o pagode, à conta do macio colchão de penas que aqui acolhe sempre todo e qualquer renomado cientista, diga ele o que disser, faça ele o que fizer. Prémio Nobel ou não.
Quanto ao James Watson, apetece mesmo dizer: «não batam mais no homem, por amor de Deus». Eu próprio estou com remorsos de ter aqui na Ambio feito alguns reparos ao seu discurso bio-tecnocrático, classificado na altura, aliás, pelo Carlos Aguiar de «inclassificável» (eu e o que disse). Vamos a ver é se o demitem também da conselho científico da Fundação Champallimaud: espero bem que não. Seria o Holocausto em que fala o G.S.
Ainda por cima, não se sabe se o prémio Nobel insultou os negros ou se foi um elogio dizendo os brancos mais inteligentes. Afinal parece que a famosa inteligência branca dos europeus e arredores só deu porcaria: à luz dos holofotes agora montados pelo G.S e da tese por ele desmontada, tudo afinal parece lixo e não vejo que seja mais ou menos lixo do que a New Age.
Portanto...
3-Mas a crueldade inter-pares parece não ter limites, ao contrário da ciência que, segundo a Fundação Gulbenkian, tem limites e para isso se fez um colóquio internacional.
Embora vendo a fita toda ao contrário - os dois mil anos de ciência europeia que teriam lançado a sociedade ocidental numa rota de «progresso» - George Steiner acha que estamos agora em total decadência:
«Onde estão os Platões, os Bachs, os Mozarts de hoje?».
Para lá de surrealista nos plurais, a questão é por demais peregrina e entra numa figura de retórica a que se chama petição de princípio.
Partindo da tese que Platão, Bach e Mozart são produtos da «civilização», estamos outra vez a ver a fita ao contrário: eles foram o que foram, e guardamo-los no coração, exactamente contra e apesar do que se chama progresso, do que ele G.S. chama progresso, civilização, ciência, etc. Eles foram as grandes almas que foram: mas essas estão sempre connosco, antes e depois dos G.S. e dos J.W. deste triste tempo-e-mundo.
Além disso, nada nos diz de que os Mozart não estão hoje aí, todos os dias, e até em maior número: com os estereótipos do estilo G.S. é que nunca os iremos ver e reconhecer.
4 - Com postulados destes, o non sense das suas afirmações faz então todo o sentido:
«A Índia florescerá em breve numa civilização plena de arte, ciência e literatura.» Para a afirmação ficar mais completa deveria ele acrescentar: ao tornar-se potência atómica e fazendo regularmente rebentamentos termo-nucleares subterrâneos, que provocam tsunamis devastadores, a Índia, de facto, está a atingir os picos do progresso.
5 - Necessaria e contraditoriamente, lançou outra das suas boutades: «gerações de europeus que preferem lixos New Age, como as astrologias e outras superstições.»
Para quem disse as asneiras que disse, esta pretensamente ofensiva adjectivação da New Age acaba por ser elogiosa.
Por várias razões ecológicas:
Lixo é hoje a matéria-prima mais valiosa em tempo-e-mundo de luxos e lixos;
Na New Age cabe tudo e mais alguma coisa, inclusive os orientalismos e neo-hinduísmos de que ele, uma linha atrás, faz o pomposo elogio;
Os próprios que trabalham em eco-alternativas de vida vêm-se gregos para se demarcar da avalanche de «atrasos de vida» de que o mercado New Age está hoje a abarrotar: como bom judeu, deve ser essa - o marketing New Age e respectivos lucros - a parte que o magoa mais;
O Mozart terá sido uma criança índigo e hoje as crianças índigo proliferam, segundo algumas teses defendidas no âmbito daquilo a que o senhor G.S. chama «lixo New Age»;
Arranjar um saco chamado New Age onde se mete tudo o que nos incomoda porque incomoda os establishments e negócios do establishment, também não é sinal de grande inteligência: mas ninguém nos disse que o senhor G.S. tinha que ser inteligente.
O que confirma também o stress em que anda a comunidade científica: e não me venham dizer que não os avisei do perigo de AVC's.
6 - Enfim, o homem achou-se em terra de bantus e quis mesmo impressionar a malta, especialmente os jornalistas que têm sempre que gramar este tipo de notabilidades: Filomena Naves foi a vítima no «Diário de Notícias» e Luís Miguel Queirós no «Público». Sei bem o que isso custa.
E quando tentou redimir-se com algumas verdades óbvias - que têm a ver com a noção de progresso científico e tecnológico por ele advogada - já ninguém o levou a sério.
«Ricos que se passeiam nas suas limusines, a malnutrição e a fome de crianças, a religião do futebol, a pornografia, o dinheiro como valor supremo.»
Tudo isso, afinal, perguntamos nós, o óbvio do óbvio, não foi produzido pelo mesmo sistema de progresso que agora, de repente, se acha em decadência?
O que é que raio está em causa e ele quer (ou não quer) pôr em causa?
Não será exactamente o progresso, a ideia de progresso a que alguns chamam retrocesso, a ideia de desenvolvimento a que alguns chamam sub-desenvolvimento, a «racionalidade europeia», o positivismo, a ideologia tecno e biocrática, a corrida para metas megalómanas, a destruição ambiental, o latrocínio de recursos os mais preciosos, etc, etc, todos os estereótipos, ciclos viciosos, becos sem saída, paradoxos de um sistema que vive de ir matando os ecossistemas?
7 - Mas toda esta crónica tem uma grandessíssima vantagem: se o senhor G.S. é «um dos mais prestigiados pensadores contemporâneos», como os jornais lhe chamaram e por isso a Fundação o convidou, então podemos avaliar do que são os outros menos prestigiados.
Vamos é fugir antes que eles cá cheguem.
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6. BARATA VOLTA À CENA, DESTA VEZ POR CAUSA DE UM ILUSTRE CIENTISTA – GEORGE STEINER- QUE CRITICOU A CIÊNCIA NA FUNDAÇÃO GULBENKIAN

Desculpem-me todos nesta lista, mas não posso deixar de expressar o
meu nojo por estas afirmações: "George Steiner, que sofreu as passas do Algarve nos tempos nazis (embora as sinopses biográficas não assinalem se esteve ou não em campos de concentração), tem todo o direito a debitar (continuar debitando) o discurso de ódio que contra o chamado Holocausto
ouvimos por tudo o que é mídia, todos os dias e a toda a hora (como se não houvesse holocaustos no plural)".

(...) Os próprios que trabalham em eco-alternativas de vida vêm-se
gregos para se demarcar da avalanche de «atrasos de vida» de que o
mercado New Age está hoje a abarrotar: como bom judeu, deve ser essa
- o marketing New Age e respectivos lucros - a parte que o magoa mais
(...)

Aparte o arrazoado que as circunda, estas afirmações são de uma
indigência extrema e espanta-me que ninguém nesta lista as tenha
contestado. Com certeza os membros mais vocais desta lista acham que
o Afonso Cautela tem razão. Outros haverá que, achando-o ininputável,
se calam.

É uma tristeza este estado de coisas. Por mim calo-me e não respondo
mais a nenhum e-mail sobre este assunto.
Pedro Martins Barata
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6. AC VOLTA À CENA, DESTA VEZ POR CAUSA DE UM ILUSTRE – GEORGE STEINER- QUE CRITICOU A CIÊNCIA NA FUNDAÇÃO GULBENKIAN

A questão não é bem como o Pedro Martins Barata a coloca, em 28 de Outubro passado, nesta Ambio, na rubrica «o stress dos cientistas».
Se «os membros mais vocais desta lista» não aparecem a contestar a «indigência extrema» das minhas prosas - como ele se queixa - é porque o clima de «medo» de há muito está instalado nesta lista e não é só o P.M.B. a contribuir para isso, não.
A prova de que as pessoas têm «medo» das peixeiradas que ocupam dias e dias desta compassiva lista e desse compassivo robô que até as gralhas reproduz na íntegra!, é que no caso concreto deste item - «o stress dos cientistas» - recebi em particular palavras de apoio e simpatia.
Só o João Soares teve «coragem» de publicar o que achava e de me cumprimentar pelo que eu disse de George Steiner - do que G.S achou por bem dizer em Lisboa, na Fundação Gulbenkian - que aliás foi do conhecimento público e ao qual não acrescentei nem (mais) uma vírgula.
Não conheço o G.S. de banda nenhuma, não quero conhecer e nem sequer era ele o tema central mas o que a Fundação Gulbenkian entendeu ser pertinente (por sugestão do próprio G.S.): «Terá a ciência limites»?
Vai daí, o P.M.B. esquecendo o fundo da questão (como vai sendo regra nesta lista), dá conta das suas alergias (dos seus espirros) pessoais, apelando ao povo da Ambio - «os membros mais vocais desta lista» - que o apoiem e aplaudam nas suas irritações e subjectivismos e estados de alma e soberbas e stresses e ódios:
«espanta-me que»
«o meu nojo por»
«é uma tristeza que»
«de uma indigência extrema»: esta é a prosa altamente rica, profunda, filosófica, do P.M.B. face à «extrema indigência» da minha.
Não hão-de as pessoas fugir disto? Alhear-se disto?
Graças a Deus que temos uma lista onde cada um tem o direito de dizer o que pensa (a questão é que pense!).
O problema é que a cada canto de um virtual arame farpado há um guarda do gulag (costumam andar aos pares!), pelo que as pessoas de boa fé e de boas intenções que por aqui navegam - «os membros mais vocais desta lista» - se retraiem, preferindo comunicar em privado em vez de publicar opiniões.
Não responde mais a nenhum mail sobre este assunto - garantiu o P.M.B.
Nem precisa. Já disse de facto tudo. Bate e foge - ainda é uma atitude de grande incidência moral.
De uma, porém, não se livra: «os membros mais vocais desta lista» talvez se resolvam a fazer o que ele pede, neste seu vibrante e comovente apelo ao «progrom» contra um outro membro da lista.
Até agora ainda não resultou mas pode ser que resulte. Quando o director da lista - também incluído, é óbvio, nos «membros mais vocais desta lista» - quiser tomar uma atitude e quando as pessoas perderem o «medo» que os P.M.B. instauraram neste espaço de potencial liberdade.
Tal como os que falam do Holocausto (com toda a razão) mas esquecem os holocaustos, também não esqueço que o P.M.B. me chamou mentiroso e ignorante porque eu citei o autor de «L'Alchimie de la Vie» e a sua descoberta do 2º código genético há vinte anos.
Também, como cristão novo, não vou esquecer o que ele desta vez me chamou.
Mais uma vez, o que seria uma questão para elevar o nível filosófico desta lista foi rotulado de «esotérico» e lançado no caixote do lixo da New Age. Como aconteceu agora, a pretexto do G.S.
Dá vontade de dizer uma palavra feia.
Não hão-de as pessoas - «os membros mais vocais desta lista» - ter «medo» disto e destes guardas do gulag? Dos rótulos e estereótipos? Dos subjectivismos e alergias pessoais? De serem sistematicamente enxovalhados e humilhados? De dizerem alhos e responderem-lhe bugalhos? De psicomoralismos e paternalismos? De arrogâncias e outras doenças crónicas? De soberbas e desabafos? De polícias do pensamento e directores de opinião?
De apelos ao «progrom» contra o palestiniano que está do outro lado da fronteira?
Cruzes, canhoto.
[AFONSO CAUTELA]
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sábado, 21 de abril de 2007

DEPOIS DO DILÚVIO

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terça-feira, 3 de Outubro de 2006

It is 2272 days, 15 hours, 1 minute and 14 seconds until Domingo, 23 de Dezembro de 2012 (UTC time)

O legado egípcio deverá ocupar o primeiro lugar na tábua de matérias a estudar até 2012 (e depois de 2012, por maioria de razão), não só pelo valor de sabedoria dessa cultura, não só porque deve ter herdado em directo o legado atlanti, mas porque, em caso de novo dilúvio, nos permitirá, mais uma vez, reaver o essencial da sabedoria humana, graças à matéria perene em que está inscrita e nos é transmitida: a pedra, a rocha, a durabilidade.Sem a cultura megalítica dos lugares sagrados que a têm, ainda hoje estaríamos, ironicamente, no tempo da pedra lascada como eles, os progressistas, gostam de dizer.

EMPRESAS NO TOP

À parte a embirração com o primeiro-ministro (o que até se compreende, depois das opas) o «Público» está um jornal cada vez mais interessante e atento aos ambientalismos: especialmente agora que os grandes empresários tomaram o freio (perdão, a ecologia) nos dentes.
Agradeço à jornalista Ana Rute de Sousa, a notícia que ela retirou da «Newsweek» e que alude às empresas verdes.
Porque não? Para pior antes assim.
Para bem delas e dos lucros delas, talvez evitem o dilúvio e possam prolongar o seu prazo de validade neste Planeta.
Na mesma linha dos «empresários verdes» ao ataque, já aqui citei a série do Canal Odisseia, virada especificamente mas largamente para a arquitectura sustentável e amiga do ambiente.
Parabéns a todos. E a mim mesmo que já ganhei mais um neologismo: eco-top.

Transcrevo, com a devida vénia, o texto de Ana Rute de Sousa, no jornal «Público» de 20 de Abril de 2007, suplemento Economia.

«Com as preocupações ambientais a marcarem a agenda do Fórum Económico Mundial em Davos, "rankings" como o das 100 empresas mais sustentáveis do mundo ganham outra dimensão.
Na lista, publicada pela "Newsweek", e elaborada pela Innovest Research, não consta nenhuma organização portuguesa. Ocupando o primeiro lugar, o Royal Bank of Canada foi distinguido por fazer auditorias às práticas ambientais dos grandes clientes que solicitam empréstimos. A instituição bancária também financiou ou aconselhou inúmeros projectos empresariais que se dedicam às energias renováveis.
Uma cimenteira ocupa o segundo lugar: a Lafarge corta as emissões apostando nas energias alternativas. Nos dez primeiros lugares, estão duas empresas japonesas. A Denso eliminou produtos tóxicos nas componentes que fabrica para a indústria automóvel e a Toppan Printing também seguiu o exemplo e cortou no uso de químicos. A Adidas passou a utilizar apenas plástico biodegradável dos seus produtos e na dinamarquesa Vestas 75 por cento da energia utilizada é renovável. A.R.S.

AS DEZ EXEMPLARES:

1 Royal Banto of Canada(Canadá)
2 Lafarge(França)
3 Grupo Ferrovias (Espanha)
4 WestpacBanking (Austrália)
5 Yell (Reino Unido)
6 Denso (Japão)
7: Toppan Printing (Japão)
8 Hewlett Packard (Estados Unidos)
9 Adidas(Alemanha)
10 Vestas Wind Systems(Dinamarca)

SISMOS INDUZIDOS

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 TESTES NUCLEARES?
NÃO PRODUZEM NEM UM SISMO...


sábado, 21 de Abril de 2007

Os ilustres cientistas que vão investigar «uma zona submarina de ocorrência de terremotos, conhecida como o estreito de Nankai, ao largo da costa do Japão», já levam meio caminho andado para enfrentar – como dizia a notícia - «um dos maiores desafios científicos da década: compreender o que provoca os grandes terramotos e tsunamis».
E digo «meio caminho andado» porque há dados seguros, hoje em dia, sobre o que não produz sismos.
Lembro, e como toda a gente sabe, que os rebentamentos subterrâneos de bombas termonucleares – os famosos testes – jamais produziram ou jamais virão a produzir sismos, desde que essa prática, nos anos do pós guerra (II guerra mundial) se tornou rotina semanal.
Há já 4 décadas.
Lembro que nunca produziram um só sismo que se visse os rebentamentos subterrâneos de bombas termonucleares (os chamados testes) nos poços de experiência de Semipalatinsk (ex-URSS), deserto do Nevada (E.U.A.) , Muroroa (França), China (em que sítio?) e Grã Bretanha (em que sítio?).
Mais recentemente também não consta que o grande tsunami da Ásia (onde a ajuda humanitária acorreu em peso) tivesse alguma coisa a ver com as novas potências nucleares desse continente, verbi gratia Índia, Paquistão e Coreia.
Também não há notícia de que o Irão tivesse causado danos, locais ou mundiais, quando iniciar e se iniciar as suas experiências termo-nucleares, indispensáveis ao progresso do Mundo.
Os cientistas do estreito de Nankai (Japão) têm mesmo sorte e já levam trabalho adiantado: agora só lhes resta acreditar em bruxas e descobrir então, no fundo mais fundo dos oceanos, a causa profunda dos grandes sismos.
Têm para isso – segundo dizia a notícia – os dados já adquiridos que já indiquei e centenas de milhares de euros (upa!upa!), ao longo dos próximos dez anos, para realizar tão magna proeza.
Como especificava a notícia, eles «vão recolher amostras do leito do oceano e colocar sensores para monitorizar alterações rochosas.»
Cu escafandro! Vão ficar um bocado molhados mas, pelo menos, enquanto se falar do NanTroSEIZE (nome abreviado do projecto) não se fala de CO2, de aquecimento global e do fim iminente do Planeta por dilúvio universal.
O «The Nankai Trough Seismogenic Zone Experiment» (nome por extenso do projecto) deverá ser iniciado no próximo mês de Setembro. Não vejo a hora em que tão emocionante proeza irá começar.
A notícia só não dizia a nacionalidade dos ilustres cientistas que vão realizar o ilustre projecto. Mas, em tempo de globalização acelerada, suponho que será internacional ou multinacional no melhor sentido.
Nem mesmo o Google, a quem recorro sempre para saber a verdade, me desenrascou nesta emergência. Nem mesmo o Google News, com versões internacionais em 40 países, me conseguiu responder a esta minha angustiosa dúvida existencial: quem são e de que país os ilustres cientistas do ilustre projecto?

Mais do mesmo no meu site catbooks
http://www.catbox.info/catbooks/+arquivos%20ac+.htm

sexta-feira, 20 de abril de 2007

HÁ JÁ 23 ANOS

ECO-ENERGIAS

«Eco-Energias» é a palavra mágica que (pelo menos desde 1984) proponho para fazer contraponto com a que agora se tornou mania: «biomassa».
Consultando, no Google, a palavra «eco-energias», surge um único sítio na Net em Portugal, o meu e-diário, que em tempos publiquei e que se chamava acintosamente «abecedário 2005».
http://diariodigital.sapo.pt/ediario/abecedário2005/
Uma outra notícia com a palavra chave «eco-energias», publiquei-a hoje no meu «catbooks», secção «ecos da capoeira» /«arquivos» como se impõe. Ao que parece as «eco-energias» é um dossiê definitivamente arquivado. Na capoeira onde andam todos muito contentes com o negócio das renováveis.
Sem nenhum espírito de missão mas apenas para passar o tempo e não morrer de tédio, cá vou caminhando no meu passeio matinal através da Net: sabendo como sei que tudo isto é escrever na água ou na areia.

MASSA PARA A BIOMASSA

«22.03.2007 - 18h55 Lusa-O Governo vai concretizar brevemente um diploma legal para criação de um Observatório de Biomassa, disse hoje o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Rui Nobre Gonçalves, na sessão de inauguração da Central de Biomassa de Ródão.»

Escolhi esta notícia da Lusa, de 22 de Março, entre as 299 que me foram dadas pelo Google news, secção de Portugal, nesta manhã primaveril de Abril.
Não quero provar nada mas mostrar apenas o que se mete pelos olhos dentro.
Os da biomassa continuam activos e preparam-se para apanhar as raspas das matas, a que abusivamente chamam floresta.
Está bem que este Governo é só projectos, enche-nos os ouvidos com projectos, mas a ideia de um Observatório de Biomassa é a única que valeria a pena concretizar.
Por uma simples e breve razão: eles não vão só apanhar as raspas, se é que vão, vão é preparar todas as condições para, mais a fundo, sacarem toda a celulose que estiver à mão. Em terrenos particulares ou do Estado, em baldios ou não. O único obstáculo a esta exploração intensiva são os altos interesses das celuloses, a quem o tal Observatório deve também interessar.Isto se Observar significa Fiscalizar.
Em contraste com as 299 notícias que o Google me mostrou (bastando clicar a palavra hoje mágica «biomassa»), está o silêncio dos ecologistas, ambientalistas, esquerdistas e arredores.
Em contraste com esta hiperactividade (que mete ao barulho ministros, primeiro-ministro e PR) está, de facto, a mudez sepulcral dos amigos do ambiente e anexos.
Descansem todos em paz, portanto.
O que eu tinha a dizer sobre biomassa e biocombustíveis já o disse e publiquei no meu forum de discussão predilecto, o «Ambio Archives»
https://mail.uevora.pt/pipermail/ambio/2007-April/006885.html
Já confessei também o meu fracasso: ninguém discutiu, ninguém me agrediu, ninguém me chamou nomes, ninguém disse que eu era analfabeto em ambiente e um perigo público. Enfim, não tive sorte nenhuma desta vez.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

JORNALISTAS & BIOMASSA

«Ou se avança para a biomassa, ou o país vai à falência.» - Esta tese apocalíptica e saloia é subscrita por Torcato Sepúlveda, na revista «NS» («Diário de Notícias», 14 de Abril de 2007). Mas ele como jornalista apenas se faz porta-voz do Ministro Manuel Pinho e da campanha em curso para lavar os cérebros e condicionar as mentes: é preciso que a fraude da biomassa seja aceite, democraticamente. E ninguém melhor do que os jornalistas para multiplicarem o discurso que interessa aos lobbies. Os tais empresários verdes que, deixando o nuclear em banho maria, se viraram subitamente para a campanha da biomassa. A pretexto de aproveitar os resíduos das matas, a que pomposamente ainda chamam florestas.
O senhor Torcato não está só: pode aliar-se ao engenheiro Manuel Ferreira Santos que, na «Ambio Archives», não se poupa a esforços para promover a biomassa e os biocombustíveis. Apenas por amor ao Ambiente e ao País, claro.
Continuo à espera (sentado) que um opinion maker de grande audiência descasque este assunto da biomassa: porque, de facto e como diz o jornalista Torcato, com ela ou sem ela o País vai mesmo à falência. Esquecem-se os «capitalistas verdes» que eles serão os primeiros a falir.
Já confessei aqui o meu fracasso: não houve qualquer reacção ao primeiro texto que sobre biocombustíveis publiquei na «Ambio Archives», um Forum de Discussão onde é suposto e corrente que tudo seja criticado. É estranho, mas foi como se não tivesse dito nada.
Leiam, na íntegra, com muita atenção e nas entrelinhas, o que Torcato Sepúlveda escreve na revista «NS» («Diário de Notícias», 14 de Abril de 2007).

«DESCOBERTA DA BIOMASSA

«Os portugueses parecem, enfim, decididos a limpar a floresta e a utilizar o que dela resta para produzir energia. É uma excelente ideia, tanto económica como ambiental. Assim, talvez a energia em­barateça e as matas ardam menos. O semanário `Jornal do Fundão' noticia a inauguração de uma central termo­eléctrica de biomassa florestal em Vila Velha de Ródão e anuncia outras para Belmonte, Sertã e Oleiros. O Governo parece também interessar-se. Na inauguração esteve pre­sente o ministro da Economia. Manuel Pinho afirmou que, até 2010, Portugal deverá produzir 45 por cento da sua electricidade e prometeu investimentos de 510 milhões de euros para atingir esse objectivo. Se assim não for, o País vai à falência.»

STEP BY STEP

A MINHA AGENDA DEPOIS DE ETIENNE

Não posso nem quero desistir das certezas que fui lentamente construindo e vou, on line, ou onde mo permitam, publicar os textos da minha luta, a que chamei «tese póstuma». Hoje mesmo acabo de colocar na minha página da internet - catbooks - seis files da série step>, ou seja, um percurso de ideias step by step, itens ainda em agenda depois de Etienne Guillé, escritos em Outubro de 2004. Há já três anos, meu Deus! Ando com o meu trabalho de casa muito atrasado. Ou com o relógio muito adiantado.
Podem ser lidos na íntegra, em catbooks.
http://www.catbox.info/catbooks/+agenda_ac+.htm

quarta-feira, 18 de abril de 2007

ECOLOGIA DA ABJECÇÃO



Graças à «Ambio Archives», que acolheu a minha prosa, um tanto extensa, posso anunciar aqui o texto que escrevi

PESTE NEGRA 2007


A «onda negra» de negativismo niilista que grassa como uma peste em tudo o que é manipulação mediática, pode levar alguns a pensar que se trata do nosso «pessimismo» ancestral e de um fundo um tanto ou quanto masoquista que alguns (eles, sim, masoquistas), gostam de atribuir ao povo português. E falam então de «fado», de «destino», da herança árabe na alma portuguesa. Do D. Sebastião, do saudosismo, enfim, a coboiada do costume entre comentaristas e opinion makers que não têm mais nada que fazer. Carpideiras do Apocalipse, epígonos do dilúvio, são eles que alimentam os mídia e são os mídia que os alimentam.
Evocando hoje Manuel Laranjeira e Miguel de Unamuno, num texto que redigi e publiquei em 1992, queria apenas prestar homenagem a estas duas almas de eleição e ao seu pensamento que nada tem a ver com as negras histerias em curso. Poderia juntar Teixeira de Pascoaes, mas esse ficará para outro dia destes.
Ver então o meu site big-bang, o meu querido gato das letras
http://pwp.netcabo.pt/big-bang/gatodasletras/casulo1/UNAMUNO.HTM

VIVA O VERDE


Ainda ontem o Canal Odisseia, celebrando os 10 anos de existência, iniciou uma estrondosa série de documentários, adivinhem lá sobre quê? Ambiente, claro, com o cheiroso título «o desafio verde». Duas palavras mágicas numa só. Sim senhor, vamos todos pró verde. Pelo primeiro filme apresentado, já se viu que a série, não poupando esforços, se propõe a total e completa recuperação do tema a favor do marketing e do capitalismo práfrentex: o primeiro episódio é o elogio das grandes cidades (no caso Nova York) como a melhor forma de «poupar energia» (!!!). E a verdade é que todo o mundo vai acreditar. Ah! já me ia esquecendo, o comentador é Brad Pitt, uma star que tem vindo a associar o seu nome (justamente famoso e de sucesso) às boas causas, nomeadamente a salvação do Planeta Terra. Com esta receita, provado fica de que John Elkington tinha razão na sua tese de 1987, quando publicou em Londres «The Green Capitalists», traduzido e publicado em Portugal em 1991 pelo «Círculo de Leitores».
Deixo aqui alguns parágrafos do que então escrevi sobre o livro, podendo o meu texto ser procurado na íntegra, no meu sítio catbooks.
http://www.catbox.info/catbooks/+agenda_ac+.htm

WELCOME JOHN ELKINGTON
Justifica-se, portanto, o livro do inglês John Elkington, cuja primeira edição apareceu em Londres, em 1987. Graças ao Círculo de Leitores e à sua preciosa colecção em defesa do ambiente, temos agora em língua portuguesa, com revisão técnica do Dr. Nuno Galopim, o panorama completo sobre o que a grande indústria está a realizar, neste momento, em todo o lado onde há progresso (quer dizer, poluição) para defender o ambiente e preservar as espécies.
Abespinham-se os radicais livres, os fundamentalistas do ecoanarquismo e do ecocomunismo, hoje defuntos, com esta recuperação que a indústria faz de si própria e de que a expressão «produtos de substituição» passasse a ser palavra de ordem e motor do neocapitalismo galopante. Chamam perversidade ao mecenato cultural e próambientalista. Repare-se, por exemplo, que os cientistas só descobriram o buraco do ozono na estratosfera, quando a senhora Thatcher declarou urbi et orbi que a indústria já estava preparada para lançar o produto de substituição dos célebres clorofluorcarbonetos.
Uma empresa com um olho no presente e outro no futuro tem agora uma forma estupenda de melhorar a imagem de marca através dos produtos «verdes» que lançar ou apoiar, solucionando o grande problema que pode eventualmente ser a saturação do mercado com determinada linha de produtos. Que melhor pretexto para a reconversão do que a defesa do ambiente? Uma grande multinacional de computadores, por exemplo, lançou milhares de monitores com écrãs prejudiciais às grávidas. Anos após, estava lançando uma nova linha de ordenadores sob o grito de guerra «estes écrãs não afectam grávidas», seja de que sexo forem.
E vai daí?
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IMPERMANÊNCIA 1989

NA ERA DO VIRTUAL
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(Lisboa, 1989) - O outro lado da prosperidade, do celofane, do néon, do êxito, do sucesso, das metas, dos heroísmos. O outro lado da opulência ou o preço que se paga pela «felicidade» do consumo. A duplicidade do real: nada é nunca só uma coisa.
- A visão taoísta. O Tao-Te-King como «livro dos paradoxos»? A permanente contradição do que passa e muda é a marca de toda a sabedoria.
- A moda da moda torna-se anti-moda. O que vale hoje, deixa de valer amanhã e volta a valer depois de amanhã com o rótulo de «retro» e volta a deixar de valer depois de depois de amanhã. O antigo torna-se «up to date» , tira-se da arca onde estava escondido e chama-se «revivalismo». O Packard dos anos 40 é a face do modernismo do «Roger Rabbitt». A avalanche de dados na era do virtual tem a ver com esta cultura da incultura, com esta informação desinformada. Quem selecciona e o que se selecciona? Onde está o filtro, o critério selectivo, o que permanece do que muda? Onde e quando (em que momento) deixa o «budismo tibetano» de ser uma antiguidade clássica para responder a prementes necessidades do espírito moderno, do homem contemporâneo e do vazio do virtual?
- Que é isso de moderno e de pós-moderno? Alguns paradoxos para uma actualização do «Tao te King»: O fascismo das democracias, A poluição da limpesa, Os desperdícios da Economia, As doenças da Saúde, A desinformação da Informação, A lentidão da rapidez (tráfego urbano, por exemplo), O stress dos tempos livres.
- A tecnologia que escraviza e que se selecciona? Onde está o filtro, o critério selectivo?
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